3.7.09

Maria João Pires recusa ser portuguesa

Leio no Público que Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa e espanto-me com os comentários dos leitores. Ou talvez não. Afinal deve ser essa a razão que a leva a tomar esta atitude. Se nos lembrarmos dos escritores, pintores e outros músicos que optaram por deixar este país, talvez percebamos que ele é demasiado pequeno para os maiores. Os sucessivos governos espelham a mesquinhez do povo que os elege.

(deutschegrammophon1)

32 comentários:

  1. Anónimo3.7.09

    "...lembrarmos dos escritores, pintores e outros músicos que optaram por deixar este país..." está a falar de quem propriamente? Tenha juizo. Há muita gente que emigra por questoes de "vantagem" já que portugal nao é o centro do mundo, agora renunciar a ncaionalidade é uma coisa distinta.

    ResponderEliminar
  2. Anónimo, agradeço o seu comentário.

    ResponderEliminar
  3. Estou inteiramente de acordo com a atitude de MJP. Não se merece melhor por estas terras! É tempo de ir embora sem olhar para trás!

    ResponderEliminar
  4. Tenho o mesmo sentimento, e fiquei em choque.... Logo a noite tambem sairá um post pelo meu blog sobre esta notícia: És bom? Só lá fora!

    Só mesmo la fora... Aqui ninguem reconhece quem tem valor.

    Bem-haja,
    CA

    ResponderEliminar
  5. Anónimo3.7.09

    Será que o Miguéis, o Sena, Vieira da Silva, Mário Branco emigraram por questões de vantagem? Não dar apoio continuado a alguém que cria um projecto de enorme impacto geográfico e social é uma questão de política ou de ignorância?
    Continuamos a ser ignorantes, arrogantes e anónimos.

    Maria Helena

    ResponderEliminar
  6. Lamento Paulo, mas esta atitude da Maria João Pires, sinceramente, não me aquece, nem arrefece...e não me choca, porque não me surpreende e até já esperava...Foi uma opção pessoal da cidadã portuguesa MJP, abdicar da nacionalidade; está no seu direito. Mas julgo que o faz, fruto de desalento...desapontada com a atitude de sucessivos MC (dos quais até julgo nem terá razão de queixa),como se o estado lhe "devesse" mais respeito...enterrando mais dinheiro público em algo OBVIAMENTE, se bem intencionado, mal gerido!! Não confundamos a artista talentosa, com a visionária de um projecto cultural educativo, de grande mérito, mas sem viabilidade económica para continuar...tenho um profundo respeito e admiração pela intérprete, não me interessa a nacionalidade que prefere,não a admiro mais nem menos por ser portuguesa ou brasileira, mas lamento que a própria confunda o respeito que lhe devemos, com o tratamento diferenciado em relação a outros empresários que julga merecer. A cultura deve ser apoiada pelo estado, e os artistas nacionais, acarinhados, evidentemente. Não foi, por não lhe darem valor(artístico), que ela se foi embora...mas tão simplesmente, por não lhe terem dado sempre,tudo o que queria...e isso, sabemos, se todos reagissemos assim...não restava cá nenhum português!

    ResponderEliminar
  7. Também li os comentários e como sempre existem quem aproveite o anonimato para dizer o que de mais ridiculo lhe passa pela cabeça!

    Percebo as razões da mudança de MJP, não conseguiu o queria cá e não faz melhor de que procurar por outro lado!
    Quanto à renúncia da nacionalidade portuguesa, essa é do mais patético que existe, uma afronta para todos os que se orgulham do país à beira mar plantado! Com essa forma de estar é com agrado que a vejo atravessar o oceano!

    Abraço

    ResponderEliminar
  8. Não percebo. Se queria iniciar um projecto no Brasil a nacionalidade portuguesa incomodava-a? Esta atitude vai trazer-lhe algum benefício? A renúncia à nacionalidade é uma vingança contra um país que, julga ela, não a merece. Mas a vingança é um sentimento mau e, neste caso, completamente injustificado.

