30.12.08

Elektra - Gulbenkian - I


Quase cem anos após a estreia mundial de "Elektra", em Dresden, Deborah Polaski vem cantá-la a Lisboa, em versão de concerto. É já em Janeiro.
A música que Richard Strauss compôs para o libreto de Hugo von Hofmannsthal é esmagadora, tal como a tragédia que ela exprime, e foi um passo tão largo em direcção ao modernismo que assustou o próprio compositor e o levou a optar por caminhos menos turbulentos nas óperas seguintes. Cem anos passados, a "Elektra" ainda assusta muita gente.

Allein! Weh, ganz allein

(Onegin65)

* Quinta, 15 Jan 2009, 20:00 - Grande Auditório
* Segunda, 19 Jan 2009, 20:00 - Grande Auditório

ORQUESTRA GULBENKIAN
LAWRENCE FOSTER (maestro)
DEBORAH POLASKI (soprano) - Elektra
ROSALIND PLOWRIGHT (soprano) - Klytämnestra
JOHAN BOTHA (tenor) - Aegisht
STEPHANIE FRIEDE (soprano) - Chrysotemis
JOCHEN SCHMECKENBECHER (barítono) - Orest

Richard Strauss
Elektra, op. 58

28.12.08

A Árvore de Natal

Uma pessoa de bom gosto usa capelines bonitas, calça sapatos finos e escolhe o melhor abeto para a sua árvore de Natal. É por isso que eu também não entendo e fico chocado com tamanha insensibilidade. Acho mesmo muito importante salvar as florestas tropicais da destruição. Aliás, todas.


23.12.08

Especial Natal

Christkindlmarkt



Kohlmarkt

Graben

Virgem com o Menino e São José,
de Joos van Cleve, ca. 1530

Sagrada Família com Santa Ana e João Baptista,
de Bronzino, ca. 1540


(As fotos são minhas, os originais estão no Kunsthistorisches Museum Wien)

22.12.08

"Fidelio" no CCB

O grande auditório do CCB esteve longe de encher para a versão de concerto de "Fidelio", talvez por lhe faltar o atractivo da encenação. Entenda-se, aqui, por versão de concerto, uma récita em que os cantores produzem alguma movimentação cénica e interagem de modo a tornar o libreto mais perceptível, em vez de se levantarem e sentarem consoante cantam ou estão calados.

Julia Jones é maestrina titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa e conseguiu pô-la a tocar certinho - nada mau.

Matthias Hölle (Rocco) e, principalmente, Greer Grimsley (Don Pizzaro) estiveram bem, mas o destaque vai para Simon O'Neill e Anja Kampe, ambos com credenciais promissoras. Anja Kampe já cantou os papéis de Leonore/Fidelio em Glyndebourne, Sieglinde em Washington (com Placido Domingo), cantará Senta em Londres, Munique e Madrid e estrear-se-á como Isolde em Glyndebourne. Em Lisboa estava constipada mas permitiu-nos constatar que há boas razões para seguirmos a sua carreira com atenção. O mesmo pode ser dito de Simon O'Neill. No seu site podemos ver excertos de gravações ao vivo e um documentário de 2004 sobre o seu trabalho como suplente (The Understudy) de Plácido Domingo, para o papel de Siegmund, no Met.

Simon O'Neill como Siegmund (Met, Nova Iorque)

21.12.08

Juanita Castro

Gonçalo Ferreira de Almeida e Álvaro Correia

A não perder, na Casa Conveniente, em frente ao bar Jamaica (Cais do Sodré). Estreia hoje. A encenação é de Miguel Loureiro, Álvaro Correia é Juanita e Luz Câmara é Fidel.

21, 22, 23, 27, 28, 29 e 30 de Dezembro de 2008, às 21h30
Informações e reservas


18.12.08

Beethoven no CCB

Beethoven por Joseph karl Stieler (1819-20),
na casa de Beethoven, em Bona (imagem da net)

O próximo fim-de-semana afigura-se em grande para os amantes de Beethoven. No dia 22 de Dezembro de 1808, o Theater an der Wien assistiu à estreia mundial das sinfonias nº6 e nº5 (por esta ordem), entre outras obras dirigidas pelo próprio compositor. A importância desse concerto para a história da música é, pois, fulcral.

