29.10.07

Ah! mio cor! - Alcina - Handel

Se há árias que falam dos males do coração, Ah! mio cor! é das que mais impressionam. A feiticeira Alcina, ao sentir-se traída e abandonada por Ruggiero, fica a cantar uma meia dúzia de versos durante uns bons dez minutos. Esta era uma das especialidades de Handel: compor longas árias com uma melodia inspirada, oferecendo aos cantores a hipótese de brilharem com as variações na repetição do tema.

Em 1999, a Erato editou "Alcina", com uma gravação efectuada na Ópera de Paris (Palais Garnier) e as interpretações de Renée Fleming, Susan Graham e Natalie Dessay nos principais papéis. A orquestra Les Arts Florissants foi dirigida pelo seu maestro, William Christie.




Foi editado, já em Agosto, o novo disco de Magdalena Kozená, inteiramente dedicado a árias de Handel: "Alcina", "Giulio Cesare in Egitto", "Theodora", "Ariodante", entre outras obras. A voz luminosa, cristalina, de Kozená atravessa um período de esplendor, que pode ser testemunhado no seu site (Deutsche Grammophon). Um dos muitos momentos altos do disco é precisamente a ária Ah! mio cor!, de "Alcina".



Ah! mio cor!
Ah! mio cor! schernito sei!
Stelle! Dei!
Nume d'amore!
Traditore!
T'amo tanto;
Puoi lasciarmi sola in pianto,
Oh Dei! perché?


Ma, che fa gemendo Alcina?
Son regina, è tempo ancora:

Resti, o mora,
peni sempre,
o torni a me.

Magdalena Kozená canta Ah! mio cor!
(Crindoro)

27.10.07

Wat Pho

Os muros do templo Wat Pho dão flores que parecem camélias com pétalas de cerâmica. No jardim, vive uma árvore que dá flores que parecem orquídeas.





Tamarindus indica
(Identificada por Maria Carvalho)

Segundo a Wikipedia, a palavra "tamarindo" vem do Árabe تمر هندي (tamar hindi, ou seja, tâmara da Índia). Esta árvore é nativa da África tropical mas terá sido através da Índia que os Persas e os Árabes a conheceram, daí o nome genérico Tamarindus. O interior do fruto, quando seco, assemelha-se à tâmara e é utilizado como condimento (na Tailândia, por exemplo, em molhos agridoces).

Família: Fabaceae
Subfamília: Caesalpinioideae

19.10.07

Andreas Scholl - Handel

Andreas Scholl regressa a Lisboa e ao Porto, nos próximos dias 8 e 10 de Dezembro, respectivamente, com concertos na Gulbenkian e na Casa da Música. O programa baseia-se no seu CD "Il Duello Amoroso", com obras de Handel, e a acompanhar o contratenor estará a Accademia Bizantina sob a direcção de Ottavio Dantone. Se Scholl é um excelente intérprete de Vivaldi, não o é menos de Handel. Informa-se que o concerto na Gulbenkian se encontra esgotado, mas na Casa da Música ainda há vagas.

Fica aqui uma amostra. Foi recentemente editada em DVD a ópera "Giulio Cesare in Egitto", com Scholl no papel do Imperador, numa produção da Ópera de Copenhaga de 2005.


Va tacito e nascosto

Va tacito e nascosto,
quand'avido è di preda,
l'astuto cacciator.
E chi è mal far disposto,
non brama che si veda
l'inganno del suo cor.



Dall'ondoso periglio... Aure, deh, per pietà

Dall'ondoso periglio
salvo mi porta al lido
il mio propizio fato.
Qui la celeste Parca
non tronca ancor lo stame alla mia vita!
Ma dove andrò? E chi mi porge aita?
Ove son le mie schiere?
Ove son le legioni,
che a tante mie vittorie il varco apriro?
Solo in quest'erme arene

al monarca del mondo errar conviene?

Aure, deh, per pietà
spirate al petto mio,
per dar conforto, oh dio!
al mio dolor.
Dite, dov'è, che fa
l'idolo del mio sen,
l'amato e dolce ben
di questo cor.
Ma d'ogni intorno i' veggio
sparse d'arme e d'estinti
l'infortunate arene,
segno d'infausto annunzio al fin sarà.