    ResponderEliminar
  9. Como eu entendo Maria João !!! Moro entre os dois países há muitos anos e vejo a diferença de mentalidades. Já há mtos anos lá me disseram: " O seu país é muito bonitinho, pena ser governado por portugueses ... " Vejam o espectáculo que nosso Ministro deu ontem para o mundo!! Nós merecemos.
    Vá, Maria João, vá ser feliz na VIDA, pq ninguém a poderá viver por si. E a sua vida só a si lhe diz respeito.
    Parabéns Brasil !! Eu te amo, pq tb me acolheste de braços abertos.

    ResponderEliminar
  10. O que eu me interrogo é quem é que sai pior na fotografia? O estado e a nação portuguesa por não terem feito tudo para que MJP tivesse gosto em cá trabalhar, ou MJP com as suas atitudes auto-complacentes, por vezes raiando a vaidade arrogante, que pouco fizeram para que ela se tornasse num valor e numa figura querida dos portugueses?

    Ainda agora estou a ouvir o seu CD com obras de Chopin. Admirável. Obrigado Maria joão Pires pianista, cuide melhor de si Maria João Pires brasileira. E não deixe de cá vir de vez em quando.

    ResponderEliminar
  11. Como eu entendo MJP... principalmente quando se vê no país cenas como esta ...

    ResponderEliminar
  12. Anónimo3.7.09

    Só grande miopia cerebral poderá afirmar que Maria João Pires sai do país porque Portugal não está no centro ainda que se use aspas . O centro será então o Brasil?
    Maria João Pires pede outra nacinalidade , e faz bem , conheça-se um pouco o que é dito no público online , opinião dos portugueses e fica-se arrepiado !
    Se eu fosse artista deixa este país entregue à Música Pimba , e
    ala!
    Tem razão a comentadora que cita nomes de pessoas que se foram embora , prova é que te m memória histórica e não vai atrás de pseudo- inteligencias ,

    RSj

    ResponderEliminar
  13. Já tinha sofrido o "choque" quando li uma notícia na Diapason do mês passado que se referia a Maria João Pires como "a pianista...brasileira". É uma pena que o seu projecto de Belgais tenha sido um fracasso financeiro, mas parece-me que isso é apanágio de tudo o que tem a ver com os projectos culturais de qualidade - a inviabilidade financeira. Sem mecenas ou ajudas do Estado à altura, tem sido e será sempre assim. Pois é, Paulo, ficamos tristes por duas razões: A mudança de nacionalidade e o fim de Belgais. Mas parece que já há uma solução qualquer para salvar a Escola de Música.

    Bjs.

    ResponderEliminar
  14. Anónimo4.7.09

    Ó Mário
    A questão é mesmo essa! O Estado e os portugueses fizeram TUDO para que MJP cá ficasse!!! E não ficou...
    Muito do que se tem escrito nos blogs e nos comentários à notícia do Público é a mais pura das verdades. MJP ganha mais de 1 milhão de euros em cachets por ano, esbanja dinheiro com as filhas para diminuir a culpa por não lhes ter dedicado tempo suficiente no passado (li que a filha mais velha, que continua em Belgais, ganhava 3.500 euros por mês sem saber nada de educação artística), desdenha notoriamente os outros intérpretes portugueses... e ainda por cima reclama apoios públicos!
    E o que me escandaliza mais é isso mesmo: MJP não precisa do dinheiro para si própria. Ganha o suficiente, tem uma casa maravilhosa no Brasil, faz a vida que quer! O que me revolta é que esta vitimização constante e a extorsão sistemática de dinheiros públicos se destina unicamente a permitir que as esponjas das filhas continuem a viver às custas dos nossos impostos!
    MJP está-se nas tintas para a educação artística em Portugal (nunca pôs os pés em nenhuma iniciativa de outra entidade além dela própria com essa finalidade)!
    A rejeição da nacionalidade portuguesa não me espanta. É mais um delírio! O que me espanta é que outras pessoas da "entourage" de MJP tenham acabado de pedir a nacionalidade portuguesa para poderem aqui beneficiar de algumas facilidades.
    É irónico, não é?
    Não é raro o talento andar completamente afastado do bom senso!