O CCB vai comemorar o bicentenário deste acontecimento com a apresentação da ópera "Fidelio" (no dia 20 de Dezembro) e com um concerto em duas partes que repete o programa de 22 de Dezembro de 1808 (no dia 21 de Dezembro).

Esta mini-maratona junta nomes como Pedro Carneiro, Marc Minkowski, Sergio Tiempo, Artur Pizarro e Alexandrina Pendatchanska.

A ópera "Fidelio" vai ser apresentada em versão de concerto, com o elenco que se segue:

ANJA KAMPE Leonore
SIMON O'NEILL Florestan
GREER GRIMSLEY Don Pizarro
MATTHIAS HÖLLE Rocco
CHELSEY SCHILL Marzelline
MUSA NKUNA Jaquino
DON FERNANDO Mário Redondo

JULIA JONES direcção musical

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA
JULIA JONES maestro titular

CORO DO TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS
ANTON TREMMEL maestro convidado

Simon O'Neill como Florestan em Covent Garden

e como Siegmund, com Waltraud Meier, Daniel Barenboim e a West-Eastern Divan Orchestra
(primotenor)

14.12.08

Secession

(magic5227)


"A cada tempo a sua arte, à arte a sua liberdade"

É o que se lê na fachada da galeria de exposições da Secession, movimento fundado por um grupo de artistas dissidentes da escola tradicionalista e conservadora que prevalecia antes em Viena. Entre os nomes mais importantes da Secession estão os de Gustav Klimt, Otto Wagner, Josef Hoffmann e Joseph Maria Olbrich (o arquitecto que construiu o edifício em 1898), mas Egon Schiele e Oskar Kokoschka também mantiveram relações com ela.





Em 1902 a Secession organizou uma exposição dedicada a Beethoven e Klimt pintou um ciclo mural inspirado na interpretação de Wagner sobre a nona sinfonia: o Beethovenfries. Podemos ler aqui o significado simbólico das várias figuras representadas no friso, desde o "desejo de felicidade" até ao "beijo para o mundo inteiro" da Ode à Alegria de Schiller.

Desejo de felicidade (imagem daqui)

Este beijo para o mundo inteiro (imagem daqui)

12.12.08

Máquina de Sentar

Teria de ser o peculiar humor austríaco a inventar uma máquina de sentar. O séc. XX estava no início, Viena era a capital do Império Austro-Húngaro, a Secessão Vienense tinha sido fundada poucos anos antes, em 1897, quando um grupo de artistas decidira não continuar a criar de acordo com os cânones conservadores e historicistas. Entre esses artistas estavam Otto Wagner, Gustav Klimt e Josef Hoffmann, o pai da Sitzmachine.

Miniatura da Sitzmachine de Josef Hoffmann

5.12.08

Plantação de árvores em Monchique

Plantação de árvores (sessão extraordinária)

A plantação de árvores (pinheiros mansos e alfarrobeiras) tem avançado no Covão d'Águia, Monchique, graças à participação de voluntários. No entanto, a Fundação Kangyur Rinpoche necessita de realizar uma sessão extraordinária que decorrerá nos dias 6, 7 e 8 de Dezembro. Apelamos mais uma vez à participação. Os interessados devem contactar Dulce Alcobia através do Telemóvel 968059244 (até 6ª feira) ou do e-mail: dulcealcobia@gmail.com (até 5ª feira).

Programa:

- Abertura de covas 40 x 40

- Plantação das árvores

- Controle de acácias

- Limpeza de um tanque de rega

Deslocações: De modo a que as deslocações de carro sejam do ponto de vista económico e ecológico o mais bem sucedidas, pede-se a quem tenha lugares no carro ou precise de boleia o diga de modo a gerirmos da melhor forma, a logística dos transportes.

Alojamento: Existe a possibilidade de ficar no "Abrigo da Montanha" (na estrada da Foia); o custo do quarto para duas pessoas é de 15 euros/pessoa (sem pequeno almoço) e com pequeno almoço são mais 5 euros. Existe ainda a possibilidade de ficar na "Bica Boa" e em Karuna.

