5 de Janeiro
Canto, afecto, personagem
12 de Janeiro
A Literaturoper, quando desaparece o libretista
19 de Janeiro
O ‘teatro de encenação’, existe ou não uma tradição na encenação da ópera lírica?
26 de Janeiro
Teatro de repertório, teatro a stagione, festival: qual o futuro do teatro lírico?
28.12.09
Nos Bastidores da Ópera
Jeremias Fisher
01-01-2010 a 04-01-2010
JEREMIAS FISHER - A HISTÓRIA DO MENINO PEIXE | Ópera de câmara com música de Isabel Aboulker
“Esta história é para as crianças solitárias. Ou que se tornarão um dia.”
É esta a dedicatória que Mohamed Rouabhi escreve na sua peça Jeremy Fisher.
Uma forma comovedora de introduzir a história deste menino, filho de uma família de pescadores que nasce sob o signo de Peixes e que de metamorfose em metamorfose se vai transformando num menino peixe, até chegar a hora de ir finalmente viver para o oceano.
É preciso muito amor e inteligência, por parte dos pais, para o aceitarem como ele é – diferente de todos os outros meninos –, e ainda mais para aceitarem que o têm de deixar partir, porque se não o fizerem Jeremias não poderá viver nem ser feliz. Uma metáfora para a transformação que todos nós sofremos ao longo do crescimento, em que deixamos de ser crianças dependentes dos nossos pais, para sermos adultos que precisam de partir para a sua própria vida. Uma ópera de uma simplicidade, poesia e profundidade arrebatadoras.
Intérpretes
Judith CATARINA MOLDER
Tom LUÍS RODRIGUES
Médico ARMANDO POSSANTE
PREÇOS
Dias úteis 3€
Fim-de-semana e feriados 5€
12.11.09
Encenadores perturbados pela matéria épica*
The most compelling of the three leading principals is Elisabete Matos, whose delivery of the prophetess Cassandra’s vain pronouncements had real urgency and was supported by radiant tone. I wish, however, that she had remained in the dignified flowing black dress she wore during Act 1 (costumes by Chu Uroz) instead of changing into pants with soccer-style kneepads for her scene with the Trojan women.
Adenda: Ler Bernardo Mariano no DN.
*Título roubado ao Raul.
3.11.09
O Ágrafo
Mais ou menos a um terço do seu caminho, o período começou a esboroar-se, a escapar ao meu sentido. Era um período longo, que se prestava a desmandos. Como se o tamanho fosse desculpa. Retomei-o do início várias vezes para obter sempre, no mesmo ponto, o mesmo resultado. E esse ponto era aquela contracção, uma contracção que desarranjava o período. Uma contracção que me desarranjava e transportava o mundo para a turbulência da sua infância. (...)
22.10.09
"Götterdämmerung" - Crepúsculo dos Deuses em São Carlos
- A sensação que fica é a de que o senhor não gosta de Wagner e, por isso, sempre que a orquestra toca um interlúdio (a Viagem de Siegfried no Reno, a Marcha Fúnebre de Siegfried), aparece uma movimentação de figurantes barulhentos com a única função de distrair o espectador, não vá ele aborrecer-se.
- O final engendrado pelo encenador deturpa completamente a visão que o compositor e libretista Richard Wagner nos queria transmitir: após a imolação de Brünnhilde e o incêndio de Walhall, com o decorrente fim dos deuses, Gutrune mata Hagen e suicida-se (!). Para quem foi, ou for, a São Carlos, aqui fica o aviso: a história não acaba assim. Com a sua ganância pelo poder do anel, Hagen segue as Filhas do Reno, que o recuperaram das cinzas de Brünnhilde, e é arrastado por elas para as profundezas do rio. É também óbvio que Wagner nunca imaginou que o mundo dos deuses pudesse acabar com um par a dançar uma valsa. Fará sentido?
- Na récita a que assisti (15 de Outubro), foi a orquestra o que mais me impressionou. Parece-me que o maestro Letonja e a própria orquestra têm vindo a assimilar a música de Wagner e estiveram muito bem, principalmente a partir da morte de Siegfried e até à cena final. Um ou outro deslize não comprometeram a récita.
- Susan Bullock, embora com algumas dificuldades ao longo da récita (a voz denotou alguma estridência), compôs muito bem a sua dificílima cena final.