    ResponderEliminar
  15. Pois é, não venho dizer nada de novo, mas também achei a atitude da MJP uma tentativa de afronta inútil, já que as pessoas que ela pretende atingir se estão borrifando para a nacionalidade que ela escolhe, e desaponta todos aqueles que gostam dela e a apoiam em Portugal. E como alguém disse nos ditos comentários, se toda a gente talentosa que já levou pontapés de quem tem poder mudasse de nacionalidade, este país era um poço de mediocridade ainda maior. Acho perfeitamente legítimo que as pessoas procurem o melhor lugar do mundo onde o seu trabalho seja valorizado. Mas ninguém pode fugir áquilo que é. Com todas as virtudes e defeitos somos portugueses. E eu admiro muito mais as pessoas que preferem ignorar e contornar os defeitos e fazer valer as potencialidades. Essas pessoas são referências, dão alento, fazem-nos acreditar que podemos fazer algo disto. E ela terá desapontado muita gente que sente necessidade de ter como referência gente talentosa. E nunca deixará de ser portuguesa, porque a identidade não é algo que se tire como uma peça de roupa.

    Mas também, como alguém disse nesta caixa de comentários, a decisão é dela e tem o direito de a tomar. Nós só temos o direito de ficarmos desapontados com ela.

    ResponderEliminar
  16. Paulo
    "pequeno é o País e pequenas são as pessoas que nele habitam " é a frase que me ocorre ao ler algum dos comentários aqui publicados e também nos jornais, à decisão de MJP.
    Portugal é assim ... mas também quem a manda tocar piano e querer ensinar música a crianças fora de Lisboa ? Se ao menos jogasse futebol teria todos os apoios.
    Um abraço desolado

    ResponderEliminar
  17. Pois é, não sei que dizer: fiquei contente por ela, que sabe para onde ir, e triste porque a cultura continua a não conseguir viver sem subsídios, enquanto há tantas empresas que se esforçam por sobreviver sem subsídios nenhuns.

    ResponderEliminar
  18. Sendo de consenso geral o talento e qualidade artística de MJP, isso não significa que pode, sabe ou deve "gerir" (com a ajuda de familiares) Centros de Estudos Artísticos, num qualquer lugar do país, só porque o acha bonito, tranquilo ou "porque sim", sem ter havido qualquer estudo de viabilidade, dado estar a ser utilizado dinheiro do estado ou da UE.
    Manter o "sucesso" (fictício) de qualquer projecto, somente à custa de subsídios, não me parece uma aposta ganha. No entanto, convidá-la a fazer parte de um projecto, seriamente pensado, onde pudesse ensinar e, através do seu prestígio internacional, captar alunos de todo o mundo, isso já teria sido boa ideia.
    Com todo o respeito: Demasiado mimo!

    ResponderEliminar
  19. Obrigado por todos os comentários.

    Completando a minha ideia, acrescento que me entristece que se olhe para o caso Maria João Pires/Belgais apenas do ponto de vista contabilístico. Reduzi-lo às questões de deve e haver é negar a importância artística do projecto e a relevância da própria pianista.

