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7.3.14

Études-Tableaux (e Sonata nº 2) - Rach

Artur Pizarro e o Professor Campos Coelho (© Artur Pizarro)

Para quem não pôde ouvir Artur Pizarro na Gulbenkian, aqui fica um cheirinho: Études-Tableaux Nºs 1 , 6 e 9 , Op. 39.


O recital de piano e tosses foi gravado pela Antena 2. Apesar de Pizarro se ter dirigido aos espetadores (assim mesmo, segundo o novo acordo ortográfico), pedindo-lhes que evitassem tossir ou utilizassem um lenço para abafar o ruído, o público constipado teimava em fazer-se ouvir. As peças que ouvimos aqui foram, de certo modo, poupadas.

Adenda: Também já podemos ouvir o 3º andamento da Sonata Nº 2, Op. 36, versão de 1931.


5.2.14

O Schumann de Maria João Pires em Londres

Quem é amigo, quem é? Ora ouvejam aqui o Concerto de Schumann, que Maria João Pires tocou há dias com a Orquestra Sinfónica de Londres e Sir John Eliot Gardiner no Barbican Hall. Do programa constavam também a Abertura As Hébridas (‘Gruta de Fingal’) e a Sinfonia nº 3, Escocesa, de Mendelssohn.




23.1.14

No Silêncio de uma Nota

(©)

Um documentário de 2008 sobre a arte de Maria João Pires, com depoimentos do irmão Hugo, da filha Joana, de António Vitorino de Almeida, Jorge Rodrigues, Carla Seixas, Adriano Jordão, Rui Vieira Nery e muitos outros.


15.12.13

melographia portugueza


Ontem foi lançado mais um CD, o quinto, da gravação integral da obra para tecla de Carlos Seixas por José Carlos Araújo. Um disco que podemos já considerar como histórico. Para o fazer, foi utilizado o pianoforte de Henrique van Casteel, de 1763, que se encontra no Museu da Música (estação de metro de Alto dos Moinhos). Cremilde Rosado Fernandes já o tinha usado para uma gravação, há cinquenta anos, e José Carlos Araújo voltou a tocá-lo recentemente num recital no Museu da Música, quando pudemos ouvir a sonoridade específica do instrumento, cuja fragilidade se pressente também neste disco em que José Carlos toca primorosamente, com dedos de veludo. Recordemos a curta reportagem do Público a propósito desse recital.

O pianoforte de Van Casteel merece ser visto. Diz-nos o livrinho que acompanha o disco:
Com um tampo harmónico de conífera, armação de nogueira e cepo de castanho folheado a jacarandá, este instrumento é, à semelhança do modelo de Cristofori, inteiramente encordoado em latão, o que lhe confere um timbre quente e claro. A deslocação do mecanismo para o lado possibilita o recurso ao registo una corda, em que soa apenas uma das filas de cordas, enquanto a segunda vibra por simpatia. (...)

O disco contém, entre várias sonatas belíssimas, a magnífica K. 15, em Dó menor, aqui interpretada por José Carlos Araújo ao cravo:


Para percebermos o que é o timbre do pianoforte de Van Casteel, ouçamos a Sonata K. 30:


No recital de ontem, José Carlos Araújo tocou o cravo Antunes e, com ele, estiveram a violinista Raquel Cravino e o violoncelista Nuno M. Cardoso, que usou um instrumento que pertenceu à colecção do rei D. Luís, construído por Joaquim José Galrão em 1769. O trio interpretou sonatas em versões reconstituídas para violino ou violoncelo e baixo contínuo. Espera-se também a gravação de um CD pelos três músicos, integrado no projecto discográfico melographia portugueza, utilizando o violino e o violoncelo de Galrão.

José Carlos Araújo (cravo Antunes) e Nuno M. Cardoso (violoncelo Galrão)
(Do Facebook de José Carlos Araújo)

Os discos de José Carlos Araújo, se não os encontrar numa discoteca perto de si, estão à venda na loja do Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa (MPMP).

5.5.13

Fim-de-semana com teclas

O que faria um pianista se de repente lhe aparecesse um insecto não identificado no teclado? Dei comigo a pensar que Artur Pizarro* daria uma gargalhada sonora para o público, encolheria os ombros, enxotaria o bicho e continuaria a tocar; Maria João Pires pararia, sacudiria suavemente o bicho para que ele pudesse seguir o seu caminho e continuaria a tocar, enlevada pelo esvoaçar do animal; e etc., mas se calhar não seria nada assim.

Elisabeth Leonskaja

Elisabeth Leonskaja recolheu os braços levemente assustada, levantou-se, lançou o seu doce sorriso para o público e disse: "I'm sorry, there is something on the piano". Afastou-se por uns momentos, esperou que uma assistente de sala retirasse o bicho de cima do teclado e voltou a sentar-se. O recital continuou sem mais aparições. Era o último do ciclo de Sonatas para Piano de Schubert que a enorme, belíssima e magnífica Elisabeth Leonskaja apresentou no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian.
Só me foi possível assistir a este, que provou tratar-se de um momento alto da temporada. A Senhora Leonskaja brilhou nas duas sonatas da primeira parte (D. 279 e D. 625), porém com a última sonata de Schubert (D. 960) hipnotizou o público. Nem tosses houve entre os andamentos. O II então, Andante, foi sublime. Uma interpretação inesquecível.

 Elisabeth Leonskaja num excerto da Sonata D. 845 de Schubert (à falta do Andante da D. 960):

Mas aconteceram-me outras coisas muito boas neste fim-de-semana. Uma delas foi ouvir Partitas de Bach no cravo de José Carlos Araújo, na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, aonde voltará nos dias 9 (mais Bach) e 16 (Carlos Seixas), sempre às 19 horas. Tente ir. É ali mesmo entre o Sheraton e a Maternidade Alfredo da Costa. Se não conseguir, sintonize a Antena 2, que transmitirá ambos os recitais em directo.

*Belíssimos os seus concertos (Schumann e Rach 2) nos Dias da Música do CCB.

30.12.12

Artur Pizarro e Mozart

Entrar na noite (ou no dia) a ouvir Mozart por Artur Pizarro. Com a Orquestra Sinfónica da BBC, dirigida por Andrew Davis.

Concerto para Piano em Dó Maior K.503


Maria João Pires e Schubert



O novo disco de Maria João Pires, dedicado a Schubert, está para sair em Fevereiro de 2013. Todavia, para nos aguçar o apetite, a Deutsche Grammophon já deixa ouvir um pedacinho da Sonata nº 16.



(Se a ligação estiver avariada, é ir por aqui.)

18.11.12

Por Amor ao Piano

Um documentário de 2008 sobre Sequeira Costa, com a presença de alguns dos seus pupilos, entre os quais Artur Pizarro. Sem papas na língua, o Mestre fala do panorama musical, o português e não só.


22.10.12

O Rach 1 de Artur Pizarro

No passado mês de Abril, Artur Pizarro visitou o Teatro de São Carlos e o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em dois dias consecutivos. Quem não teve a possibilidade de assistir aos concertos ao vivo pode agora ouvir o Rach 1, que Pizarro tocou com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e Martin André na Gulbenkian. Espera-se que manbrighton nos ofereça um dia destes o Rach 3 com a Gulbenkian em São Carlos.



8.7.12

Ensemble Berlin

Há dias que se transformam em tardes prodigiosas e é um privilégio estar neles e poder vivê-las. Comecemos pelo princípio: junto à estação de Sintra apanhámos um autocarro gentilmente disponibilizado pela organização do Festival que nos levou pela Estrada de Monserrate até à Quinta da Piedade, ao som de canções de Quim Barreiros e Marco Paulo.

©
A história da Quinta da Piedade ficará para sempre ligada a Olga Nicolis di Robilant Álvares Pereira de Melo, Marquesa de Cadaval, que nela viveu e nela recebeu muitos dos seus amigos artistas, principalmente músicos. Se Sintra tem um festival de música de prestígio internacional, deve-o essencialmente a Olga Cadaval. Foi ela quem o impulsionou.

É notável a lista de artistas que de algum modo estão relacionados com a Marquesa de Cadaval, quer porque ela os protegeu com o seu mecenato, quer porque eram seus amigos: Nelson Freire, Martha Argerich, Jacqueline Dupré, Daniel Barenboim, Benjamin Britten (compôs em sua honra a parábola religiosa "Curlew River"), Gabriele D’Annunzio, Marinetti, Giacomo Puccini, Cole Porter, Maurice Ravel, André Malraux, Coco Chanel, Arthur Rubinstein, Ygor Stravinski, Mstislav Rostropovitch, Ortega Y Gasset, Graham Green, Saul Bellow, Maurice Maeterlinck, Cosima Wagner, Olga Pratts, José Vianna da Motta, Vitorino Nemésio, Fernando Lopes Graça, Maria Germana Tânger... (leia-se o Historial da Marquesa de Cadaval

Detalhe da casa de fresco
A quinta parece ter sido criada a pensar no prazer da música, nos divertimentos para as tardes de Verão.
Quando passamos o portão, a casa do século XVIII fica à esquerda e à nossa frente, em baixo, avistamos o pequeno jardim de buxo e a casa de fresco ao fundo, com a fachada de azulejos barrocos.

À esquerda do jardim de buxo está o palco, ao qual os músicos acedem subindo alguns degraus e onde vemos mais azulejos do século XVIII e esculturas representando putti e outras figuras com instrumentos musicais. E foi o que ia passar-se aí que nos levou para os lados de Colares.

Antes do início, uma senhora da organização anunciou que os músicos pediam desculpa pelo facto de a bagagem de um dos colegas (o trompista Martin Owen) estar perdida e ele ter de se apresentar sem trajo de concerto, uma vez que tinha chegado a Portugal havia poucas horas. Posto isto, passou-se ao que verdadeiramente interessava: o Divertimento. Um belíssimo Divertimento para oboé, clarinete e fagote de Mozart, seguido de dois quintetos para piano e sopros, um de Beethoven e o outro de Mozart. Aos músicos do Ensemble de Berlim juntou-se o pianista Shai Wosner.

Ensemble Berlin (fotos da quinta © telemóvel do Miguel Jorge)

Uma formação de sopros não é à partida o que me atrai a um concerto, eu que sou mais de piano e cordas. Contudo, algo me dizia que este concerto havia de ser muito bom. Pois não foi. Foi apenas excepcional. Foi um grupo de amigos que resolveram vir de Berlim para tocar na Serra de Sintra e deixar-nos com pele de galinha e com os olhos húmidos. Foram muitos os momentos sublimes. Um deles, um dos mais sublimes de todos, foi o segundo andamento do quinteto de Beethoven, quando os instrumentos começam a conversar uns com os outros: o oboé pergunta, o fagote responde que sim, a trompa retorque, o clarinete conclui e o piano sublinha. O que fascina nestes músicos é a cumplicidade que os une, a interpretação perfeita - Beethoven é Beethoven e Mozart é Mozart -, a técnica irrepreensível. Com instrumentistas deste calibre, como não há-de a Orquestra Filarmónica de Berlim ser a melhor do Mundo, dei eu comigo a pensar.
Os passarinhos gostaram tanto que começaram a acompanhar a música com os seus sopros naturais do alto dos ciprestes.

No regresso a Sintra, uma agradável surpresa: não havia música no autocarro!

Agora vou escrever aqui os nomes dos músicos para não me esquecer:
Christoph Hartmann, oboé
Andreas Ottensamer, clarinete
Mor Biron, fagote
Martin Owen, trompa
Shai Wosner, piano

E amanhã mais logo há Artur Pizarro em Queluz.

17.6.12

Festival de Sintra

O Festival de Sintra está aí a chegar e este ano tem como tema "Viena Antes de Mahler: de Haydn a Brahms". Abre a 22 de Junho com uma conferência de Rui Vieira Nery (A Viena imperial e a matriz cosmopolita do Romantismo musical europeu) e um recital de Grigory Sokolov (Rameau, Mozart e Brahms), ambos no Centro Cultural Olga Cadaval. (Informa o Público que o recital de Sokolov foi adiado para 10 de Julho por motivo de doença do pianista.)

Por Sintra passarão, entre outros, Howard Shelley com a Orquestra Gulbenkian, Stephen Kovacevich (Sonatas de Beethoven [op. 10 nº 1 e op. 110] e Schubert [D. 960] na Quinta da Piedade) e Nicholas Angelich (Beethoven [Ao Luar e op. 111] e Brahms no Palácio de Queluz). Artur Pizarro encerra a festa no Palácio de Queluz, a 8 de Julho, com um programa dedicado a Haydn, Mozart, Schubert e Hummel.

O calendário do sítio do Festival não dá detalhes sobre as obras que vão ser interpretadas. Até ver, só no programa em papel.


Adenda: Bilhetes à venda na TicketLine.

14.4.12

Visitas

(Foto de Alfredo Rocha © TNSC)
Ter Artur Pizarro em Lisboa para tocar num dia o Rach 3 e no dia seguinte o Rach 1 foi um luxo que mais uma vez provou que ele é um pianista de excepção. E sempre que cá vem, como se isso fosse possível, parece que toca melhor que da vez anterior.
No Teatro de São Carlos, com a Orquestra Gulbenkian e Pedro Neves, e na Gulbenkian, com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e Martin André, foram duas noites de festa. Como que inspiradas por Pizarro, ambas as orquestras se mostraram em grande forma nestas suas visitas. Uma iniciativa que deveria repetir-se na próxima temporada, digo eu. Foi um gesto bonito que, tendo continuidade, poderá servir também para aproximar os públicos das duas casas.

Novidade, para mim, foi Pedro Neves, que realiza actualmente um doutoramento na Universidade de Évora sobre as sinfonias de Joly Braga Santos. O ainda jovem maestro e a Orquestra Gulbenkian interpretaram com grande segurança e convicção a Sinfonia nº 4 de Braga Santos, uma obra pouco ouvida nas nossas salas de concerto, como, aliás, todas as outras daquele que é um dos compositores portugueses mais importantes do século XX. Aqui, pela Orquestra Nacional da Irlanda, com a direcção de Álvaro Cassuto:

10.4.12

Coisas extraordinárias

Sem saber como, aterrei numa página do Youtube que contém a gravação do Concerto nº 2 de Beethoven repartido pelas mãos de Maria João Pires e de Martha Argerich. O que inicialmente me pareceu uma brincadeira de gosto duvidoso revelou-se, afinal, uma novidade (para mim) extraordinária. Pires e Argerich juntas?


(Todas as fotos © Festival Chopin and his Europe)

Foi no dia 30 de Agosto de 2010, em Varsóvia. Maria João tocou o primeiro andamento e Martha tocou o segundo e o terceiro, num piano de época, acompanhadas pela Orquestra do Século XVIII com o maestro Frans Brüggen.



E ainda... a Sonata de Mozart para piano a quatro mãos, KV 381.
As duas. Juntas.






1.4.12

António Rosado

Barcarola nº 1, de Vianna da Motta, por António Rosado 


A última noite de Março começou com a abertura de Noite de Maio, de Rimsky-Korsakov, mas logo se passou ao que interessava, que era António Rosado, que eu não ouvia há quase dois anos. Desta vez foi o Concerto nº 2 de Chopin, por sinal o primeiro do compositor, embora editado depois do segundo, o Concerto nº 1.

O nome de António Rosado não tem a projecção internacional, nem mesmo nacional, que têm outros pianistas portugueses, o que decerto explicará o facto de o Teatro de São Carlos não ter enchido. A Rosado não falta o talento, nem a técnica apurada, e o seu Chopin foi novamente deslumbrante e arrancou merecidíssimos aplausos. Notável a atenção do maestro letónio Gints Glinka, que dirigiu muito bem a Orquestra Sinfónica Portuguesa, tanto no concerto de Chopin como na Sinfonia nº 2 de Scriabin.

O ciclo Piano Romântico prossegue já no próximo dia 5 de Abril com Filipe Pinto-Ribeiro, que interpretará o Concerto nº 1 num programa dedicado a Tchaikovsky. Promete.

 Reportagem da SIC sobre António Rosado e os Estudos de Debussy (2002)

27.3.12

Alterações à Programação #2

Já Artur Pizarro virá a Lisboa para dois concertos integrados no ciclo Piano Romântico, que terá início no dia 31 de Março com António Rosado. A 12 de Abril, a Orquestra Gulbenkian visita o São Carlos com Pizarro, em substituição de Sequeira Costa, para o Concerto nº 3 de Rachmaninov e a Sinfonia nº 4 de Joly Braga Santos. No dia seguinte, será a vez de a Gulbenkian receber a Orquestra Sinfónica Portuguesa, também ela com Artur Pizarro e Rachmaninov (o Concerto nº 1).

A ideia de as orquestras visitarem as casas das outras parece muito simpática. Oxalá não se zanguem e continuem a fazê-lo, e com músicos portugueses ainda melhor.




Artur Pizarro e o Rach 3, com Simon Rattle e a City of Birmingham Symphony Orchestra, quando venceu o concurso de piano de Leeds em 1990:

26.3.12

Alterações à Programação #1

A Fundação Calouste Gulbenkian informa que, por motivos de força maior, Maria João Pires cancelou todos os concertos agendados com a Deutsche Kammerphilharmonie Bremen. No dia 13 de Maio, no concerto programado para o Grande Auditório, Maria João Pires será substituída por Khatia Buniatishvili, que interpretará o Concerto nº 1 de Beethoven. O apelido de Khatia parece-nos de difícil pronunciação, mas talvez valha a pena decorá-lo. Com apenas vinte e quatro anos de idade, ela já recebeu vários prémios e tem sido convidada a tocar nas salas mais importantes de Paris, Viena, Moscovo, Amesterdão e em festivais como os de Verbier e Lugano.

Khatia Buniatishvili - Chopin, Ballade No. 4
 

Entretanto, o Joaquim ofereceu-nos mais um presente no seu In Fernem Land: o concerto de Maria João Pires com a Orquestra de Paris e Riccardo Chailly, que teve lugar há cerca de um mês na Salle Pleyel. O post tem o enllaç para a descarga e dá-nos logo a sobremesa: este encore.

24.3.12

Wolfgango Mozart

A Fundação Mozarteum de Salzburgo anunciou a descoberta de uma peça atribuída ao jovem Wolfgango [sic] Mozart. O Allegro molto foi ontem apresentado por Florian Birsak no pianoforte do próprio Mozart. Os detalhes da história são contados aqui [PDF], em Inglês.

Reprodução da primeira página do manuscrito (© ReproITMf, 2012)

Um pequeno excerto:

27.1.12

Terapia Mozart*

O jovem Mozart ao cravo, por Karl Offterdinger (1877), © Wikipedia

Aqui há dias, o Joaquim dedicou um post aos leitores portugueses do In Fernem Land e ofereceu-nos o Concerto nº 20 de Mozart, tal como Maria João Pires o tocou no passado dia 20 em Munique, com a Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera e Bernard Haitink.

Como hoje é dia de Mozart, que nasceu há exactamente duzentos e cinquenta e seis anos em Salisburgo, trago o presente do Joaquim para o valkirio, supondo que ele não se importará. Aliás, o que fica aqui é apenas o teaser. A ligação para o concerto completo está no referido post e recomenda-se.



*O título foi igualmente roubado ao Joaquim, já que não consegui encontrar um melhor.

16.11.11

Dedos Abençoados

Os dedos abençoados de Artur Pizarro voltaram a encantar-nos, ontem à noite, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, com um programa composto por duas obras que homenageiam a pintura: "Goyescas" (1911), de Granados, e "Quadros de uma Exposição" (1874), de Mussorgsky. Mussorgsky compôs a sua suite após ter visitado uma exposição de desenhos e aguarelas de Viktor Hartmann.

(do programa de sala [pdf])
Pizarro esteve sublime no modo como interpretou as várias emoções da Promenade que nos vai levando pela exposição, guiando-nos entre os vários quadros, separando-os e ligando-os. Il vecchio castello, o segundo quadro, é um dos momentos mais belos da suite e foi magistralmente tocado, com uma enorme leveza e uma sensibilidade tocante. E as notas vigorosas de A grande porta de Kiev só não ressoam ainda na Avenida de Berna porque se lhe seguiram quatro encores quatro (Rachmaninov e Piazzolla). Bravíssimo, Pizarro!

Granados compôs as suas "Goyescas" há cem anos, inspirado pelas obras de Goya que vira no Prado. A sua suite, ao contrário da de Mussorgsky, refere-se mais a ambientes que a quadros específicos. O título do penúltimo "quadro", El amor y la muerte, lembra este capricho e é um dos meus preferidos.



Só foi pena os tossideiros de serviço terem estado tão atiçados e decididos a darem cabo dos nervos a Pizarro e a quem queria ouvi-lo. Se o público não fosse tão diferente do da noite anterior (ver Garden of Philodemus e Fanáticos da Ópera), até poderíamos pensar que tinha havido um surto de tuberculose em Lisboa de um dia para o outro.

Adenda: Entretanto, um pouco de Piazzolla e Quadros de Uma Exposição, tal como Artur Pizarro os tocou ontem na Gulbenkian :



12.11.11

A semana na Gulbenkian

Algumas propostas da Gulbenkian para a próxima semana:
Grigory Sokolov, no Domingo.
Philippe Jaroussky, na segunda-feira.
Artur Pizarro, na terça-feira.
Joana Carneiro, quinta e sexta-feira.

Uma das obras que Pizarro vai tocar é "Goyescas", de Enrique Granados.


E Jaroussky cantará Vedrò con mio diletto, o que fará as delícias da Io.