Quando Pinamonti veio para Lisboa como director artístico do Teatro de São Carlos, fiquei bastante entusiasmado, tal como a maioria dos melómanos que gostam deste teatro. Aos poucos, o entusiasmo foi esmorecendo, como escrevi aqui, porque as temporadas nunca subiram de nível, apesar de algumas produções interessantes. O Teatro de São Carlos continuou a não se parecer com um teatro de nível internacional, espelhando um miserabilismo português, mais cultural que económico.
Eis que é anunciada a nova temporada e continua a pobreza de programação. Para pior. Sendo a ópera um espectáculo de arte total, os cantores são sempre os grandes protagonistas ou, na minha opinião, deveriam ser. Sempre foi assim, até ao momento em que se passou a dar mais importância aos encenadores, nem que eles apresentem visões que deturpem completamente o significado da ópera. Muitas vezes, seria preferível assistir a uma boa versão de concerto, com cantores à altura dos papéis.
Vamos ter, então, "Rigoletto" e "Tosca", com onze récitas cada (muitas, como se faz lá fora), "Os Contos de Hoffmann" (mais dez récitas) e as outras obras são consideradas de pequeno público, logo, pouca coisa (consultar o programa). De "Siegfried" nem se fala. Talvez para a temporada seguinte, se não acabarem por interromper definitivamente o ciclo d’"O Anel do Nibelungo", o que não deixaria de ser vergonhoso, depois do alarido que se fez em torno da produção de Graham Vick.
E os cantores? Nos últimos anos, Dimitra Theodossiou tornou-se a diva do São Carlos. Ninguém a conhecia até vir substituir Angela Gheorgiu na "Traviata", mas o público e Pinamonti gostaram tanto que passou a vir cantar em todas as temporadas. Os aplausos foram estrondosos, nunca percebi bem a razão. Parece que a nova Direcção está a querer encontrar uma substituta: Chelsey Schill. Quem será ela? Vai ser a Gilda ("Rigoletto"), a Serpente (em "Das Märchen" de Emmanuel Nunes, estreia absoluta), Servilia ("A Clemência de Tito"), Olympia ("Os Contos de Hoffmann") e Rainha da Noite ("A Flauta Mágica" em versão sub-16). Se calhar, se não estivesse Elisabete Matos apalavrada, também cantaria ela a "Tosca".
Eis que é anunciada a nova temporada e continua a pobreza de programação. Para pior. Sendo a ópera um espectáculo de arte total, os cantores são sempre os grandes protagonistas ou, na minha opinião, deveriam ser. Sempre foi assim, até ao momento em que se passou a dar mais importância aos encenadores, nem que eles apresentem visões que deturpem completamente o significado da ópera. Muitas vezes, seria preferível assistir a uma boa versão de concerto, com cantores à altura dos papéis.
Vamos ter, então, "Rigoletto" e "Tosca", com onze récitas cada (muitas, como se faz lá fora), "Os Contos de Hoffmann" (mais dez récitas) e as outras obras são consideradas de pequeno público, logo, pouca coisa (consultar o programa). De "Siegfried" nem se fala. Talvez para a temporada seguinte, se não acabarem por interromper definitivamente o ciclo d’"O Anel do Nibelungo", o que não deixaria de ser vergonhoso, depois do alarido que se fez em torno da produção de Graham Vick.
E os cantores? Nos últimos anos, Dimitra Theodossiou tornou-se a diva do São Carlos. Ninguém a conhecia até vir substituir Angela Gheorgiu na "Traviata", mas o público e Pinamonti gostaram tanto que passou a vir cantar em todas as temporadas. Os aplausos foram estrondosos, nunca percebi bem a razão. Parece que a nova Direcção está a querer encontrar uma substituta: Chelsey Schill. Quem será ela? Vai ser a Gilda ("Rigoletto"), a Serpente (em "Das Märchen" de Emmanuel Nunes, estreia absoluta), Servilia ("A Clemência de Tito"), Olympia ("Os Contos de Hoffmann") e Rainha da Noite ("A Flauta Mágica" em versão sub-16). Se calhar, se não estivesse Elisabete Matos apalavrada, também cantaria ela a "Tosca".
Suspiros ou saudades roxas, Scabiosa maritima L. chamou-lhe o Sr. L., Scabiosa atropurpurea chamam-lhe também. Para mim chega suspiros.