    ResponderEliminar
  20. J. Ildefonso.6.7.09

    A comentadora Eva Gonçalves expressa o que eu penso com maior clareza do que aquela que eu conseguiria.
    Caro Paulo qualquer instituição que receba dinheiros estatais tem obrigatoriamente que prestar contas dos mesmos. Pareçe-me justo e necessário.
    Relativamente aos outros comentários vejo-me obrigado a descordar e sinceramente pareceçe-me que a Maria João Pires não se interessa muito pelo nosso país ou a nossa cultura nem me parece que tenha uma relação especial com o nosso público apesar de todo o entusiasmo de que é alvo. Nunca a ouvi tocar uma peça musical Portugue. Alguém ouviu? Um encore que seja. O que obviamente não invalida todo o merito que tem. Desejo-lhe muita sorte e que continue a gravar e atocar em Lisboa.

    ResponderEliminar
  21. fina6.7.09

    Repare-se na quantidade de jovens talentosos - cientistas, artistas de vários quadrantes das artes, maestros e tantos tantos, de outras profissões, que tiveram de emigrar para sentir o justo reconhecimento!
    Penso que não se trata de um problema de gestão. É um problema muito mais importante - é a falta de visão de quem nos comanda, desde há muito tempo. O que falta a Portugal é VISÃO!

    ResponderEliminar
  22. Anónimo6.7.09

    João Ildefonso,
    A Orquestra Gulbenkian, Metropolitana de Lisboa,o Pizarro,o Rosado, o Sequeira Costa começam ou fazem encores com peças de compositores portugueses??!!
    A qualquer dos que mencionei já os ouvi em vários locais da Europa e não me recordo de o terem feito.
    Quanto a prestar contas estás assim tão certo de que não foram prestadas contas?! Onde recolheste essa informação? Em que café?
    Beijo

    Maria Helena

    ResponderEliminar
  23. J. Ildefonso.7.7.09

    Querida Helena

    Segundo o que foi divulgado na imprensa.. não, não foi no café... a razão da não atribuição de mais subsideos teve a ver com questões contabilisticas e não com o mérito do projecto. Se realmente assim é não vejo porque é que a Maria João Pires deva ter tratamento priviligiado realmente a todas as outras pessoas que usufruem de beneficios do Estado sejam eles carpinteiros, pescadores , musicos ou politicos. É suposto serem passados recibos e sabermos onde gastamos o dinheiro que nos é atribuido. Se a informação divulgada na imprensa é falsa então a Maria João Pires deve recorrer à justiça para ser reposta a verdade.
    Onde mora não me interessa. Cada um é livre de mudar de residência e de habitar no país que deseje seja por razões afectivas, profissionais ou por mero capricho. Relativamente à mudança de nacionalidade parece-me uma birra mas conforme já afirmei não me parece que a artista tenha uma relação afectiva priveligiada com o País o que seja como for também é legitimo e só a ela lhe diz respeito.
    Relativamente à outra questão que a Helena colocou o Sequeira Costa nunca o ouvi. O Pizarro já o ouvi tocar música Portuguesa e tenho a excelente gravação do Concerto para piano do Viana da Mota. O Rosado também já o ouvi tocar os compositores nacionais com grande profissionalismo.
    Creio que é tudo o que tenho a dizer.

    ResponderEliminar
  24. Anónimo7.7.09

    O problema não são os politicos portugueses, não é a localização geográfica do país, não são os espanhóis nem os americanos. O problema de Portugal, é ele ter cidadãos que aceitam tudo o que lhe deem para à mão. Não se é exigente. Vivemos sobre o mote: p'ra quem é, bacalhau basta. Adoramos improvisar e até temos orgulho er sermos uns cracks no improviso - Eu improviso quando necessito de algo e não o tenho.

    http://failblog.org/2009/06/25/keypad-fail/

    Fomos pelintras, somos pelintras e continuaremos a sê-lo em quanto nao mudarmos a nossa forma de pensar. Conheço muitos que dizem ter muito orgulho em serem portugueses. Portugal não precisa de orgulhosos.

