31.5.12

Um bom sinal

Richard Wagner por Lorenz Gedon (1880-83), na Alte Nationalgalerie, Berlim

Segundo o Los Angeles Times, a Sociedade Wagneriana de Israel (cuja existência eu desconhecia) vai organizar um simpósio dedicado a Wagner, Toscanini e ao líder sionista Theodor Herzl na Universidade de Tel Aviv. No âmbito do evento terá lugar um concerto em que cem músicos tocarão excertos do Anel e de outras óperas de Richard Wagner.


29.5.12

"A Therapy"

De Roman Polansky, com fotografia de Eduardo Serra. Prada suits everyone.
(Visto no Delito de Opinião.)

28.5.12

Gulbenkian 12/13 (#2)



O programa da próxima temporada de música da Gulbenkian já pode ser consultado, mês a mês ou por tema. Saiba quais são as novidades do Ciclo de Piano, as transmissões do Met Opera Live, as datas da Integral das Sonatas de Schubert por Elisabeth Leonskaja, conheça o programa Portas Abertas, que comemora os 50 anos da Orquestra Gulbenkian, as Grandes Orquestras, etc.

Pode também folhear o programa para ficar a saber tudo mais detalhadamente, por exemplo, o que os Filarmónicos de Berlim e Sir Simon Rattle estão a preparar para tocar no dia 23 de Novembro, o que será isso das Drama Queens de Joyce DiDonato, que Carlos Cardoso cantará o papel de tenor em Romeu e Julieta de Berlioz, e por aí fora.

26.5.12

Se pietà di me non senti

Se pietà di me non senti, por Tatiana Troyanos:


O ARTE e o ARTE Live Web vão dar-nos "Giulio Cesare in Egitto", de Handel, amanhã (27 de Maio), a partir do Festival de Pentecostes de Salzburgo. A transmissão será quase em directo e começará às 19h40, poucas horas após o início da récita.
O elenco está cheio de estrelas: Andreas Scholl, Cecilia Bartoli, Anne Sofie von Otter e Philippe Jaroussky; e a encenação promete ser suficientemente disparatada para garantir um sucesso estrondoso.

(Fotos © Hans Jörg Michel)

24.5.12

Jardins p'ra comer

(Facebook)





O tema escolhido para o Festival de Jardins de Ponte de Lima deste ano parece-me muito bem. É só arranjar um tempinho p'ra ir lá. Abre já amanhã e fica até 31 de Outubro.

23.5.12

Gulbenkian 12/13 (#1)


A Fundação Calouste Gulbenkian convida-nos a assistir, no dia 28 de Maio, à apresentação da próxima temporada. Mitsuko Uchida será uma das atracções em 2012/13.

22.5.12

Parabéns, Herr Wagner

Richard Wagner por Franz von Lenbach (antes de 1895), na Alte Nationalgalerie, Berlim

Wilhelm Richard Wagner nasceu em Leipzig há exactamente 199 anos. Para comemorar o aniversário lembrei-me das sessões da célebre gravação do Anel por Sir Georg Solti, com a presença de, entre outros, Birgit Nilsson, Fischer-Dieskau e Wolfgang Windgassen.
Aqui ficam dois excertos e, a seguir, para quem lhe tomar o gosto, o documentário "The Golden Ring" completo, em sete bocados. Foi em Viena, em 1964.



20.5.12

De Bach a Britten

Através da Helena cheguei ao excerto de um documentário que nos mostra Fischer-Dieskau cantando e falando sobre Bach e Britten,


o qual me levou a um outro vídeo em que ele canta Welt, ade, ich bin dein müde (Mundo, adeus, estou cansado de ti). O Bach de Fischer-Dieskau, tão fora de moda, maravilhoso.

Boa Viagem

"Winterreise", por Fischer-Dieskau e Alfred Brendel:

19.5.12

Morreu o Cantor




A morte de Dietrich Fischer-Dieskau, há muito temida, aconteceu. Para mim foi o mais completo cantor da segunda metade do século XX, e consequentemente um dos mais importantes da história. Estou, absolutamente, de luto.

A sua voz de um poder imenso e de uma maleabilidade única, o seu preciosíssimo rigor musical e a absoluta entrega dramática e emocional foram postos ao serviço de um repertório absolutamente avassalador – de Monteverdi a Schnittke, com todo o Bach, todo o Mozart, todo o Wagner, todo o Strauss, muitíssimo Verdi e tantos, tantos italianos, no que diz respeito a ópera e a repertório sinfónico de concerto. Quanto ao universo do “lied” e da “mélodie” é verdadeiramente assombrosa a quantidade de obras que interpretou e imediatamente guindou a leituras modelares.

A sua morte é tanto mais inaceitável porque ele era o cantor imortal – a sua voz coexistiu, de facto, com as de Flagstad, Nilsson, Schwarzkopf, Seefried, Ludwig, Stich-Randall, Rysanek, Callas, Tebaldi, Di Stefano, Corelli, Bergonzi, Bastianini, Wunderlich, Domingo, Kraus, Pavarotti… e, no meio destes, conseguiu reinar durante décadas. Que tempos! Que gloriosos tempos!

Dúvidas? Ouça-se Fischer-Dieskau no “Wandrers Nachtlied I” de Schubert – na gravação com Jörg Demus! – e no Monólogo de Amfortas na gravação dirigida por Solti.

Depois, só resta chorar.

