28.12.11

Todas diferentes

O tempo delas voltou e, se as quiser ver, a melhor opção é fazer-se ao caminho em direcção ao Norte. É no Porto e no Minho que elas são mais vistosas. Agasalhe-se bem. Como pode verificar a seguir, elas gostam do frio. E gostam também de conversar umas com as outras e de formar belos tapetes quando caem.











20.12.11

O Vinho da Festa de São Martinho

Até dá vontade de ir já a Madrid para ver o resultado ao vivo. Elisa Mora conta como decorreu o processo de restauro do quadro de Bruegel, o Velho. Um trabalho fascinante.

Magnificat em Talha Dourada



Hoje, às 21h00, concerto de encerramento das comemorações dos 300 Anos da Igreja do Menino Deus. 
Magnificat em Talha Dourada, de Eurico Carrapatoso, pelo Grupo Vocal e Instrumental Olisipo.
ENTRADA LIVRE
IGREJA DO MENINO DEUS - Largo do Menino Deus - LISBOA

Transportes: eléctricos 12 e 28 e autocarro 37 (Praça da Figueira/Castelo)
Estacionamento: Parque público no Largo das Portas do Sol
APOIO: Patriarcado de Lisboa, Congregação de São José de Cluny, Solar do Castelo/Hotéis Heritage Lisboa, Palácio Belmonte, URBANOS - Division of Fine Arts

17.12.11

Depois de Guimarães, Lisboa


A corrida aos bilhetes foi grande e a organização decidiu repetir o concerto de apresentação da Fundação Orquestra Estúdio (FOE) no dia seguinte. A expectativa também não era pequena: a orquestra, composta por músicos muito jovens, é um projecto de Guimarães 2012 e Elisabete Matos voltava a cantar no Centro Cultural Vila Flor. Quis a força do destino que Elisabete adoecesse no dia 14 e não pudesse participar no primeiro concerto.
Assim sendo, a FOE inaugurou com aberturas de Verdi, o prelúdio do I acto de "Tristan und Isolde" e Danças Polovtsianas de Borodin, com o coro do Teatro Nacional de São Carlos. Como extra, Rui Massena e a orquestra ofereceram ao público o hino do Vitória.
No Centro Cultural Vila Flor, antes do concerto
Felizmente para os vimaranenses, Elisabete recuperou e pôde cantar no dia 15, embora já sem o acompanhamento do coro. E que concerto! Não será demais exaltar as qualidades vocais de Elisabete Matos, que mostrou mais uma vez como é que se canta Lady Macbeth, Amelia, Turandot, Margherita, Elisabeth... Um estrondoso festival de árias, magnificamente interpretadas, que deixou o público completamente arrebatado desde a leitura da carta em "Macbeth" até Meine Lippen, sie küssen so heiss.

O próximo capítulo chama-se Lisboa. No dia 1 de Janeiro
, às 18h00, haverá concerto de Ano Novo no Teatro de São Carlos. Poderemos ouvir árias de ópera, opereta e zarzuela, para animar a entrada em 2012.

ADENDA (Bilhetes à venda):
Direcção musical: Miquel Ortega
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Orquestra Sinfónica Portuguesa
· MANON LESCAUT · TURANDOT · DIE FLEDERMAUS · LA FORZA DEL DESTINO · LA GRAN VÍA · LA REVOLTOSA · LA TEMPRANICA · LADY MACBETH · GIUDITTA ·

13.12.11

Guimarães 2012


À atenção das gentes do Norte: amanhã, 14 de Dezembro, às 10 da noite, concerto inaugural da Fundação Orquestra Estúdio no Centro Cultural Vila Flor, com a participação de Elisabete Matos, do Coro do Teatro Nacional de São Carlos e do maestro Rui Massena.


Do programa constam árias de óperas de Verdi (Macbeth e Un Ballo in Maschera), Puccini (Turandot e Edgar), Boito (Mefistofele), Wagner (Tannhäuser e Tristan und Isolde) e Lehár (Giuditta).

8.12.11

Grande Waltraud

Como Isolde, na encenação de Patrice Chéreau para o Teatro alla Scala
(a imagem já não sei de onde veio)

Numa entrevista publicada há já alguns meses, Waltraud Meier disse o que tinha de ser dito.
Excertos escolhidos, abreviados e em tradução rápida e livre:

Die Welt: Possui uma presença cénica e doseia os gestos de tal modo que, muitas vezes, um simples olhar diz muito mais que um movimento largo.
Waltraud Meier: Isso vem-me do pensamento. O pensamento comanda o corpo. É um processo consciente, uma observação. Os Americanos chamam-lhe "awareness". E depende sempre da situação: o que recebo dos colegas, do cenário, do maestro, das luzes, do guarda-roupa, etc. Trata-se de repensar o texto e dizê-lo fresco. Fico muitas vezes surpreendida pelo modo como o ponho em prática.
(...)
Aprendi muito com grandes encenadores como Klaus-Michael Grüber. Uma revelação foi não antecipar as emoções (...). Há uma outra escola, segundo a qual devemos antecipá-las, de que me afastei porque o espectador precisa de tempo para perceber. Veja-se o exemplo das longas frases de Wagner: só no final, quando chega o verbo, é que se entende o significado da frase. É incompreensível que reajamos cedo de mais a certas palavras-chave.
(...)

DW: É a melhor encenadora de si própria?
WM: Não. De modo nenhum. Fico apenas triste quando não tenho quem me ajude. Gosto muito de trabalhar com Patrice Chéreau. Com ele surge uma arte intemporal, porque ele parte do texto e da psicologia das personagens - para mim, o essencial.

DW: Após épocas tão diferentes como as dos castrati, das divas, dos compositores, dos maestros, reclama-se agora contra o Regietheater ("teatro de encenador"). Em que ponto está a Ópera actualmente?
WM: Quando me falam hoje de Regietheater apanho uma fúria. Sou do tempo do Regietheater, que nasceu há uns trinta ou trinta e cinco anos com pessoas como Götz Friedrich e outros. Isso era Regietheater! O que vemos actualmente nos palcos não merece esse nome. Já há pouquíssima gente com a preparação suficiente para esse trabalho. Encenar é mais que ter umas quantas fantasias sobre uma peça. É analisar a música, compreender a filosofia, investigar a psicologia. Uma mão-cheia de imagens espectaculares para enfeitiçar não me chega. Esta arbitrariedade pós-moderna desperta no público apenas tédio. O que vemos actualmente nos palcos são clichés novos a substituírem clichés antigos.

DW: Do que sente mais a falta na Ópera, actualmente?
WM: Da seriedade, da profundidade. E de sensações fortes. Pense no grandioso Anel do Nibelungo de Harry Kupfer em Bayreuth, com as suas imagens intensas, em que os elementos da obra de arte total estão interligados. Hoje, pelo contrário, muito do que se faz é apenas banal, superficial, kitsch moderno.
(...)

DW: Em que mudou a audição musical?
WM: As pessoas que nos ouvem já só raramente cantam ou tocam um instrumento. Ajuda muito saber como se produz um som, daí ser tão importante a educação musical. Repare: de que falam as pessoas depois da Ópera? Apenas do que viram. Já quase não falam do que ouviram. Esta sobrevalorização do elemento visual é incrivelmente patética!
(...)

Waltraud Meier como Kundry, na encenação de "Parsifal" por Harry Kupfer:

5.12.11

"Turandot" on ice

Estreou há dias em Munique uma nova produção de "Turandot". A acção passa-se em 2046. A China comprou a dívida europeia e cobra agora os juros. A Europa encontra-se completamente dominada pela cultura da nova super-potência. Assustador? É a visão de Carlus Padrissa (La Fura dels Baus).