    ResponderEliminar
  25. A última entrevista que MJP deu a um orgão de comunicação português foi, salvo erro, a mim, em Julho de 2006, na sua casa em Salvador. Ela estava magoada com o país. Por causa do projecto de Belgais, que ela considerava não ser apoiado por Portugal.Uma conversa que me estava a custar gravar, pois sabia da celeuma que a mesma iria causar. MJP sentia-se abandonada pelo país, chegando inclusivamente a afirmar que se sentia por ele torturada. Poderia ter-se, talvez, resolvido esta zanga se tivesse havido bom-senso. Mas não houve! Os artistas, os grandes artistas, são, como se sabe, e não poderia ser de outra maneira, pessoas com uma sensibilidade extrema. Quem lida com eles ou sobre eles escreve também deveria perceber isso. E deveria perceber que os artistas, quando se sentem acarinhados (mesmo a um grau que a maioria dos mortais acham demasiado) se dão todos, com todas as suas energias. Conheço grandes artistas pessoalmente e sei do que falo.
    O que aconteceu foi que assim que as palavras de MJP foram para o ar, logo um grupo de jornalistas nelas pegaram sem nunca ter em conta o que de positivo a pianista disse sobre o país. Alguém ouviu repetido que em Portugal havia imensa gente que a compreendia, que a amava, que a respeitava, e que ela sabia muito bem disso? Eu, confesso, não vi. Apenas vi repetido, trisado, quintuplicado, em frases gordas: Sinto-me torturada!, etc., etc. Transformaram logo o caso na novela das sete. Ora isso radicalizou de imediato as coisas, sem dar hipótese a uma reconciliação.
    Todas as pessoas têm direito a sentir, desde que sintam verdadeiramente, e não finjam. MJP está magoada com Portugal. Mesmo que achemos que não tenha razão, há que fazer um esforço de aproximação. Ela não precisa de Portugal (embora eu esteja convencido que muito de Portugal se esconde naqueles olhos negros e na maneira como brilham), e Portugal só tem que se orgulhar dela. É o que eu penso. É que daqui a cem, duzentos anos, como é que julgam que vai ficar a história? Estou a imaginar "Nos inícios do século XXI alguns dos maiores músicos do país fugiram para o estrangeiro, e alguns deles abandonaram a nacionalidade portuguesa". E não vão estar a referir histórias de recibinhos verdes mal passados. É uma questão de prioridades intelectuais, artísticas, históricas. Quando artistas como Sequeria Costa (recordam-se a entrevista na televisão há poucos meses?) e como MJP falam assim de Portugal (e, atente-se, apenas estou a nomear pianistas) creio que deveríamos parar todos um pouco para pensar. O que é que queremos que o futuro pense da nossa geração? O mesmo que hoje pensamos dos portugueses que lidaram com Camões, com Pessoa, que não foram percebidos no seu tempo? O mesmo que dos portugueses que tão mal trataram Viana da Mota? O mesmo que dos portugueses que sonegaram um prémio a Saramago, que ele tinha ganho?
    E, a propósito dos recibinhos verdes mal passados, e para aqueles que acham bem que MJP se vá embora por causa disso - já alguém fez as contas aos milhares e milhares e milhares de Euros que vão deixar de entrar no erário público se MJP nos deixar? Os cachets, as percentagens de discos, etc., etc.
    Reflexões que gostaria de deixar aqui. É a minha opinião, não quero entrar em contendas inúteis. Apenas acho que os seres humanos se enriquecem trocando ideias, e eu enriqueci-me com o que li nestes muitos comentários que aqui foram expostos.

    PS: Outra - os portugueses e os jornalistas portugueses ligam "tanto" a MJP que só agora acordaram para o facto de ela querer deixar de ser portuguesa. isto porque há já mais de um mês que as revistas estrangeiras da especialidade chamam a MJP uma pianista "bresilienne". Ninguém leu, ninguém se importou, ninguém se chocou. Isto é que é um interesse.