Jorge Rodrigues

Wandrers Nachtlied I D 224 by Fischer-Dieskau/demus on Grooveshark

18.5.12

Dietrich Fischer-Dieskau

O Mundo ficou hoje mais pobre. Julia Varady anunciou a morte do marido, Dietrich Fischer-Dieskau, quando faltavam poucos dias para comemorar 87 anos.


14.5.12

A Andorinha



"La Rondine", de Puccini, vai ter estreia em Portugal, no Teatro Nacional de São Carlos, na próxima quinta-feira, dia 17 de Maio, com Dora Rodrigues no papel de Magda.

Dora Rodrigues e Mário João Alves (© TNSC - Facebook)






Magda Dora Rodrigues
Lisette Carla Caramujo
Ruggero Mário João Alves
Prunier Marco Alves dos Santos
Rambaldo Luís Rodrigues
Yvette/Georgette Cristiana Oliveira
Bianca/Gabriella Sofia de Castro
Suzy/Lolette Ana Ferro
Gobin Bruno Almeida
Périchaud Hugo Oliveira
Crébillon Nuno Dias
e outros

Adenda: Informa-nos Hugo Santos que "La Rondine" teve estreia em Portugal no Teatro da Trindade, na temporada de 1970, com Zuleica Saque no papel de Magda.

5.5.12

Viagem a Tralalá #2

Wladimir Kaminer e Helena Araújo, esta tarde, na apresentação de "Viagem a Tralalá" na Feira do Livro de Lisboa:



4.5.12

Viagem a Tralalá #1


Wladimir Kaminer anda a conhecer o Alentejo, na companhia da Helena Araújo, e amanhã (5 de Maio) estará na Feira do Livro de Lisboa, na Praça Laranja, às 19h00, para apresentar "Viagem a Tralalá". O livro foi traduzido pela própria Helena e, obviamente, promete. A edição é da Tinta-da-china, integrada na Colecção de Literatura de Viagens dirigida por Carlos Vaz Marques.


A quem quiser conhecer melhor o autor e as histórias à volta da tradução do livro, aconselha-se uma visita ao 2 Dedos de Conversa, onde a Helena nos dá algumas pistas. A Berlinda.org tem uma entrevista ao autor e uma outra à sua tradutora e o Ípsilon publicou uma crónica de Wladimir Kaminer sobre a sua primeira vez em Lisboa.

E amanhã à noite, na Pensão Amor, ali ao Cais do Sodré, há Russendisko, uma festa que é uma especialidade de Kaminer. A não perder.

Kaminer com Helena Araújo

(Fotos tiradas do 2 Dedos de Conversa)

2.5.12

"Evocação de Silves"

Saúda, por mim, Abû Bakr,
Os queridos lugares de Silves
E diz-me se deles a saudade
É tão grande quanto a minha.
Saúda o Palácio das Varandas,
Da parte de quem nunca as esqueceu.
Morada de leões e de gazelas
Salas e sombras onde eu
Doce refúgio encontrava
Entre ancas opulentas
E tão estreitas cinturas.
Moças níveas e morenas
Atravessavam-me a alma
Como brancas espadas
Como lanças escuras.
Ai quantas noites fiquei,
Lá no remanso do rio,
Preso nos jogos do amor
Com a da pulseira curva,
Igual aos meandros da água
Enquanto o tempo passava...
E me servia de vinho:
O vinho do seu olhar,
Às vezes o do seu copo,
E outras vezes o da boca.
Tangia-me o alaúde
E eis que eu estremecia
Como se estivesse ouvindo
Tendões de colos cortados.
Mas se retirava o manto,
Grácil detalhe mostrando,
Era ramo de salgueiro
Que abria o seu botão
Para ostentar a flor.

Al-Mu'tamid (adaptação a partir de várias versões de Adalberto Alves)

Nos anos 1930 e 1940, um organismo comummente conhecido como Monumentos Nacionais reconstruía tão bem castelos medievais que eles até ficavam a parecer antigos e verdadeiros. Actualmente, requalifica-se e esteriliza-se, como em Alcobaça, Guimarães e Silves. A ASAE dos monumentos e dos centros históricos limpa-os, deslava-os, bota-lhes candeeiros bem bonitos, modernos e originais.

Castelo de Silves (© IGESPAR)


O caso de Silves:
O interior do castelo era um jardim com árvores antigas, que foram cortadas para dar espaço a uma requalificação que levou anos a fazer-se. Quando as obras terminaram, o castelo teve direito a inauguração com a presença do senhor presidente da república. Ei-lo lá, acompanhado pela sua senhora.
Uma coisa correu bem: foram escavadas e postas a descoberto as ruínas do palácio almóada. Contudo, não teria sido necessário arrancar as pimenteiras-bastardas e os jacarandás que por lá abundavam. Nos seus lugares estão agora umas árvores jovens, em forma de pomar, numa espécie de recriação de um jardim árabe com cursos de água secos e pequenos lagos e fontes que não funcionam. Segundo consegui apurar, a água deveria estar em permanente circulação, não se tivesse dado o caso de a construção ter ficado defeituosa.
A cisterna da Moura não tem encanto nenhum. Foi "museologizada". Descemos as escadas para entrar nela e encontramos paredes e colunas cobertas de painéis informativos e fotografias que nos impedem de a ver e a despem de mistério.
Há por lá também uma cafetaria com uma grande esplanada, mas encerrada.
Queridos Monumentos Nacionais, voltai, que estais perdoados.

No Youtube: um vídeo dá uma ideia do desconsolo e um outro mostra imagens da inauguração do castelo requalificado.