- Stefan Vinke tem uma voz fortíssima mas não é agradável e falta-lhe o lirismo necessário ao dueto do prólogo. No entanto, esteve melhor que em "Siegfried", onde o seu papel é muito mais exigente.
- Sónia Alcobaça poderá ainda não ter a voz totalmente madura para o papel de Gutrune e, dependendo do local onde se está sentado no teatro, é mais ou menos abafada pela orquestra (um problema que se generaliza aos restantes cantores, devido à deslocalização do palco para a plateia - uma ideia interessante de Vick, mas que provou ter um efeito nefasto logo no início de "O Ouro do Reno", a menos que o espectador privilegie o efeito teatral e se esteja nas tintas para as notas que Wagner passou décadas a escrever).
- Julia Oesch é a valquíria Waltraute, irmã de Brünnhilde, com quem canta uma cena fundamental para o desenrolar da acção e da música. Graham Vick lembrou-se agora que podia utilizar bailarinos no papel de cavalos e ela entra em cena montada nos ombros de um rapaz. O efeito é interessante, ela é jovem, loura, magra, tem aquilo a que sói chamar-se uma cinturinha de vespa, e deve ter sido essa a razão que levou à sua escolha para o papel. Não vejo outra, uma vez que ela mal se ouvia.
- Johann Werner Prein continua a ser um Alberich competentíssimo.
- De Michael Vier (Gunther) e de James Moellenhoff (Hagen), nada a acrescentar.
- Nornas e Filhas do Reno, enfim.
e o filho Hagen (James Moellenhoff)
Adenda 2: Um dos figurantes caiu no fosso num dos momentos em que o chão se abre para entrarem ou saírem pessoas e objectos. Espero que não tenha ficado muito magoado.
14.10.09
Crepúsculo al fresco
O Ornitologia entrevistou o encenador Graham Vick (ouvir aqui).
6.10.09
Amália
5.10.09
99 Anos
3.10.09
Anne Sofie von Otter - Rosamunde
25.9.09
Melodia Interrompida
A partir de 1941, a poliomielite obrigou-a a interromper a sua carreira, mas Marjorie Lawrence ainda regressaria aos palcos, interpretando as personagens de Venus, Isolde e outras, sentada numa cadeira ou reclinada numa plataforma especialmente desenhada para ela pelo marido.
24.9.09
A Tosca do Met
-Mario! Mario! Mario!
-Son qui.
(Operalou)
16.9.09
Dia de Callas
(ver aqui)
15.9.09
O Jardim do Marquês
1 - Foi este palácio que albergou a colecção de arte de Calouste Gulbenkian antes da construção do Museu Gulbenkian.
Ler mais:
Wikipédia
Câmara Municipal de Oeiras
Guia da Cidade
8.9.09
Árvores de Portugal
Em Casa de Jorge de Sena
EM CASA DE JORGE DE SENA
Em fins de Maio pedi a Mécia de Sena que me desse uma longa entrevista para, com a mesma, alicerçar a “Semana Jorge de Sena” que o programa ESFERAS da CSB Rádio vai transmitir a partir de 28 de Setembro. Depois do seu simpático assentimento tratei de tudo: viagem, leituras, e tudo aquilo que é necessário para uma viagem destas – inclusive, declarar à Emigração dos EUA que nunca fui comunista, terrorista, e outras calamidades tais. Por coincidência espantosa recebi, dias depois de tudo combinado, uma carta de Mécia de Sena informando-me que Portugal finalmente iria receber os restos mortais do escritor. O seu a seu dono: a ideia partiu do actual Ministro da Cultura.
Isso não me coibiu de partir, obviamente, e, assim, cheguei a Santa Barbara, Califórnia, perto de Los Angeles, e estou desde então hospedado naquela que foi a última morada do escritor, onde a viúva ainda habita. E em Santa Barbara, na sua Universidade, o último local onde leccionou, Jorge de Sena é uma figura mítica. Continua a ser!