    ResponderEliminar
  26. João Martins8.7.09

    Não consigo abordar estes assuntos com esta singeleza. Mas também tento estabelecer a minha simplicidade nas minhas explicações.

    Tomamos sempre o partido do que gostamos e não do que parece certo.

    De qualquer modo, não existe uma caracterização fácil e simples para o que é certo, mesmo com a identificação que nós gostamos de criar entre as duas coisas, o gosto e o certo, maquilhando essa tentativa.

    Esta afirmação é também em si falaciosa porque se não identificamos o gosto com o desejo, enlouquecemos, … mas adiante.

    Neste momento estou pessimista e acho que nós somos aquilo que conseguimos fazer. Faz-me confusão estes comentários todos a desejar outro país. Isso para mim não faz sentido.

    Para quem gosta de atribuir culpas…
    Se alguém critica e não conseguiu mudar o país, a culpa é sua. A culpa, que quer atribuir a outros, é sua porque falhou. A culpa não é dos restantes portugueses que não querem mudar e querem ser assim.

    Mas não desistam, todas as contribuições são boas, … e estes comentários, com criticas uns aos outros, parecem bem melhores que esses outros presentes nos sites dos jornais. Não leiam estes, por favor.

    Obrigado pela atenção.

    ResponderEliminar
  27. Gostaria apenas de acrescentar o seguinte, pela enorme consideração que tenho pelo Jorge Rodrigues.Tem toda a razão, quando diz que nos enriquecemos a trocar ideias. Uma das razões pelas quais o programa Rittornelo,(que a todos que o ouviam, deixou saudades),era de uma qualidade invejável,entre muitos outros motivos,era pela eloquência e sensibilidade do entrevistador, profissionalismo e profundo respeito pelos convidados ( e pelos ouvintes),coisa muito rara na comunicação social hoje em dia, transformando cada conversa numa delícia para os ouvintes. Compreendo perfeitamente que conhecendo mais de perto a artista, como conhece tantos outros artistas, seja mais fácil de interpretar correctamente afirmações ou atitudes dos mesmos, que outros apenas conhecem através do que é veiculado pela comunicação social.Confesso que não conheço pessoalmente MJP, e também não tenho a opinião, como em muitos outros sítios vi comentar, que é uma pessoa arrogante, apesar de não me surpreender esta sua atitude. Como já tive ocasião de dizer acima, tenho até muito respeito e consideração pela pianista, mas... abdicar da nacionalidade?...não lhe parece uma atitude extrema, e sem fundamento? Também compreendo quando fala na sensibilidade acrescida dos artistas...é verdade, reconheço-o, conheço vários de outros meios...talvez por isso mesmo, lhes perdoamos os excessos...pessoalmente Jorge, não deixei de me orgulhar dela ser Portuguesa(sim porque...continua a sê-lo...independentemente do que disser um papel qualquer...).O que tenho pena,de facto, é que ela ache que isso vá mudar alguma coisa...porque não vai...
    Em relação ao que a história julgará, essa é uma incógnita...também compreendo que as questões financeiras envolvidas possam ser vistas como mesquinhas e "menores",perante estas perdas de artistas Nacionais mas na realidade, também não são...e infelizmente, fazem parte da situação gerada. Na realidade, penso que nós não os "perdemos", pois eles continuam a ser Portugueses, e a estar no imaginário colectivo nacional...na realidade, eles é que perdem...renunciando à sua herança cultural. E também é pena que as pessoas aproveitem para ofender e dizer disparates. É pena, realmente. Ninguém contesta o mérito do projecto de Belgais, mas também é preciso reconhecer que não tem sido bem gerido...é pena, mas não deixa de ser facto.Os projectos educativos, culturais ou empresariais, comportam sempre riscos...mas não podem (nem devem) ser eternamente subsidiados, sem qualquer contrapartida.
    Para terminar, este comentário enorme,(pelo qual peço desculpa) aqui fica uma palavra de apreço especial por todos os artistas nacionais, que com ou sem subsídio, com ou sem apoios do MC ou de privados, contra todas as dificuldades, permanecem em Portugal, e se orgulham de ser Portugueses!

