31.7.12

Noites em São Carlos




















Nove núcleos expositivos em nove espaços diferentes: Foyer, sala principal, palco, camarotes, bastidores, camarins, técnica, corredores e Salão Nobre. Cenários, figurinos, guarda-roupa, adereços, fotografias, maquetas. Originais desde o século XVIII até aos nossos dias.

Toda a informação no sítio do Teatro Nacional de São Carlos.

27.7.12

Turandot ao Largo


27 e 28 de Julho
"Turandot"
Ferruccio Busoni
Ópera em Versão de Concerto

direcção musical: Moritz Gnann
 
Turandot: Sónia Alcobaça
Kalaf: Mário João Alves
Altoum: Nuno Dias
Adelma: Maria Luísa de Freitas
Barak: Luís Rodrigues
Truffaldino: Carlos Guilherme
Pantalone: André Baleiro
Tartaglia: Nuno Pereira
Rainha Mãe: Filipa Lopes
Uma cantora: Carolina Figueiredo

Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Orquestra Sinfónica Portuguesa

26.7.12

Presas por ter cão

O Festival de Bayreuth abriu ontem, envolto numa triste polémica por conta de um assunto muito delicado. Não me refiro ao caso do vestido de Angela Merkel, mas sim à saída do cantor Yevgeny Nikitin do elenco de O Navio Fantasma a poucos dias da estreia.

Nikitin é - era? - um baixo-barítono muito solicitado pelos grandes teatros da Europa e dos Estados Unidos e tudo indicava que continuaria a sê-lo - veremos -, não fosse o caso de se ter descoberto que tem tatuados no peito vários símbolos rúnicos comummente associados à ideologia nazi. A suástica já não está lá, foi substituída por uma estrela com um emblema, porém o caldo já estava entornado. A imprensa alemã mostrou as imagens e as manas Wagner, que actualmente dirigem o Festival, reagiram, conversaram com Nikitin e tê-lo-ão convencido a retirar-se da produção (quem ganhou com isto foi Samuel Youn - o Wanderer do "Siegfried" de Graham Vick no Teatro de São Carlos -, que saltou rapidamente para o papel de Holandês em substituição de Nikitin).

Nikitin tem-se desfeito em explicações contraditórias e pouco convincentes, insistindo no facto de ter decorado a pele nos seus tempos de juventude, quando fazia parte de um grupo de música rock, e de se ter arrependido. No entanto, alguns símbolos foram tatuados recentemente.

Bref. As manas Wagner, por quem não nutro especial simpatia (parecem apostadas em destruir o Festival criado pelo bisavô, apresentando cada ano produções mais horríveis que as anteriores), viram-se metidas numa grande alhada e são agora criticadas e acusadas de querer mostrar uma atitude politicamente correcta ou branquear a imagem de Bayreuth. Mas se não tivessem cão, o que andaria por aí agora de ai Jesus que Bayreuth continua nas mãos dos nazis?

A abertura foi assim, com Christian Thielemann a dirigir a orquestra,
e o Joaquim deixa-nos ouvir mais alguns excertos do Holandês que ontem estreou.

Samuel Youn e Adrianne Pieczonka como Holandês e Senta

Prémio Calouste Gulbenkian 2012

Ontem, o Prémio Calouste Gulbenkian 2012 foi atribuído à West-Eastern Divan Orchestra, criada por Daniel Barenboim e Edward Said em 1999 e composta por músicos de Israel, da Palestina e de outros países árabes.
Fundámos esta orquestra como um fórum onde jovens músicos israelitas e árabes pudessem compreender que somos todos iguais perante Beethoven.
Daniel Barenboim em 2003 (Público)


A escolha da West-Eastern Divan Orchestra é oportuna e exemplar a vários títulos: celebra o poder de comunicação universal da música e a sua capacidade de transcender divisões e conflitos; aposta nos jovens e na sua aptidão em encontrar soluções novas para problemas velhos; é uma chamada de atenção para um conflito que grassa há décadas e se repercute numa região inteira. Mas é também a celebração do valor do diálogo intercultural e do seu contributo para a harmonia e a paz.
Jorge Sampaio, Presidente do Júri