Têm sido dias estranhos: por um lado, este período suscita a Mécia de Sena recordações, saudades, revolta pelo facto de só passados 30 anos estar a acontecer o regresso do escritor a Portugal; por outro, felicidade por isso finalmente se realizar. Claro que não vou aqui contar o que ela me tem dito (têm sido dias e dias de conversa, e isso ficará para o programa radiofónico), mas o que me é mais estranho é habitar o espaço do escritor: utilizar a mesa onde ele tomava as refeições, pegar nos livros dele, ter a sua biblioteca à minha disposição, manejar os seus objectos e papeis, ver as suas fotografias, ouvir os seus discos – sim, aqueles mesmo de que ele fala no seu livro “Arte de Música”! – e ter a sensação de que ele continua vivo, não em estatuto (obviamente que assim continuará), mas mesmo em carne e osso, como se ele fosse entrar por aquela porta agora mesmo.
A casa é uma biblioteca, com milhares e milhares, e milhares de volumes, e estou neste momento a escrever num dos quartos, aquele em que estão os livros de biografias e da literatura brasileira. Mécia de Sena deixou tudo organizado como estava (dos livros falo, e do seu local e arrumação), e, assim, há a secção de história, a secção de literatura francesa, a de literatura inglesa, e por aí fora. Mécia de Sena tem passado os últimos 30 anos a sistematicamente arrumar, catalogar, salvar tudo o que é documento e recordação. Portugal dever-lhe-á ter um acervo absolutamente impecável e organizado – estive, por exemplo, há pouco, com o programa de um “Don Carlo” que Sena ouviu em São Carlos, aquele com Christoff, Bergonzi, Cerquetti, Simionato... tremeram-me as mãos, mas é natural: imaginar que ele o segurou durante toda a récita, há já mais de 50 anos.
E há a Califórnia, há o sol, houve no passado dia 6 a tal lua que deixou a “noite inchada”, e há, da minha parte, uma intensa comoção. Isto é um texto à pressa; serve apenas para partilhar contigo, Paulo, a maravilha e a exaltação que têm sido para mim estes dias.
Recebe um abraço deste português “comovido a oeste”
Jorge
7.9.09
Só uma perguntinha
6.9.09
Gwyneth Jones - D'amor sull'ali rosee
E depois encontrei um vídeo que no-la mostra na sua estreia em Covent Garden, em 1964, como Leonora de "Il Trovatore", apanhada à pressa para substituir Leontyne Price. A encenação era de Visconti e Giulini dirigia a orquestra da Royal Opera House.
D'amor sull'ali rosee
(coloraturafan)
D'amor sull'ali rosee
Vanne, sospir dolente:
Del prigioniero misero
Conforta l'egra mente...
Com'aura di speranza
Aleggia in quella stanza:
Lo desta alle memorie,
Ai sogni dell'amor!
Ma deh! non dirgli, improvvido,
Le pene del mio cor!
3.9.09
O Parque de Águeda
26.8.09
Die Seeräuber-Jenny,
Em duas versões à escolha do cliente: por Lotte Lenya, mulher do compositor Kurt Weill, e por Gisela May, grande senhora do teatro alemão que ficará para sempre ligada à história do Berliner Ensemble e da interpretação das obras de Brecht e Weill.
(rongcentury)
(vaimusic)
Die Seeräuber-Jenny
Meine Herren, heute sehen Sie mich Gläser abwaschen
Und ich mache das Bett für jeden.
Und Sie geben mir einen Penny und ich bedanke mich schnell
Und Sie sehen meine Lumpen und dies lumpige Hotel
Und Sie wissen nicht, mit wem Sie reden.
Und Sie wissen nicht, mit wem Sie reden.
Aber eines Tags wird ein Geschrei sein am Hafen
Und man fragt: Was ist das für ein Geschrei?
Und man wird mich lächeln sehn bei meinen Gläsern
Und man fragt: Was lächelt die dabei?
Und ein Schiff mit acht Segeln
Und mit fünfzig Kanonen
Wird liegen am Kai.
Meine Herren, da wird wohl ihr Lachen aufhören
Denn die Mauern werden fallen hin
Und am dritten Tage ist die Stadt dem Erdboden gleich.
Nur ein lumpiges Hotel wird verschont von jedem Streich
Und man fragt: Wer wohnt Besonderer darin?
Und man fragt: Wer wohnt Besonderer darin?
Und in dieser Nacht wird ein Geschrei um das Hotel sein
Und man fragt: Warum wird das Hotel verschont?
Und man sieht mich treten aus der Tür gen Morgen
Und man sagt: Die hat darin gewohnt?
Und ein Schiff mit acht Segeln
Und mit fünfzig Kanonen
Wird beschiessen die Stadt.