    ResponderEliminar
  28. Meu caro,

    Sobre isso, escrevi isto:

    http://valkirio.blogspot.com/2009/07/maria-joao-pires-recusa-ser-portuguesa.html

    Melhores cumprimentos

    José Magalhães

    ResponderEliminar
  29. Meu caro,

    Chegado aqui por mero acaso, com o seu consentimento, vou colocar este seu sítio na lista dos meus favoritos

    Melhores cumprimentos

    José Magalhães

    ResponderEliminar
  30. Caro Paulo,

    Obrigado pela correcção.
    De facto o link para o meu "post" é.

    http://atributos-1.blogspot.com/2009/07/afinal-e-tudo-mentira.html


    Melhores cumprimentos

    José Magalhães

    ResponderEliminar
  31. Caro Paulo,

    Há muito tempo que deixei de me sentir português. Não sei aliás o que é ser português. Será que é vibrar com o Cristisno Ronaldo? Que é bom a dar pontapés na bola,a espatifar carros e a escandalos com umas miudas em hoteis. Não vibro. Vibrar com a selecção e trazer uma bandeirinha no carro? Jamais. Ter orgulho do nosso clima? Mas este tem a ver com a nossa situação geográfica. Não com o facto de sermos portugueses.
    Ter orgulho da nossa história. Sim, da época em que demos novos mundos ao mundo. Tudo começou com a inclita geração, e as 3 gerações seguintes. Reza a história que D. Filipa de Lencastre, uma Lencaster, isto é uma bifa foi a grande responsável pela educação esmerada de inclita geração. Passadas 3 gerações voltamos ao que eramos.
    Orgulho de termos sido campeões mundiais de Hoquei em patins, uma modalidade que nunca teve estatuto olimpico?
    Orgulho de estarmos a andar como o caranguejo?
    Orgulho nos nossos politicos? Orgulho no nosso povo? Nos seis milhões de benfiquistas? No povo que passa a vida nos shopings?

    Claro que há coisas boas em Potugal. Como as há em todo o mundo. E com as globalizações e outras coisas acabadas em ões,que geram no nosso país gente não portuguesa, portugal é cada vez mais uma amalgama.

    Eu sinto-me um cidadão do mundo. Que em qualquer lado posso estar bem. Se rodeado de pessoas educadas,de pessoas amigas e de gente civilizada, Será pecado não me sentir português?

    Antonio

    ResponderEliminar
  32. Paulo
    eu não sou ninguém para emitir juízos de valor sobre a atitude de MJPires; não tenho senão algum gosto musical e também algum senso comum.
    De tudo o que li aqui e noutros locais, pois reconheço ser Maria João Pires o expoente máximo do virtuosismo musical clássico actualmente e sei que é portuguesa.
    Pode ter e terá com certeza razões de queixa de entidades que não deram cobertura aos seus anseios de formação artística; mas também deveria ter como pessoa de sensibilidade que penso que seja, algum orgulho de ser portuguesa, pois nunca vi o Estado português empenhar-se tanto nos projectos algo utópicos que ela tinha em Belgais, em comparação com outros projectos menos complicados.
    Há algo de arrogante e de vingativo na sua atitude e tem que se saber separar a artista insigne da pessoa que ela é.
    por muito que me custe, e custa, com certeza, que vá e que seja feliz e consiga concretizar os seus "Belgais" em terras brasileiras, enquanto nós por cá, continuaremos cada vez mais a receber brasileiros que não têm possibilidade de construir as suas vidas no Brasil.
    Há aqui, nesta atitude de M.João Pires uma grande falta de humildade e a humildade não fica mal a ninguém, nem àqueles que são geniais.
    Abraço.

    ResponderEliminar