Ainda no sítio da Fundação Gulbenkian, podemos ler que "a West-Eastern Divan Orchestra tem a clara intenção de ajudar a ultrapassar as barreiras e os conflitos históricos entre israelitas e palestinianos, a partir do gosto pela música que os leva a conhecerem-se melhor e a superarem ódios e desentendimentos. Para os criadores da Orquestra, a única convicção política sobre o conflito do Médio Oriente é a de que nunca será resolvido pela via militar. Acreditando que os destinos dos dois territórios estão ligados para sempre, Said e Barenboim quiseram mostrar, com esta Orquestra, que só construindo pontes se pode encorajar as pessoas a ouvirem os dois lados do conflito".

13.7.12

Agenda

"Goyescas" ao Largo, mais logo e amanhã, às 10 da noite.

Direcção musical: João Paulo Santos

Rosario: Dora Rodrigues
Fernando: Mário João Alves
Pepa: Maria Luísa de Freitas
Paquiro: Luís Rodrigues
Uma voz: Ana Barros

Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Orquestra Sinfónica Portuguesa

12.7.12

Tosca - Recital/Colóquio

A Associação Ginásio Ópera apresenta:


Excertos da ópera "Tosca", com Paulo Ferreira, Sónia Alcobaça, o pianista Pedro Vieira de Almeida e a apresentação de João Maria de Freitas Branco.

É amanhã, 13 de Julho, às 18h00, no Palácio Foz.

© Paulo Ferreira (FB)

10.7.12

Outono/Inverno 2012

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Martin André e o OPART deram à luz, a ferros, a mini-temporada de Outono/Inverno 2012. Sabe-se que José Fardilha será Don Pasquale, quem cantará Thaïs é um mistério e o Gato das Botas regressa lá para o Natal.
Há mais umas coisitas, como a integral das sinfonias de Mozart a inaugurar a estação, numa maratona de três dias, terminando com o Requiem. Está tudo no sítio do Teatro de São Carlos.

8.7.12

Ensemble Berlin

Há dias que se transformam em tardes prodigiosas e é um privilégio estar neles e poder vivê-las. Comecemos pelo princípio: junto à estação de Sintra apanhámos um autocarro gentilmente disponibilizado pela organização do Festival que nos levou pela Estrada de Monserrate até à Quinta da Piedade, ao som de canções de Quim Barreiros e Marco Paulo.

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A história da Quinta da Piedade ficará para sempre ligada a Olga Nicolis di Robilant Álvares Pereira de Melo, Marquesa de Cadaval, que nela viveu e nela recebeu muitos dos seus amigos artistas, principalmente músicos. Se Sintra tem um festival de música de prestígio internacional, deve-o essencialmente a Olga Cadaval. Foi ela quem o impulsionou.

É notável a lista de artistas que de algum modo estão relacionados com a Marquesa de Cadaval, quer porque ela os protegeu com o seu mecenato, quer porque eram seus amigos: Nelson Freire, Martha Argerich, Jacqueline Dupré, Daniel Barenboim, Benjamin Britten (compôs em sua honra a parábola religiosa "Curlew River"), Gabriele D’Annunzio, Marinetti, Giacomo Puccini, Cole Porter, Maurice Ravel, André Malraux, Coco Chanel, Arthur Rubinstein, Ygor Stravinski, Mstislav Rostropovitch, Ortega Y Gasset, Graham Green, Saul Bellow, Maurice Maeterlinck, Cosima Wagner, Olga Pratts, José Vianna da Motta, Vitorino Nemésio, Fernando Lopes Graça, Maria Germana Tânger... (leia-se o Historial da Marquesa de Cadaval

Detalhe da casa de fresco
A quinta parece ter sido criada a pensar no prazer da música, nos divertimentos para as tardes de Verão.
Quando passamos o portão, a casa do século XVIII fica à esquerda e à nossa frente, em baixo, avistamos o pequeno jardim de buxo e a casa de fresco ao fundo, com a fachada de azulejos barrocos.