Und es werden kommen hundert gen Mittag an Land
Und werden in den Schatten treten
Und fangen einen jeglichen vor jeglicher Tür
Und legen ihn in Ketten und bringen ihn mir
Und mich fragen: Welchen sollen wir töten?
Und mich fragen: Welchen sollen wir töten?
Und an diesem Mittag wird es still sein am Hafen
Wenn man fragt, wer wohl sterben muss.
Und da werden Sie mich sagen hören: Alle!
Und wenn dann der Kopf fällt, sage ich: Hoppla!
Und das Schiff mit acht Segeln
Und mit fünfzig Kanonen
Wird entschwinden mit mir.
Brecht/Weill, Die Dreigroschenoper
6.8.09
Lua Cheia
Rusalka será sempre uma inadaptada. No mundo dos homens, sofre pela sua condição primordial de sereia e não fala; retornando ao mundo dos seres aquáticos, ela já não é um deles, pois foi-lhe dada uma alma humana.
É com exigências deste teor e outras ainda mais bárbaras, determinadas pela implacável Natureza ou pela inexorabilidade dos homens, que ninfas e nós temos de viver.
(Foly90)
Měsíčku na nebi hlubokém,
světlo tvé daleko vidí,
po světě bloudíš širokém,
díváš se v příbytky lidí.
po světě bloudíš širokém,
díváš se v příbytky lidí.
Měsíčku, postůj chvíli,
řekni mi, řekni, kde je můj milý!
Měsíčku, postůj chvíli,
řekni mi, řekni, kde je můj milý!
Řekni mu, stříbrný měsíčku,
mé že jej objímá rámě,
aby si alespoň chviličku
vzpomenul ve snění na mne.
aby si alespoň chviličku
vzpomenul ve snění na mne.
Zasvěť mu do daleka, Zasvěť mu
řekni mu, řekni, kdo tu naň čeká!
Zasvěť mu do daleka, Zasvěť mu
řekni mu, řekni, kdo tu naň čeká!
O mně-li, duše lidská sní,
ať se tou vzpomínkou vzbudí;
měsíčku, nezhasni, nezhasni!
nezhasni, nezhasni!
Sem título - III
(Obrigado, Teresa. Entretanto, no Dias com árvores...)
5.8.09
Reis, Filhos
4.8.09
3.8.09
À Música
(9 de Dezembro de 1915 – 3 de Agosto de 2006)
(baritonoguapo)
An die Musik
Du holde Kunst, in wieviel grauen Stunden,
Wo mich des Lebens wilder Kreis umstrickt,
Hast du mein Herz zu warmer Lieb' entzunden,
Hast mich in eine bess're Welt entrückt!
Oft hat ein Seufzer, deiner Harf' entflossen,
Ein süßer, heiliger Akkord von dir
Den Himmel bess'rer Zeiten mir erschlossen,
Du holde Kunst, ich danke dir dafür!
Oh arte preciosa, em quantos momentos amargos,
Quando a selvagem roda da vida me apertava,
Acendeste no meu coração a chama do amor,
Me levaste para um mundo melhor!
Muitas vezes um suspiro, fluindo da tua harpa,
Um doce e sagrado acorde vindo de ti,
Me mostrou um céu de melhores tempos.
Arte abençoada, eu te agradeço.
Duas obras de Mozart descobertas
A Internationale Stiftung Mozarteum já nos deixa ouvir as gravações (um prelúdio e um andamento de concerto). Ide lá.
31.7.09
Sem título - II (actualizado)
(Na margem do rio Sever, perto de São Salvador da Aramenha
e das ruínas da cidade romana de Ammaia)
30.7.09
Suggia toca Haydn
(...)
(in Wikipedia)
23.7.09
Maria de Nisa
E a propósito de águas, no dia 1 de Agosto inaugura o novo complexo termal da Fadagosa de Nisa, onde Joana Vasconcelos exporá mais uma das suas Valquírias. Esta é inspirada no artesanato de Nisa e nos enxovais que tradicionalmente integravam os dotes das noivas nisenses.