Recomendações: É aconselhável levar roupas velhas, galochas e umas boas luvas de jardinagem para proteger as mãos; podem trazer tesouras de poda ou outros equipamentos que julguem adequados para este conjunto de actividades.

Fundação Kangyur Rinpoche

Av. Infante Santo, nº 366 R/c Esq.

1350-182 Lisboa
Tel: 213 904 022

Lido aqui:
Amigos do Botânico: Plantação de árvores em Monchique - II

4.12.08

Apfelstrudel


Veja como se prepara um esplêndido folhado de maçã e faça-o você mesmo/a, seguindo a receita da senhora ou, por exemplo, esta, menos completa mas em português.

3.12.08

Capa de Música "Valquírias"

Adquirida a René Lalique por Calouste Gulbenkian em Maio de 1901
"Calouste Gulbenkian guardava aqui os desenhos da sua Colecção, da autoria de René Lalique."

1.12.08

Arte Degenerada - Karl Schmidt-Rottluff

(TheGreatPerformers)

Karl Schmidt nasceu em Rottluff no 1º de Dezembro de 1884. Em 1905, com Kirchner, foi um dos fundadores do grupo de artistas "Die Brücke". Os artistas desta associação procuravam uma ponte para novos meios de expressão que os libertassem do academismo. Com eles nasceu o expressionismo, uma verdadeira revolução que impulsionou todos os movimentos modernistas das primeiras décadas do séc. XX. Amadeo, pela mão de Otto Freundlich, também conheceu "A Ponte".

Duas Mulheres, 1914 (Von der Heydt-Museum, Wuppertal)


Na Alemanha de Hitler, Goebbels concebeu a exposição "Entartete Kunst" (arte degenerada) para ridicularizar toda a arte entendida como decadente, subversiva, perversa ou não seguidora dos cânones do que se considerava ser a grande arte germânica. Karl Schmidt-Rottluff foi um dos artistas "eleitos" para integrarem essa exposição, assim como Kirchner e outros vultos do expressionismo alemão. Mas também lá estavam obras de Matisse, Picasso, Van Gogh e Chagall. Schmidt-Rottluff acabou por ser proibido de expor e de pintar e o seu estúdio em Berlim foi destruído pelas bombas.

Três Mulheres à Beira-Mar, 1919 (Buchheim Museum, Bernried)


A historiadora de arte Rosa Schapire foi, muito cedo, apoiante do grupo "Die Brücke". Schmidt-Rottluff retratou-a várias vezes e decorou uma sala do seu apartamento em Hamburgo. Em 1939 ela partiu para a Inglaterra, fugindo às perseguições nazis, e levou consigo algumas obras do artista. Para trás ficaram a casa e várias peças de mobiliário desenhadas por Schmidt-Rottluff que desapareceram durante um raide aéreo.

Retrato de Rosa Schapire, 1919 (Tate Collection)


Em 1947, Schmidt-Rottluff, já reabilitado enquanto artista, foi convidado a leccionar na Academia de Belas Artes de Berlim, cidade onde viveu até aos 92 anos de idade.

Mulher lendo, 1950 (Brücke museum, Berlim)


28.11.08

Ideias para "Don Giovanni"

O Teatro de São Carlos vai apresentar uma nova produção de "Don Giovanni", encenada por Maria Emília Correia, a estrear a 30 de Maio do próximo ano. Não vá dar-se o caso de as ideias escassearem, aqui ficam algumas propostas de Calixto Bieito, cujo conceito de "O Rapto do Serralho" já vimos aqui.




(DieSonneSinkt)

(tenore23) - (visto aqui)

24.11.08

Alfred Brendel - Gulbenkian


A sonata em Si bemol maior, D. 960, foi a última composta por Schubert (1797 – 1828), pouco tempo antes da sua morte. Alfred Brendel vai tocá-la na Gulbenkian, num recital integrado na sua digressão de despedida, que terminará a 18 de Dezembro em Viena.

Domingo, 30 Nov 2008, 19:00 - Grande Auditório

ALFRED BRENDEL (piano)

Joseph Haydn
Variações em Fá menor, Hob:XVII:6

Wolfgang Amadeus Mozart
Sonata para Piano em Fá maior, K.533/K.494

Ludwig van Beethoven
Sonata para Piano N.º 13, em Mi bemol maior, op. 27 n.º 1

Franz Schubert
Sonata para Piano em Si bemol maior, D. 960


Brendel em Londres (Middle Temple), em 1988.

(lovethepiano)

18.11.08

17.11.08

Palavras que o vento não leva


"(...) E nós? Falamos pela mesma razão que transpiramos? Apenas porque sim? O suor evapora-se, lava-se, desaparece, mais tarde ou mais cedo chegará às nuvens. E as palavras? Aonde vão? Quantas permanecem? Por quanto tempo? E, finalmente, para quê? São perguntas ociosas, bem o sei, próprias de quem cumpre 86 anos. Ou talvez não tão ociosas assim se penso que meu avô Jerónimo, nas suas últimas horas, se foi despedir das árvores que havia plantado, abraçando-as e chorando porque sabia que não voltaria a vê-las. (...)"

José Saramago, 86 anos

14.11.08

Evgeny Kissin - II

Evgeny Kissin falou para o Grande Auditório, aquando da sua presença em Lisboa para mais um recital inesquecível na Gulbenkian. Visitou-nos pela primeira vez no princípio dos anos 1990, tinha uns vinte anos, e o público percebeu que estava no palco um pianista de excepção. Podemos agora ouvir o que ele disse a Jorge Rodrigues. E esperar que ele volte depressa.

13.11.08

Concertos

Concertos de entrada livre no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, promovidos pelo Teatro Nacional de São Carlos, sempre às 19h00. Nos dias 13 (é mais logo), 18 e 27 de Novembro.
Hoje há o "Te Deum" de Charpentier. No dia 18, Elizabeth Davis tocará o bonang barung na apresentação de uma obra em estreia absoluta de Luís Tinoco. Finalmente, no dia 27, Lara Martins interpretará obras de finais do séc. XVIII e início do séc. XIX, acompanhada por João Paulo Santos, Nuno Ivo Cruz e Carla Duarte (e comentários por Jorge Rodrigues).
Clique na imagem para aumentar e ler os detalhes do programa.

11.11.08

São Martinho e o Mendigo



França, 1531, calcário
Museu Calouste Gulbenkian




El Greco, 1597/1599, óleo sobre tela
National Gallery of Art, Washington
(mais detalhes)


Il était une fois à la cour d'Eisenach
(excerto de "Les Contes d'Hoffmann", de Offenbach)
Plácido Domingo, Covent Garden, 1981

(LaViolettaValery)

9.11.08

Viver no Inferno

"Inferno", Anónimo do séc. XVI, Museu Nacional de Arte Antiga

São duas da manhã e os bares estão a fechar. Ainda conseguimos comprar uma bebida e vamos para a rua, caminhando devagar em direcção às senhoras dos rissóis. Mais o apetite que a fome empurra-nos para aquela porta onde as três senhoras montam guarda nocturna: uma mostra os rissóis e os croquetes às escondidas, a outra faz o troco e a terceira perscruta a rua com o olhar conhecedor, não vá o diabo estar escondido atrás da esquina. Os rissóis estão ainda mornos, deliciosos. Passa um potencial comprador mas o sinal já foi dado, eles andam por perto e o produto está escondido atrás da porta: "Volte mais tarde". Uns minutos mais tarde parece que eles já se foram e o negócio escuro reabre, às escuras, e se pedirmos um croquete a senhora volta a abrir o embrulho e a mostrar o produto, como se fosse pó branco ou um fio de ouro roubado. Ela sabe que os seus fritos são frutos proibidos. Mas eis que o diabo agora aparece, com o rabo bem escondido, nem uma pontinha de fora, e a sentinela não chega a tempo de dar o alarme. A mercadoria é apreendida, há quem se insurja, toca tudo a identificar-se, eles também antes queriam estar a beber um copo que ter de trabalhar de madrugada, já estão ao serviço há dezasseis horas, a apreender rosas, geleiras, haxixe falsificado, têm um arsenal de material confiscado na viatura e só estão a cumprir ordens. Ficamos esclarecidos, continuando a ignorar, porém, que mal fizeram os saborosos e nutritivos rissóis.