À esquerda do jardim de buxo está o palco, ao qual os músicos acedem subindo alguns degraus e onde vemos mais azulejos do século XVIII e esculturas representando putti e outras figuras com instrumentos musicais. E foi o que ia passar-se aí que nos levou para os lados de Colares.

Antes do início, uma senhora da organização anunciou que os músicos pediam desculpa pelo facto de a bagagem de um dos colegas (o trompista Martin Owen) estar perdida e ele ter de se apresentar sem trajo de concerto, uma vez que tinha chegado a Portugal havia poucas horas. Posto isto, passou-se ao que verdadeiramente interessava: o Divertimento. Um belíssimo Divertimento para oboé, clarinete e fagote de Mozart, seguido de dois quintetos para piano e sopros, um de Beethoven e o outro de Mozart. Aos músicos do Ensemble de Berlim juntou-se o pianista Shai Wosner.

Ensemble Berlin (fotos da quinta © telemóvel do Miguel Jorge)

Uma formação de sopros não é à partida o que me atrai a um concerto, eu que sou mais de piano e cordas. Contudo, algo me dizia que este concerto havia de ser muito bom. Pois não foi. Foi apenas excepcional. Foi um grupo de amigos que resolveram vir de Berlim para tocar na Serra de Sintra e deixar-nos com pele de galinha e com os olhos húmidos. Foram muitos os momentos sublimes. Um deles, um dos mais sublimes de todos, foi o segundo andamento do quinteto de Beethoven, quando os instrumentos começam a conversar uns com os outros: o oboé pergunta, o fagote responde que sim, a trompa retorque, o clarinete conclui e o piano sublinha. O que fascina nestes músicos é a cumplicidade que os une, a interpretação perfeita - Beethoven é Beethoven e Mozart é Mozart -, a técnica irrepreensível. Com instrumentistas deste calibre, como não há-de a Orquestra Filarmónica de Berlim ser a melhor do Mundo, dei eu comigo a pensar.
Os passarinhos gostaram tanto que começaram a acompanhar a música com os seus sopros naturais do alto dos ciprestes.

No regresso a Sintra, uma agradável surpresa: não havia música no autocarro!

Agora vou escrever aqui os nomes dos músicos para não me esquecer:
Christoph Hartmann, oboé
Andreas Ottensamer, clarinete
Mor Biron, fagote
Martin Owen, trompa
Shai Wosner, piano

E amanhã mais logo há Artur Pizarro em Queluz.

6.7.12

O Anel de Spencer Tunick

A Ópera do Estado da Baviera mostra agora em vídeo como Spencer Tunick movimentou as mil e setecentas pessoas que fizeram o seu Ring em Munique.

5.7.12

Les Troyens

Este é o mês d'Os Troianos. Daqui a pouco, às 18h00 de Lisboa, o canal Mezzo transmite a encenação de David McVicar em directo de Covent Garden, com Bryan Hymel (Enée), Eva-Maria Westbroek (Didon), Anna Caterina Antonacci (Cassandre) e o maestro Antonio Pappano.

Já nos próximos dias 24 (19h30) e 26 (11h30) teremos oportunidade de ouver, também no Mezzo, a produção de Carlus Padrissa (La Fura dels Baus), apresentada no Palau de les Arts de Valência em 2009. A direcção musical foi de Valery Gergiev, Elisabete Matos foi Cassandre, Daniela Barcellona foi Didon e Lance Ryan foi Énée.

2.7.12

Götterdämmerung em directo

O novo Crepúsculo dos Deuses de Munique será transmitido por live-stream no próximo dia 15 de Julho, às 4 da tarde (hora de Lisboa), no sítio da Bayerische Staatsoper. É pôr na agenda.

Eis o trailer: