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(até há algum tempo pensava-se que seria o próprio Oscar Wilde)
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Em 1892, quando a peça já estava em ensaios para a estreia no Palace Theatre, a censura recusou-a, alegando que não era permitido representar personagens bíblicas no palco. O facto é que "Salome" aborda temas considerados, à época, imorais, o que terá pesado fortemente na decisão. A estreia em Paris deu-se em 1896, quando Wilde cumpria a pena de dois anos de trabalhos forçados por conduta "imoral" (a sua relação íntima com Alfred Douglas).
Richard Strauss assistiu a uma das primeiras representações de "Salome" na Alemanha, em Berlim, e escreveu o libreto para a sua ópera a partir do texto de Wilde. A estreia mundial aconteceu na Ópera de Dresden, em 1905. Ainda hoje é considerada uma ópera difícil e Maria Wittich, a primeira Salomé de Strauss, recusou-se inicialmente a cantar o papel, dando como pretexto a indecência da personagem. A cena final é um dos maiores momentos de toda a História da Ópera.
O tetrarca Herodes está avassalado de uma atracção fatal por Salomé, sua enteada, filha de Herodíade (ou Herodias), e pede-lhe que dance para ele. Como ela recusa, oferece-lhe tudo o que ela lhe pedir em troca. Salomé cede, para lhe exigir em seguida a cabeça de Jochanaan (João Baptista), que resistiu às suas tentativas para o seduzir.
Dança dos Sete Véus
Herodes começa por recusar o pedido, transformado em exigência, de Salomé, mas vê-se obrigado a satisfazê-lo. Salomé poderá finalmente beijar a boca do Baptista. Nos últimos momentos ela diz: "Terá sabido a sangue? Não, talvez tenha sabido a amor".
Cena final
Salome - Teresa Stratas
Herodias - Astrid Varnay
Herodes - Hans Beirer
Orquestra Filarmónica de Viena dirigida por Karl Böhm
Encenação de Götz Friedrich
Nota: O filme foi realizado em 1974, com o som gravado previamente.