7.3.10

A Compensação da Insistência

A lotação da Sala Suggia estava esgotada havia, pelo menos, vários dias. Sábado, 6 de Março, a Orquestra Nacional do Porto (ONP), o Coro Gulbenkian, Lisa Milne e Birgit Remmert, todos dirigidos por Christoph König, iam tocar e cantar a Sinfonia nº 2, "Ressurreição", de Mahler. A Áustria é o país tema na temporada de 2010 e a orquestra tem um projecto ambicioso: a apresentação integral das sinfonias de Gustav Mahler, a prolongar-se por 2011.

Inquirindo na bilheteira se por acaso alguém teria desistido, a resposta era negativa. Nada. Muito bem, tente-se mais tarde. E mais tarde provou-se que há pessoas boas: faltavam poucos minutos para as 6 da tarde e alguém apareceu com uns milagrosos bilhetes de que não necessitava.

A casa veio a baixo. Deu gosto ver o jovem maestro titular da ONP a dirigi-la com energia e decisão e ouvir a resposta vigorosa dos músicos. De Birgit Remmert só esperava um pouco mais de volume na voz. Lá para as últimas filas o seu Urlicht soou a pouco.

O Sermão de Santo António aos Peixes ("Des Antonius von Padua Fischpredigt"), composto por Mahler na mesma época, serviu de base ao terceiro andamento, Scherzo, da Ressurreição.



Dietrich Fischer-Dieskau com Wolfgang Sawallisch





O
Scherzo, seguido de Urlicht, pela Orquestra Sinfónica de Londres, com Leonard Bernstein e Janet Baker