Só até dia 2 de Maio, o Concerto para Piano e Orquestra nº 1, por Maria João Pires, com a Orquestra de Câmara da Europa e Emmanuel Krivine. Foi na Cité de la Musique, em Abril de 1997.
29.3.11
28.3.11
Prelúdio
A Helena pede desculpa pela qualidade do som e tal mas isso nem vem ao caso. O caso é que o Matthias já demonstra aqui uma grande sensibilidade para as subtilezas de Chopin, autocriticando-se nestes termos: "aqui devia ter sido mais rápido", "esta passagem saiu muito pesada" ou "aqui está muito bonito". Parabéns, Matthias. A etiqueta com o teu nome está criada.
27.3.11
24.3.11
22.3.11
20.3.11
Lucia, perdona - II
Natalie Dessay e Joseph Calleja como Lucia e Edgardo (©) |
Diz a Io, e muito bem, que ouvimos ontem um tenor à antiga. Joseph Calleja, que nasceu em Malta em 1978, é um verdadeiro tenor lírico, de um timbre que nos transporta à primeira metade do século XX. O maestro Riccardo Chailly concorda connosco:
Logo na sua primeira entrada, Lucia, perdona, Calleja traz consigo reminiscências de Gigli e Björling.
Veja-se agora, neste pequeno excerto do dueto de Lucia e Edgardo no final do I acto, Verrano a te sull'aure, como a voz dele casa bem com a de Natalie:
"Lucia di Lammermoor" é uma daquelas óperas de que é impossível não gostar. A invenção melódica de Donizetti esteve inspirada do princípio ao fim da composição e deixou-nos momentos belíssimos como a ária Regnava nel silenzio, de Lucia, o sexteto Chi mi frena in tal momento?, a cena da loucura ou a morte de Edgardo, que podemos ouvir já a seguir (com o alto patrocínio do Joaquim) tal como Calleja a cantou ontem no Met. Ide ao In Fernem Land ouvir mais e, em querendo, podeis descarregar a Lucia inteira.
Edgardo di Ravenswood está-lhe na massa do sangue. Veja-se como Calleja, então com 21 anos, cantou Tombe degli avi miei no Operalia de 1999:
Há dois tipos de Lucias. Um segue o modelo da grande Dame Joan, que nos deixava boquiabertos com a técnica e a vocalidade. Gruberová está nessa linha. O outro modelo foi definido anteriormente por Callas e é desse que Dessay mais se aproxima. O incomparável não pode ser comparado, mas Dessay disse algures que enquanto puder estar no palco dará sempre tudo o que tem para dar e, de facto, não se lhe pode apontar que alguma vez tenha sido uma mulher poupada. Dessay galvaniza, Dessay é completamente electrizante, mesmo quando os agudos já não lhe saem com a facilidade de outros tempos e a voz parece querer quebrar. E no entanto, cada nota é dada com uma intenção precisa, nem que a voz acabe por ser prejudicada em favor da expressividade. No final, mortos Lucia e Edgardo, algumas lágrimas teimavam em sair-nos dos olhos, que os nossos corações não são de pau, e ouviam-se aplausos na sala. Poucos, porém, não fosse o vizinho do lado reparar e passar a olhar-nos de lado.
Dito isto, a récita a que o Grande Auditório da Gulbenkian assistiu ontem em directo do Met foi memorável. Que o diga quem viu esta Lucia ao vivo.
ADENDA: A Gi também disse de sua justiça.
17.3.11
Lucia, perdona - I
Natalie Dessay como Lucia di Lammermoor |
No próximo Sábado, Natalie Dessay cantará directamente de Nova Iorque para a Avenida de Berna. Como a bilheteira online nos diz que o evento se encontra esgotado, resta tentar a sorte.
A estreia da ópera "Lucia di Lammermoor", de Donizetti, baseada na novela "The Bride of Lammermor", de Walter Scott, deu-se no San Carlo de Nápoles em 1835. Durante muito tempo Lucia foi relegada para a prateleira das óperas que tinham como único interesse a possibilidade que davam às cantoras de demonstrar as suas capacidades técnicas. Até que Callas a desenterrou e, usando a coloratura como forma de expressão dramática e não como mera habilidade, lhe deu nova vida. Não será de mais lembrar a referência absoluta que é a célebre gravação de Berlim (1955), com Callas, Di Stefano e Karajan, como não se pode falar de Lucia sem que nos venham à memória as vozes de Joan Sutherland e de Alfredo Kraus, que estes ouvidos ouviram no velhinho Liceu de Barcelona.
Dessay retoma o papel que interpretou no Met em 2007. Foi assim, com harmónica de vidro e tudo:
14.3.11
Pape Wagner
René Pape, com Barenboim e a Staatskapelle Berlin, tem um disco novo totalmente dedicado a Wagner quase a sair. Já podemos ouvir alguns excertos nesta página da Deutsche Grammophon.
11.3.11
6.3.11
Actus tragicus
A sala não encheu, mas nem por isso os programas de sala chegaram para todos. Aplaudamos, pois, a atitude ecologista do CCB, que nos incentiva a descarregar os programas dos seus concertos e a poupar nas árvores. Ficou sem programa? Aqui o tem.
Mas não, não foi isso o que nos disseram. O que nos disseram foi só podemos dar um por casal. Nós, que não somos egoístas, e que, embora sendo seis, não éramos três casais, contentámo-nos. E agora prepare-se: um dia destes ainda lhe dirão que só podem dar o programa ao cabeça-de-casal.
Uma das peças interpretadas pelo Divino Sospiro foi o Concerto Brandeburguês nº 6, cujo terceiro andamento, Allegro, podemos ouvir aqui. É a Orquestra Barroca de Freiburg que o toca:
2.3.11
Ninguém durma
Há um aspecto interessante nesta história. É que existem pessoas que gostam de cantar e até se ajeitam, e serão decerto mais que as que aparecem nestes programas. Seria bom que diversificassem o reportório mas, por conta de Pavarotti e do futebol, Nessun dorma é a ária que toda a gente conhece e puxa mais aplausos que Non piangere, Liù ou Ch'ella mi creda, para ficarmos em Puccini.
Imaginemos agora que essas pessoas tinham a possibilidade de estudar canto a sério e que havia teatros em Portugal onde elas pudessem cantar.
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