Nos últimos dias, além do futebol, a exposição de Joana Vasconcelos em Versalhes tem dado bastante que falar (visita muito aconselhável). Das mais rasgadas loas às críticas mais ferozes, há de tudo. Em Le Figaro, para não irmos mais longe, encontramos três artigos que lhe são dedicados: 1, 2 e 3.
Pode-se gostar das obras de Joana Vasconcelos, ou não, ou de umas sim e de outras não. O que me parece muito o Portugal-dos-pequeninos do costume é o orgulho nacionalista exacerbado, por um lado, enquanto do outro lado da barricada os críticos demolem Joana Vasconcelos, a artista do regime. Sabemos que no futebol também é assim. Ora somos os maiores, ora Cristiano Ronaldo é uma fraude e José Mourinho não é tão bom como se apregoa por aí. A regra da pequenez repete-se e aplica-se quando se trata de pintores, de escritores, de músicos, de quase tudo e todos. Por muito sucesso que se tenha, nunca se é suficientemente bom, principalmente aos olhos de quem não é ninguém, nem nunca será.
Pérola de forma irregular
Lembra-nos muito bem o artdaily.org que o termo "Barroco" é de origem portuguesa. E barrocas são também as valquírias de Joana Vasconcelos, as douradas mais que as outras.
The work of Joana Vasconcelos can only resonate with the duality of the Versailles project itself, this ambivalence between the classical and the baroque styles made explicit by Louis Marin. Versailles is the result of a production, a construction that is at the same time real, symbolic and imaginary. “Imaginary” in that it reveals the “baroque”, fantastic and fanciful desire to show absolute power. There is a curious irony of history here if one remembers that the term “baroque” comes from the Portuguese “barroco” that means an irregularly shaped pearl.
"Valquíria Dourada" na Galeria das Batalhas (© artdaily.org) |