(BaroqueFever)

Andreas Scholl - Vivaldi


Há perto de dez anos vi Andreas Scholl cantar pela primeira vez. Foi em Lisboa, na Igreja do Loreto, mesmo ali ao Chiado, com o chiar dos eléctricos a servir de acompanhamento de fundo. Nessa época ainda a Gulbenkian tinha uma espécie de festival com o nome "Jornadas de Música Antiga". O programa era composto por cantatas de Bach e pelo "Stabat Mater" de Vivaldi. Lembro-me do efeito que a voz de Scholl causava quando enchia a igreja, cantando as dores da "Mãe que chorava junto da cruz, da qual pendia o seu filho". Não é de estranhar que a sua gravação do "Stabat Mater" tenha sido um enorme sucesso de vendas.


III - O quam tristis


IV - Quis est homo
V - Quis non posset


VI - Pro peccatis
VII - Eja, Mater

(civileso)

18.10.07

Teixo

Parece um fruto, uma baga vermelha, mas trata-se de um falso fruto: uma semente tóxica, envolvida por um arilo carnudo (não tóxico) escarlate, amarelo ou alaranjado, dependendo da variedade. A espécie Taxus baccata possui uma substância tóxica, a taxina, perigosa tanto para os animais como para o Homem, e por essa razão foi quase exterminada em diversas zonas da Europa. Actualmente utiliza-se essa substância em tratamentos contra o cancro.
(Informações recolhidas em "Árvores e Arbustos de Portugal")

Este teixo vive em Sintra, em frente da entrada para a Quinta da Regaleira.



15.10.07

Cores de Outono em Sintra #2


Camellia sasanqua

Syzygium paniculatum (?)


Anemone japonica

Maria Carvalho voltou a dar o seu contributo para a identificação destas plantas. Obrigado.

13.10.07

Cores de Outono em Sintra #1

Sintra cobriu-se de tons outonais e a vinha-virgem ganha o prémio "Rainha das Trepadeiras". Vemo-la subindo por ciprestes e agarrada aos muros centenários, exibindo as suas folhas cor-de-chama. Hera-americana ou trepadeira-da-Virgínia, poderíamos tratá-la por vinha-virgem-de-cinco-folhas, como indica o seu nome científico: Parthenocissus quinquefolia (do Grego partheno, que significa "virgem", e do Latim cissus, "vinha").






Outra espécie do mesmo género é a Parthenocissus tricuspidata, com folhas mais parecidas com as da videira.

Há informações mais detalhadas aqui.

Soile Isokoski - Gulbenkian

Nos próximos dias 18 e 19 de Outubro, Soile Isokoski estará na Gulbenkian para cantar Richard Strauss: a cena final de "Capriccio" e as árias Ein Schönes war e Es gibt ein Reich, de "Ariadne auf Naxos". O programa pode ser consultado aqui ao lado, em "Destaques na Gulbenkian".

Neste vídeo, ela canta Beim Schlafengehen, de "Vier letzte Lieder" (Quatro últimas canções), também de Richard Strauss. O poema é de Hermann Hesse.

Beim Schlafengehen

Nun der Tag mich müd gemacht,
soll mein sehnliches Verlangen
freundlich die gestirnte Nacht
wie ein müdes Kind empfangen.

Hände, laßt von allem Tun,
Stirn, vergiß du alles Denken,
alle meine Sinne nun
wollen sich in Schlummer senken.

Und die Seele unbewacht
will in freien Flügen schweben,
um im Zauberkreis der Nacht
tief und tausendfach zu leben.


(Lokakuu10)

Ao adormecer

Agora que a jornada me fatigou,
O meu desejo ardente
Receberá com amizade a noite estrelada
Como uma criança fatigada.

Mãos, abandonai todo o trabalho,
Fronte, esquece todos os pensamentos,
Agora todos os meus sentidos
Querem mergulhar no sono.

E a minha alma, livre de vigilância,
Quer pairar com asas livres,
Para no círculo mágico da noite
Viver mil vezes profundamente.

(Tradução de Rui Vieira Nery, tirada daqui)



Uma das árias que Soile Isokoski vai cantar na Gulbenkian: Es gibt ein Reich, de "Ariadne auf Naxos" (aqui interpretada por Jessye Norman, no Met de Nova Iorque, com a direcção de James Levine).

(primobasso)

11.10.07

Barringtonia


Identificada por Maria Carvalho.

Figos - Ficus auriculata (?)


Lucia disse:
Está me parecendo o Ficus auriculata ou Ficus Roxburghii, observe neste site: http://www.arbolesornamentales.com/Ficusauriculata.htm
O Ficus auriculata é uma arvore muito ornamental, por sua forma espalhada e grandes folhas, e os frutos apreciadíssimos, mas pelos pássaros.

10.10.07

Don Carlo - Verdi - Um Grito de Liberdade

O Infante Dom Carlos, por Alonso Sánchez Coello

A ópera "Don Carlos" foi estreada em Paris em 1867, com libretto em Francês, baseado no romance "Dom Carlos, Infante de Espanha", de Schiller. Mais tarde, Verdi fez alguns cortes para a estreia em Milão, já com a tradução do libretto em Italiano, sendo esta, "Don Carlo", a versão representada com mais frequência.

O Infante era filho de Filipe II de Espanha e de Maria Manuela de Portugal (filha de Dom João III e de Catarina de Áustria). Os seus progenitores eram primos por todos os lados: Filipe II era filho do Imperador Carlos V e de Isabel de Portugal, irmã de Dom João III, o avô materno de Dom Carlos. Parece muito complicado, mas não é. Veja-se a sua árvore genealógica aqui.

Com um grau de consanguinidade tão elevado, alguma coisa havia de correr mal e Dom Carlos teve uma vida bastante infeliz. A sua mãe morreu poucos dias depois de o dar à luz e ele era uma pessoa fisicamente debilitada, que, além disso, sofria de perturbações mentais. Morreu com apenas vinte e três anos, em 1568, talvez de morte natural, ou, quem sabe, envenenado.

Nada disto impediu que Schiller romanceasse a sua história nem que Verdi criasse uma personagem que pouco corresponderá ao verdadeiro Dom Carlos. E tudo isto vem a propósito de uma gravação que encontrei do dueto de Dom Carlos com o seu amigo Rodrigo, Marquês de Posa:

O Infante confessa ao amigo que ama "Elisabetta" (Élisabeth de Valois), sua madrasta, que tinha sido sua noiva antes de casar com o Rei. Rodrigo tenta convencer Dom Carlos a partir com ele para a Flandres; têm de ajudar o povo flamengo a libertar-se do jugo de Filipe II (e da sua Inquisição). Ambos cantam juras de fidelidade:
Deus, que nos infundiste na alma
O amor e a esperança,
Acende-nos no coração
O desejo de liberdade.
Juramos viver juntos
E morrer juntos.
Na terra e no céu
Encontraremos a tua bondade.

Viveremos juntos e morreremos juntos.
Será o último suspiro,
Será um grito: Liberdade!

RODRIGO
È lui! Desso! L'Infante!
DON CARLO
O mio Rodrigo!
RODRIGO
Altezza!
DON CARLO
Sei tu ch'io stringo al seno?
RODRIGO
O mio prence... Signor!
DON CARLO
È il ciel che a me t'invia nel mio dolor,
Angiol consolator!
RODRIGO
O amato prence!
L'ora suonò; te chiama il popolo fiammingo!
Soccorrer tu lo dêi; ti fa suo salvator!
Ma che vid'io! Quale pallor, qual pena!...
Un lampo di dolor sul ciglio tuo balena!
Muto sei tu!... Sospiri! Hai tristo il cor!
Carlo mio, con me, dividi il tuo pianto, il tuo dolor.
DON CARLO
Mio salvator, mio fratel, mio fedele,
Lascia ch'io pianga in seno a te!
RODRIGO
Versami in cor il tuo strazio crudele,
L'anima tua non sia chiusa per me!
Parla!
DON CARLO
Lo vuoi tu? La mia sventura apprendi,
E qual orrendo stral il mio cor trapassò!
Amo d'un colpevole amor... Elisabetta!
RODRIGO
Tua madre! Giusto ciel!
DON CARLO
Qual pallor! Lo sguardo chini al suol!
Tristo me! Tu stesso, mio Rodrigo,
T'allontani da me?
RODRIGO
No, Rodrigo ancor t'ama! Io tel posso giurar.
Tu soffri? Già per me l'universo dispar!
DON CARLO
O mio Rodrigo!
RODRIGO
Mio prence!
Questo arcano dal Re non fu sorpreso ancora?
DON CARLO
No.
RODRIGO
Ottien dunque da lui di partir per la Fiandra.
Taccia il tuo cor, degna di te
Opra farai, apprendi omai
In mezzo a gente oppressa a divenir un Re!
DON CARLO
Ti seguirò, fratello.
RODRIGO
Ascolta! Le porte dell' asil s'apron già; qui verranno
Filippo e la Regina.
DON CARLO
Elisabetta!
RODRIGO
Rinfranca accanto a me lo spirto che vacilla!
Serena ancora la stella tua nei cieli brilla.
Domanda al ciel dei forti la virtù!

DON CARLO E RODRIGO
Dio, che nell'alma infondere
Amor volesti e speme,
Desio nel core accendere
Tu dêi di libertà.
Giuriamo insiem di vivere
E di morire insieme;
In terra, in ciel congiungere
Ci può la tua bontà.
Vivremo insiem e morremo insiem!
Sarà l'estremo anelito,
Sarà un grido: Libertà!


Don Carlo - Carlo Bergonzi, tenor
Rodrigo - Piero Cappuccilli, barítono
(1970)

Ver também Don Carlos, Infante de Espanha - Schiller na Cornucópia

8.10.07

Salome - Oscar Wilde - Richard Strauss

A cantora húngara Alice Guszalewicz como Salomé
(até há algum tempo pensava-se que seria o próprio Oscar Wilde)


Salomé exige a cabeça de João Baptista, de Gustave Moreau

Oscar Wilde escreveu a maior parte do texto de "Salome" em Paris, em 1891, e em Francês, possivelmente após ter visto as pinturas de Gustave Moreau sobre o mesmo tema e, também possivelmente, para Sarah Bernhardt (embora ele o tenha negado).

Sarah Bernhardt retratada por Georges Clairin,
no Petit Palais, em Paris

Em 1892, quando a peça já estava em ensaios para a estreia no Palace Theatre, a censura recusou-a, alegando que não era permitido representar personagens bíblicas no palco. O facto é que "Salome" aborda temas considerados, à época, imorais, o que terá pesado fortemente na decisão. A estreia em Paris deu-se em 1896, quando Wilde cumpria a pena de dois anos de trabalhos forçados por conduta "imoral" (a sua relação íntima com Alfred Douglas).
Richard Strauss assistiu a uma das primeiras representações de "Salome" na Alemanha, em Berlim, e escreveu o libreto para a sua ópera a partir do texto de Wilde. A estreia mundial aconteceu na Ópera de Dresden, em 1905. Ainda hoje é considerada uma ópera difícil e Maria Wittich, a primeira Salomé de Strauss, recusou-se inicialmente a cantar o papel, dando como pretexto a indecência da personagem. A cena final é um dos maiores momentos de toda a História da Ópera.

O tetrarca Herodes está avassalado de uma atracção fatal por Salomé, sua enteada, filha de Herodíade (ou Herodias), e pede-lhe que dance para ele. Como ela recusa, oferece-lhe tudo o que ela lhe pedir em troca. Salomé cede, para lhe exigir em seguida a cabeça de Jochanaan (João Baptista), que resistiu às suas tentativas para o seduzir.

Dança dos Sete Véus


Herodes começa por recusar o pedido, transformado em exigência, de Salomé, mas vê-se obrigado a satisfazê-lo. Salomé poderá finalmente beijar a boca do Baptista. Nos últimos momentos ela diz: "Terá sabido a sangue? Não, talvez tenha sabido a amor".

Cena final


Salome - Teresa Stratas
Herodias - Astrid Varnay
Herodes - Hans Beirer

Orquestra Filarmónica de Viena dirigida por Karl Böhm
Encenação de Götz Friedrich

Nota: O filme foi realizado em 1974, com o som gravado previamente.

Aqui e aqui, está a cena final cantada por Karita Mattila , no Met de Nova Iorque (registo sonoro, com fotografias).