15.7.09
Magdalena Kozená au Festival d'Aix-en-Provence
Lettere amorose
Private Musicke (direction et guitare baroque) Pierre Pitzl
Private Musicke (guitare baroque) Hugh Sandilands
Private Musicke (colacione) Daniel Pilz
Private Musicke (harpe) Reinhild Waldeck
Private Musicke (violone) Richard Myron
Private Musicke (orgue) Norbert Zeilberger
(Fonte)
A Nova Temporada
Então teremos também "Trouble in Tahiti", "L'Ocasione Fa il Ladro", "O Morcego" (com a participação de Maria Rueff [*]), "As Bodas de Figaro", "Eugene Onegin" e, do lado das óperas a bem dizer desconhecidas, uma barroca - "Niobe, Regina di Tebe", de Agostino Steffani - e uma portuguesa - "Dona Branca", de Alfredo Keil, baseada no poema de Almeida Garrett -. O artigo do Público dá mais algumas informações sobre a programação, mas muito poucas sobre os elencos. Adianta, sim, que eles estão muito satisfeitos com a "abertura do teatro à comunidade" e com a "democratização do acesso à cultura".
* Várias notícias mencionam a participação de Maria Rueff na opereta "O Morcego", mas não li nenhuma menção aos intérpretes dos principais papéis. Talvez isso seja um assunto de pouca importância. De igual modo, anuncia-se que Stefan Vinke será novamente Siegfried e Michael Sheler desempenhará o papel de Gunther, em "Götterdämmerung", mas continuamos a não saber se Susan Bullock volta como Brünnhilde.
9.7.09
D'amor sull'ali rosee
Vorrei donarti una rossa gerbera coi colori della passioneD'amor sull'ali rosee, de "Il Trovatore"
ed una rosa gialla densa di gelosia
ed una margherita pura come il tuo sorriso
ed un giacinto col profumo del sole
e avvolgerli tutti col colore del cielo.
Mara Zampieri, 1982
(Wolfcrag85)
D'amor sull'ali rosee
Vanne, sospir dolente:
Del prigioniero misero
Conforta l'egra mente...
Com'aura di speranza
Aleggia in quella stanza:
Lo desta alle memorie,
Ai sogni dell'amor!
Ma deh! non dirgli, improvvido,
Le pene del mio cor!
Quem esteve no Coliseu dos Recreios de Lisboa, terça-feira dia 11 de Abril de 1978, nunca esquecerá o que lá se passou. A seguir à ária do 4° Acto ("D'amor sull'ali rosee") explodiu uma ovação tal que a récita, pura e simplesmente, parou. Os gritos, as palmas - e que gritos, que palmas! Os minutos sucediam-se uns aos outros e a ovação não parava nem esmorecia de intensidade. De vez em quando, a Zampieri inclinava ligeiramente a cabeça, em gesto de agradecimento: era evidente que ela não queria sair da personagem. As palmas e os gritos redobravam. (*)
Frederico Lourenço, Amar Não Acaba
8.7.09
Ainda Maria João Pires
No entanto, ainda a propósito, parece-me interessante ler o que escreveram Daniel Oliveira (arrastão), Luis Rainha (cinco dias) e Jorge Rodrigues (neste comentário).
Daniel Oliveira:
(...) Claro que preferia que Maria João Pires continuasse a tentar mudar as coisas aqui mesmo. Mas compreendo o desalento, quando a ignorância está há tanto tempo no poder. Um país não pode vangloriar-se dos seus artistas enquanto os trata como inúteis e subsidiodependentes. Há décadas que Portugal dispensa os seus artistas. E se os artistas começarem a dispensar Portugal?
Luis Rainha:
(...) «Era bom que os restantes parasitas lhe seguissem o caminho», conclui o bravo contabilista [Carlos Guimarães Pinto], se calhar até educado numa universidade estatal, parasita até mais não. Por mim, que siga; gente que não consegue ver para lá das contas de merceeiro, desprezando o que desconhece ou não compreende, não faz grande falta: morcões com dinheiro já cá temos às carradas. Grandes pianistas é que nem por isso.
3.7.09
Maria João Pires recusa ser portuguesa
(deutschegrammophon1)
1.7.09
Pina Bausch - II - As Cores dos Sons
Eu gosto de sons azzurro-chiarro.
(ESTETTE)
30.6.09
24.6.09
23.6.09
Cravos para Rosalía
Galicia frorida,
cal ela ningunha,
de froles cuberta,
cuberta de espumas.
D'espumas qu'o mare
con pelras gomita,
de froles que nacen
ó pé das fontiñas.
Rosalía de Castro, Cantares Gallegos