30.9.13

Papagenos

(©)

A Flauta Mágica nasceu há precisamente 222 anos no Theater auf der Wieden, que existia no que era então um subúrbio de Viena, muito perto da actual Wiener Staatsoper. Emanuel Schikaneder, que dirigia o Teatro, escreveu o libreto e interpretou o papel de Papageno.

A Flauta encantou Ingmar Bergman e os seus Papagenos continuam deliciosos.


26.9.13

Nomeações

Paolo Pinamonti no Teatro de São Carlos (© Público)

Há poucas semanas soube-se que o pianista Adriano Jordão tinha sido nomeado vogal da OPART, "com responsabilidade directa nos pelouros artísticos", em substituição do maestro César Viana. Mais recentemente, soube-se que Joana Carneiro tinha sido nomeada maestrina titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa e que Paolo Pinamonti assume as funções de "consultor artístico encarregado da programação".
Segundo o Público, a Secretaria de Estado da Cultura informa que "a programação do primeiro semestre de 2014 será apresentada no fim de Novembro" e que se pretende "retomar as apresentações das temporadas completas a partir da temporada de Setembro 2014/Julho 2015". Cá estaremos para ver. Assim sobre algum dinheiro do magro orçamento e tudo isto não passe de mais uma incorrecção factual.

Para já, Pinamonti não deverá deixar a direcção artística do Teatro da Zarzuela e Joana Carneiro manterá os seus cargos e funções junto da Orquestra Gulbenkian.
O crítico Augusto M. Seabra diz, num artigo onde também podemos ler algumas opiniões de Rui Vieira Nery e de Alexandre Delgado, que sem a resolução de vários problemas estruturais, "as recentes nomeações são uma semi-solução que arrisca ser completamente inconsequente".

Não que nos sirva de consolo, mas Madrid e Barcelona também não andam muito bem. O Teatro Real despediu Gerard Mortier e substituiu-o por Joan Matabosch (deixando o Liceu sem director artístico), mas acabou por criar o cargo de consultor artístico para re-empregar o Barão Mortier e tudo terminar em paz.

24.9.13

Para o Dia Internacional da Música

Pormenor do pianoforte de Henrique van Casteel
© Museu da Música
"É esta a sonoridade esplendorosa do pianoforte histórico construído em Lisboa por Henrique van Casteel em 1763 e conservado na colecção instrumental do Museu da Música (classificado como Tesouro Nacional), que inauguraremos, após uma importante intervenção e depois de cerca de 50 anos de silêncio, no próximo dia 1 de Outubro, celebrando a passagem de 250 anos sobre a sua construção e aproveitando para lançar o 3º CD da Integral Seixas. Esta gravação da sonata K. 37, em Mi menor, é do ensaio de hoje, ainda na oficina do Museu, de onde será amanhã transportado para a colecção permanente.
Um instrumento extremamente frágil e com um quarto de milénio, que, ainda assim, nos transporta até ao séc. XVIII num sopro através da música extraordinária de Carlos Seixas."
José Carlos Araújo

16.9.13

Ainda Poulenc

Pedro Neves
O Teatro de São Carlos mostra, em curtos vídeos caseiros, excertos do concerto da passada Sexta-feira. A sala estava quase cheia, o que é sempre bom de ver. E óptimo foi ver a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos novamente muito bem dirigidos por Pedro Neves, que durante esta temporada visitará também a Orquestra Gulbenkian e a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.
Os solistas estiveram a condizer. Tanto Sara Braga Simões no Gloria, como os pianistas Daniel Cunha e Paulo Oliveira, ambos pupilos de Sequeira Costa.





13.9.13

Poulenc na rentrée

Mais logo, o Teatro de São Carlos abre a temporada com três obras de Poulenc: Les Biches, Concerto para Dois Pianos em Ré Menor e Gloria. Canta Sara Braga Simões, tocam Paulo Oliveira e Daniel Cunha e Pedro Neves dirige.
O ensaio geral foi assim:


6.9.13

Parabéns, Elisabete!

Elisabete Matos comemora hoje mais um aniversário. Aqui fica o presente dela e para ela, que se encontra em Boston para mais uma celebração do bicentenário de Richard Wagner.

O presente é a gravação ao vivo dos Wesendonck-Lieder, interpretados por Elisabete Matos com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direcção de Milán Hórvath. Foi no dia 25 de Outubro de 2002 no Teatro Nacional de São Carlos.






5.9.13

Um convite de Jorge Rodrigues

TUDO A SAMBAR, DEPOIS DE TCHAIKOVSKY!

Paulo, creio que já me conheces bem, e saberás que não sou muito de grandes entusiasmos.
Tenho, no entanto, andado a passar estes últimos dias em grande alegria musical, pois deu-me para seguir as apresentações em Portugal da Orquestra Municipal de Campos - Mariuccia Iacovino, que foi fundada há 16 anos dentro dos moldes do “El Sistema” venezuelano, e que é hoje considerada o melhor exemplo de inclusão social através da música no Brasil. Basta dizer que mantém presentemente em actividade cerca de 1800 crianças dentro de um projecto intitulado “Orquestrando a Vida”, que inclui bandas, coros infantis e vários grupos orquestrais.
Esta Orquestra já se apresentou em importantes teatros da América do Sul e dos Estados Unidos da América (Carnegie Hall de Nova York), por vezes ao lado de intérpretes como Yo-Yo Ma, Lang Lang, Itzhak Perlman, que manifestaram enorme entusiasmo com o trabalho e a energia destes jovens provenientes de comunidades carentes. Em 2011 inaugurou as comemorações dos 102 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro realizando, sob a direcção do maestro Gustavo Dudamel, um concerto em homenagem ao maestro José Antonio Abreu, fundador do “El Sistema” e da Orquestra Simon Bolívar na Venezuela.
Esta digressão a Portugal assinala a estreia da Orquestra Municipal de Campos - Mariuccia Iacovino na Europa. Os seus músicos, sempre dirigidos pelo Maestro Luís Maurício Carneiro, estrearam-se na Europa em Amarante no dia 31 de Agosto. Foram no dia seguinte para o Palácio de Mateus, em Vila Real, seguiram para Coimbra no dia 2, e depois para a Figueira da Foz, onde actuaram a 3.
Lisboa teve oportunidade de os ver e ouvir hoje, 4 de Setembro, no Conservatório Nacional de Lisboa. No dia 6 tocam no Rossio de Azeitão, às 21 e 30, e despedem-se em Lisboa e do nosso país na sala do Teatro Nacional de São Carlos no dia 7 de Setembro às 18 e 30.
O esquema é simples e eficaz. Os concertos iniciam-se sempre com duas obras do repertório chamado erudito. Os músicos entram com uma postura solene, de smoking eles, de vestido escuro elas, e tocam então os “clássicos”, que podem ir de Mozart a Tchaikovsky. Depois irrompe o Brasil profundo, com as suas danças, os seus ritmos, a sua contagiante energia.
Estive presente nos concertos de Amarante, da Casa de Mateus e do Conservatório Nacional de Lisboa. Asseguro-te que ninguém ficou indiferente. No fim todos dançávamos o samba.
E lá estarei de novo em São Carlos no dia 7.
É um espectáculo divertidíssimo, que alia a boa música à desbunda total. Gostaria de te ver por lá.
Deixo-te algumas imagens captadas na Casa de Mateus, para poderes assistir à loucura.

Jorge Rodrigues