29.1.09

Quatro canções de Shakespeare


"As Aventuras de Robin Hood" salvaram-lhe a vida, dizia o próprio Korngold. Em 1938 foi convidado a compor a música do filme com Errol Flynn e Olivia de Havilland e deixou a Áustria a caminho de Hollywood. Pouco depois, a Áustria foi anexada pela Alemanha, os bens de Korngold foram confiscados e algumas das suas partituras foram destruídas. Foi o que sucedeu às "Vier Shakespeare-Lieder" op. 31, de 1937. Em 1941 Korngold reconstituiu-as de memória, em Los Angeles, e Anne Sofie von Otter gravou-as em 1998, com Bengt Forsberg, com quem também as interpretou em Lisboa.

Under the Greenwood Tree

Under the greenwood tree,
Who loves to lie with me,
And turn his merry note
Unto the sweet bird's throat,
Come hither, come hither;
Here shall he see
No enemy
But winter and rough weather.
(...)

William Shakespeare

(franz39)

27.1.09

Monte Palace

Tal como a Quinta dos Loridos, o Jardim Monte Palace, no Funchal, atesta o gosto do Comendador Berardo por coisas do Oriente. As fotografias foram enviadas pelo meu colega e amigo Jorge Falcato. Obrigado, Jorge.





Entretanto, no Museu Colecção Berardo, pode visitar a exposição "A Intuição e a Estrutura - De Torres-Garcia a Vieira da Silva". Mas só até ao próximo dia 15 de Fevereiro.

25.1.09

Baden Verboten

Graças a este post do jugular descobri o Europa Film Treasures e já me perdi por lá na descoberta de verdadeiras pérolas do cinema europeu, como esta.

24.1.09

Hélène Grimaud - Concerto em sol de Ravel


Samedi 24 janvier, connectez-vous sur www.medici.tv à 20h00 [19h00] pour suivre la pianiste Hélène Grimaud en direct, gratuitement, de la Cité de la musique. En association avec France 3 et France 2, le concert sera aussi diffusé sur www.citedelamusique.fr.

Hélène Grimaud interprétera le Concerto en sol de Ravel avec le Chamber Orchestra of Europe dirigé par le jeune chef russe Vladimir Jurowski. Egalement au programme, Métamorphoses et la Suite Le Bourgeois Gentilhomme de Richard Strauss.

Pour ceux qui ne pourront pas suivre le concert en direct, celui-ci sera disponible en VoD pendant 60 jours.

23.1.09

Google Earth

Os detalhes do jardim são tão deliciosos que também não resisti (há mais aqui).


E o auto-retrato de Dürer?




Está tudo no Prado e no Google Earth, à nossa disposição.

21.1.09

Elektra - Gulbenkian - III

Diz o Crítico, e eu, que não sou crítico e não percebo nada de música, concordo e subscrevo, que a "Elektra" da Gulbenkian foi extraordinária. Muitas pessoas que lá estiveram no dia 15 pensam o mesmo. Daí eu também não entender a crítica de Pedro Boléo a esse concerto (Público, 19 de Janeiro):

"Deborah Polaski foi um exemplo vivo desta contradição. A soprano americana não encontrou saídas para a claustrofobia de Electra, que muito grita e pouco consegue agir. Fraquejou sucessivamente nos agudos, deu notas ao lado, e sobretudo falhou expressivamente, não marcando a diferença em dois momentos fundamentais da ópera, o que não é compreensível para quem cantou Elektra muitas vezes e conhece tão bem a obra: o primeiro, quando sabe finalmente que Orestes está vivo ("Deixa que os teus olhos me vejam"), e depois no belo monólogo perto do final ("Se não ouço? Se não ouço a música? Mas ela vem de dentro de mim!"). Seria perdoada se tivesse agarrado estes dois momentos, mas não o fez."


Estranha ainda o Crítico, e eu também, que Pedro Boléo louve "cantores abomináveis que têm passado no S. Carlos [...] e massacre uma grande senhora como Polaski".

Já as ironias tecidas por Henrique Silveira sobre o casamento civil homossexual parecem-me tão descabidas como as críticas de Boléo.

20.1.09

Elektra - Gulbenkian - II

Ter a oportunidade de ouvir uma das melhores intérpretes (no activo) de Elektra, em Lisboa, foi um privilégio. Houve cantoras como Birgit Nilsson e Gwyneth Jones que cantaram o papel até bastante tarde nas suas carreiras e Deborah Polaski parece ir por esse caminho, embora não seja o milagre vocal que as outras foram. No momento em que Elektra entra no palco vemos uma mulher alta, de porte magnífico, que domina a personagem de trás para a frente. O seu grito "Orest", no momento em que reconhece o irmão, não lancinou; por vezes até podíamos querer sentir mais vigor, mais fogo, mais electricidade; e, no final, a voz começou a ressentir-se do esforço. No entanto, ela deu-nos uma interpretação grandiosa. Já muitos cantores antes dela deslumbraram mais pelo poder interpretativo que pelo portento e pela pujança vocal. Para Deborah Polaski, uma garrafa de água é um objecto de cena que ela usa sem pejo, bebendo ou parando ao som da música.