8.11.08

Parque de Gülhane




Um dos parques mais antigos de Istambul era, na sua origem, parte integrante dos jardins de Topkapi. O seu nome, Gülhane, diz-nos que em tempos existiu lá um roseiral que perfumava os ares do palácio e do harém. Passeando pelo parque, encontramos plátanos, cedros e castanheiros-da-Índia e espantamo-nos com um roseiral fora do comum. Primeiro pensamos tratar-se de um cemitério, depois percebemos que é um extenso canteiro de mármore, de cujas aberturas despontam roseiras.

7.11.08

Evgeny Kissin - I


É amanhã, na Gulbenkian, e o programa é este:
Sergei Prokofiev
Suite de Romeu e Julieta, op.75 (3 andamentos)
- Julieta
- Mercutio
- Montéquios e Capuletos


Sonata Nº 8, em Si bemol Maior, op.84

Fryderyk Chopin
Polaca-Fantasia em Lá bemol Maior, op.61

Mazurca em Dó sustenido menor, op.30 nº 4
Mazurca em Lá bemol Maior, op.41 nº 4
Mazurca em Lá menor, op.59

Estudo em Dó Maior, op.10 nº 1
Estudo em Lá menor, op.10 nº 2
Estudo em Mi Maior, op.10 nº 3
Estudo em Dó sustenido menor, op.10 nº 4
Estudo em Dó menor, op.10 nº 12

Estudo em Mi menor, op.25 nº 5
Estudo em Sol sustenido menor, op.25 nº 6
Estudo em Lá menor, op.25 nº 11

Sonata Nº 6 de Prokofiev, IV - Vivace

(cygnusdei)

25.10.08

Artur Pizarro - Ravel, volume II


Mais um disco de piano para ter em casa e para oferecer aos amigos. É o segundo volume das obras completas para piano de Maurice Ravel, tocadas por Artur Pizarro e gravadas em Bristol, no Reino Unido (o primeiro volume foi gravado no Teatro de São Luís).

Eis um excerto da crítica de Charlotte Gardner no sítio da BBC:

"There is a popular children's tale about a necklace of raindrops that I think would have appealed to Maurice Ravel. When I imagine the composer, I picture the tiny Frenchman alone, immaculately suited, head full of his beloved fairytales, winding up his collection of mechanical toys. Whilst this is an undeniably whimsical thought, its inspiration comes from his music, the crystalline notes placed inside antique forms with a near-fanatical delicacy and precision, like a necklace of raindrops. Stravinsky once described Ravel as, ''the most perfect of Swiss clockmakers'' and, whilst we can debate the Russian's intended meaning until we’re blue in the face, I doubt he was referring to Ravel’s engineering father or his tenuous connections with the homeland of Toblerone. More likely is that he recognised a master musical technician who married form with beauty to often dazzling effect. Analogies over, the reason why I'm at pains to convey all these images is because they sum up for me how Ravel's music should sound – like magical musical filigree - and my delight at hearing Artur Pizarro achieve just such an effect."

Sonatine - Animé (excerto)


20.10.08

Maria João Pires - Chopin

O mais recente trabalho discográfico de Maria João Pires é um CD duplo (E-player), gravado já em 2008 e dedicado a obras compostas por Chopin nos últimos anos de vida.

Do álbum constam a sonata para piano nº 3 em si menor, op. 58, a sonata para violoncelo e piano em sol menor, op. 65, com Pavel Gomziakov, a Polonaise-Fantaisie em lá bemol maior, op. 61, e uma selecção de nocturnos, valsas e mazurkas.

A ouvir, pois claro: Sonata para violoncelo e piano em sol menor, op. 65 (1845-46) - 3º andamento - Largo



Maria João Pires e Pavel Gomziakov
"Maria João Pires: Nunca sei muito bem dizer o que me sensibiliza num músico, é imperceptível, trata-se de uma afinidade misteriosa que nasce espontaneamente. No caso de Pavel Gomziakov, é porque encontrei nele uma dignidade no estilo, uma certa austeridade no som que convêm perfeitamente a esta música e que me emocionaram de imediato."

(Excerto de uma conversa com Frédéric Sounac, transcrita no folheto que acompanha o CD)

Chopin morreu a 17 de Outubro de 1849 na Place Vendôme, com 39 anos de idade.

Chopin, ca. 1849
(daguerreótipo de L. A. Bisson)