6.10.07

My Funny Valentine (notas diferentes)

Matt Damon com The Guy Barker International Quintet e imagens do filme "O talentoso Mr. Ripley", de Anthony Minghella, a partir do romance de Patricia Highsmith (logo após a publicidade).




(Behold the way our fine feathered friend
His virtue doth parade
Thou knowest not, my dim-witted friend
The picture thou hast made
Thy vacant brow, and thy tousled hair
Conceal thy good intent
Thou noble upright truthful sincere,
And slightly dopey gent

You're) my funny Valentine
Sweet comic Valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you're my favourite work of art

Is your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?

But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Each day is Valentine's day

(Rodgers/Hart)


3.10.07

Anne Sofie von Otter - Scherza infida

Uma das gravações de referência da ópera "Ariodante", de Handel, é a de Marc Minkowski, com Anne Sofie von Otter no papel titular. A acompanhá-la está a orquestra Les Musiciens du Louvre.
Scherza infida, que podemos ouvir em baixo, foi a primeira ária que Kasarova cantou no concerto de abertura da nova temporada do Teatro de São Carlos.



Marc Minkowski

Ariodante é um exemplo típico do "papel de calças"*, cantado normalmente por mezzo-sopranos (ou por contratenores). Foi criado em Londres pelo castrato Carestini, que se celebrizou pela agilidade e extensão vocal, mas que também deve ter possuído grandes capacidades dramáticas, a julgar pelo modo como Handel compôs esta ária em que o intérprete de Ariodante exprime o seu desespero e os ciúmes, após descobrir a suposta infidelidade da sua amada Ginevra.

Scherza infida in grembo al drudo.
Io tradito a morte in braccio
Per tua colpa ora men vo.

Ma a spezzar l'indegno laccio,
Ombra mesta, e spirto ignudo,
Per tua pena io tornerò.


* Os ingleses chamam trouser roles às personagens masculinas interpretadas por vozes femininas.

2.10.07

"Hibiscácea"




Num final de tarde em Phi Phi, enquanto caminhávamos à beira-mar, encontrámos uma árvore de médio porte, com flores que nos pareceram de hibisco, mas que nos deixou na dúvida. As folhas e as flores eram algo diferentes das que vemos habitualmente nos hibiscos e o porte da árvore também era pouco usual nestas plantas. Logo a baptizámos como "Hibiscácea". Parece-me que se trata de Hibiscus populneus ou Thespesia populnea (com folhas semelhantes às dos choupos), uma espécie nativa da Ásia tropical e ilhas do Pacífico, que se dá muito bem junto à água, podendo atingir cerca de dez metros de altura e espraiar consideravelmente a copa. Em algumas zonas do planeta, é tida como invasora. Podemos tratá-la por "Tespésia" (do Grego thespesios = divino, possivelmente por ser sagrada na Polinésia). Os ingleses chamam-lhe portia tree ou seaside manhoe.
As flores da tespésia nascem brancas e ao segundo dia, antes de caírem, já mudaram de cor.

Nota: Informações recolhidas em vários sites (alguns têm informações contraditórias sobre a origem desta planta, a altura que atinge, etc.).

Maria Carvalho disse:
A etiqueta que sobrevive na literatura científica é Thespesia populnea; o termo Hibiscus está agora guardado para plantas com folhas lobadas e as da Thespesia têm margens lisas. É aliás esse o detalhe que distingue o H. tiliaceus da planta da foto.

Revela um livro sobre plantas asiáticas que em anos menos chuvosos a T. populnea, que é de folha perene, deixa amarelecer a folhagem e, em Fevereiro, parece que a árvore está de novo em flor. Pena a Ásia ficar tão longe...

1.10.07

Music For a While - No Dia Mundial da Música


If music be the food of love, play on;
Give me excess of it, that, surfeiting,
The appetite may sicken, and so die.
William Shakespeare (daqui)



O contratenor inglês Alfred Deller (1912-1979), especialista e divulgador da música renascentista e barroca, canta Music for a while:


Music for a while
Shall all your cares beguile:
Wond'ring how your pains were eas'd
And disdaining to be pleas'd
Till Alecto free the dead
From their eternal bands,
Till the snakes drop from her head,
And the whip from out her hands.

Texto de John Dryden (1631-1700) e Nathaniel Lee (1653?-1692)
Música de Henry Purcell (1658?-1695)