Deborah Polaski como Elektra (Paris)
foto de Anton Cupak

Polaski já anda a cantar pelos palcos do Mundo há uma boa série de anos. Já foi muitas vezes Isolde, Brünnhilde e Elektra. Recentemente cantou estes papéis em Berlim, Hamburgo e Nova Iorque. Já em Fevereiro será novamente Elektra em Munique e, em Maio, em Berlim (veja-se a agenda da cantora). E na próxima época estará em Madrid, segundo palavras da própria, numa produção de "Jenufa" de Janáček. Isto para dizer que ouvimos uma Senhora Cantora, que se aguenta por mais de uma hora e meia no palco sem dar parte de fraca, que sabe quais já são os seus limites vocais e, por essa razão, não os ultrapassa.

Mas a "Elektra" vive também de Klytämnestra, de Orest e de Chrysotemis. Se os papéis dos irmãos de Elektra estiveram bem entregues, foi a Klytämnestra de Rosalind Plowright quem mais surpreendeu. Noutros tempos ela foi uma grande soprano verdiana, agora aparece-nos em registo de mezzo-soprano e "sem medo do teatro que a personagem exige", como escreveu Pedro Boléo no Público de 19 de Janeiro.

A orquestra, dirigida por Lawrence Foster, brilhou numa partitura dificílima, como infelizmente não é hábito ouvir para os lados do Chiado.


19.1.09

Mais logo


Quem já foi, gostou. Quem ainda não foi, pode ir logo, às 20:00. Ainda há bilhetes.

Receitas

Ah! E quando estiver indeciso quanto à ementa do almoço, ou do jantar, pode consultar o Molho de brócolos.
O marido está doente, a tia está acamada? Florence Nightingale entra em acção.

17.1.09

Alta Escola

Quando o Museu Nacional dos Coches for transplantado para a nova casa, o Real Picadeiro de Belém pode voltar a ser utilizado para espectáculos com os lusitanos da Escola Portuguesa de Arte Equestre. Em Viena, na Spanische Hofreitschule, a arte é dos lipizzanos.


Trabalho matinal no picadeiro da Spanische Hofreitschule

Lipizzano



Adenda :

Cavalos Portugueses - ligações para o Lusitano, o Sorraia e o Garrano

Sorraia Folheto Informativo - um sítio dedicado à preservação do Sorraia



14.1.09

O grande desafio

Não costumo ir nestas cantigas mas desta vez não resisti ao desafio da Gi e apeteceu-me aceitar a corrente. Fica já aqui o ponto assente, porém, que não vou nomear ninguém para se dar à tarefa ingrata e dolorosa de andar a remexer nos neurónios até encontrar a música certa para cada uma das questões que se apresentam. E reservei-me a liberdade de quebrar as regras como melhor me conveio e o direito de só falar na presença do meu advogado.

É suposto respondermos a algumas perguntas com títulos de canções de um único autor ou intérprete (individual ou colectivo), passarmos a corrente a quatro pessoas e mostrarmos uma fotografia nossa. Se alguém quiser fazer-se meu convidado, não faça cerimónia. Avance. A parte da fotografia resolve-se já:



E após demorada e profunda introspecção, cheguei às seguintes conclusões, que poderiam ser outras se me debruçasse sobre o assunto daqui a uma hora:


* És homem ou mulher?
Non so più cosa son, cosa faccio

* Descreve-te.
Follie! Follie!

* O que as pessoas acham de ti?
Guardate, pazzo son, guardate!

* Como descreves o teu último relacionamento?
Ah! Lève-toi, soleil!

* Descreve o estado actual da tua relação.
Ah! mio cor! schernito sei!

* Onde querias estar agora?
(Je crois entendre encore,) Caché sous les palmiers

* O que pensas a respeito do amor?
Pur ti miro

* Como é a tua vida?
Je veux vivre

* O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
Give me some music

* Escreve uma frase sábia.
Tutto nel mondo è burla

13.1.09

Majolikahaus

Viena Dezembro 08 - 39

Há quem viva e jardine na Casa da Majólica, de Otto Wagner, um dos arquitectos ligados ao movimento da Secession de Viena. Este edifício encontra-se na Linke Wienzeile.


Ver mapa maior


Majolikahaus


Majolikahaus


Viena Dezembro 08 - 56


Viena Dezembro 08 - 54

10.1.09

Anunciação

Acho muito curioso que Leonardo da Vinci tenha pintado o que parece ser uma araucária no séc. XV. Elas (ou árvores muito semelhantes) ter-se-ão extinguido da Europa muito antes de Leonardo e muito tempo passou até que tivessem sido reintroduzidas. Ou não?

5.1.09

O Esplendor do Barroco




A antiga Hofbibliothek (actualmente chamada Prunksaal) integra a Biblioteca Nacional Austríaca, em Viena, e foi mandada construir pelo cunhado de D. João V, o imperador Carlos VI. Os frescos foram pintados por Daniel Gran, terminados em 1730, e constituem um conjunto admirável de alegorias barrocas, passando pela Guerra e pela Paz, pelas divindades clássicas, pelas ciências e pelas Virtudes, culminando com a apoteose do imperador.

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