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7.11.13

Aniversário #1

(©)

Porque hoje é dia 7 de Novembro comemora-se o aniversário da estupenda Dame Joan Sutherland. Faria hoje 87 anos.
Na noite de 24 de Abril de 74 cantava "La Traviata" no Coliseu dos Recreios, com Alfredo Kraus, após as récitas no Teatro de São Carlos. Há quem as recorde. Para mim, ela será sempre a Lucia do Liceu, a sua última, quando já contava 62 anos.


Anos antes, e contando com o humor inglês, era assim:


4.11.13

A Filha do Regimento

Hoje chega "La Fille du Régiment" ao Teatro de São Carlos, com reaparições a 6, 8 e 10 de Novembro. A ópera cómica de Donizetti estreou em Paris em 1840 e no Real Teatro de São Carlos no ano seguinte, na versão italiana que entretanto fora apresentada em Milão.

A acção passa-se nas montanhas do Tirol, em 1800, após a batalha que deu vitória a Napoleão sobre os Austríacos em Marengo. Marie, órfã adoptada pelos soldados do regimento quando era criança, apaixona-se pelo jovem tirolês Tonio, que, feito prisioneiro, se alista no exército para poder casar com ela. Contudo, a marquesa de Berkenfield vem pedir protecção ao sargento Sulpice e este recorda que era esse o nome que encontrara junto da criança adoptada pelo regimento. A marquesa assume que Marie é sua sobrinha e leva-a consigo para lhe dar a devida educação no palácio. A aula de canto, com a própria marquesa ao piano, é uma das cenas mais divertidas da ópera.
Tonio vem pedir a mão de Marie à marquesa mas ela diz-lhe que está a ser preparado o casamento de Marie com o filho da duquesa de Krackenthorp. No entanto, o casamento não chega a concretizar-se porque o regimento irrompe pelas salas do palácio para resgatar Marie e a verdade é revelada: ela é afinal filha ilegítima da marquesa. Para que o final seja feliz, a marquesa consente que Marie case com Tonio e dão-se vivas à França.





(Fotos © Alfredo Rocha / Teatro Nacional de São Carlos)
Marie Cristiana Oliveira
Tonio Alessandro Luciano
Sulpice Luís Rodrigues
Marquesa de Berkenfield Patrícia Quinta
Hortensius João Oliveira
Duquesa de Krackenthorp Paula Fonseca
Notário Philippe Leroux
Oficial Frederico Santiago
Camponês Carlos Silva

Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Maestro titular: Giovanni Andreoli

Orquestra Sinfónica Portuguesa

Direcção Musical Rui Pinheiro
Encenação Mário Redondo
Cenografia Luís Santos
Figurinos Maria Gonzaga
Desenho de luz Paulo Sabino

17.6.13

Auguri, Carlos Cardoso!

Concerto Final da Accademia Teatro alla Scala 2011/2013
Orquestra da Accademia Teatro alla Scala, sob a direcção do Maestro Francesco Angelico


26.11.12

Quel jour de fête!

Magda Olivero, poucos dias antes de comemorar o aniversário nº 100 (©)

Ontem, em Milão, teve lugar a final do Concurso Lírico Magda Olivero. Carlos Cardoso cantou Ah! mes amis... Pour mon âme, de "La Fille du Régiment", e ficou em terceiro lugar. Bravo! Em primeiro e segundo lugares ficaram, respectivamente, Kiandra Howarth e Yeo Ji Won. Ouvejamo-lo!

13.11.12

Ah! mes amis, quel jour de fête!

(©)

Há poucos dias teve lugar mais um concerto dos solistas da Academia do Teatro alla Scala, acompanhados pelo pianista Michele D'Elia. Carlos Cardoso cantou a ária de Tonio, Ah! mes amis, quel jour de fête!, de "La Fille du Régiment", tal como acabou de me chegar às mãos. Ei-la:

28.6.12

Novas de Milão

Carlos Cardoso e o maestro Marco Angius (© Accademia Teatro alla Scala)
























De Milão chegam-nos excelentes notícias. Carlos Cardoso, que integrará o elenco de "Don Carlo" em 2013 como Conte di Lerma, e que antes poderemos ouver na Gulbenkian, cantou há dias no Salão Nobre do Teatro alla Scala, acompanhado pelo pianista Michele D'Elia. Entre outras peças, Carlos Cardoso interpretou Spirto gentil, da ópera "La Favorita", de Donizetti, que fica aqui em baixo à disposição do caro leitor.

(A fotografia corresponde a um outro concerto, que teve lugar na sala principal do Teatro alla Scala, com a orquestra e cantores solistas da Accademia.)

   

10.6.11

O Lisbona, alfin ti miro



CAMOENS:

Giuoco di rea fortuna,
povero Camoens! D'Alcazar sul piano.
Per morto abbandonato,
poscia in crudele schiavitù ridotto,
rotti i tuoi ceppi alfine,
fia pur vero che il cielo impietosito
riveder ti conceda il patrio lido?
O Lisbona, alfin ti miro,
riedo alfine, o patria, a te!
L'aura tua ch'io sento e spiro
vita nuova infonde in me!
Scordo l'ansie e l'aspra guerra
che il destro mi fe' soffrir.
Ti riveggo, o sacra terra,
or può farmi il ciel morir!
Pur languente in suol straniero,
senza speme di mercé,
era il cor del prigioniero,
dolce patria, ognor con te!

Da ópera Dom Sebastião, Rei de Portugal, de Donizetti.
(Libreto)

20.3.11

Lucia, perdona - II

Natalie Dessay e Joseph Calleja como Lucia e Edgardo (©)
Diz a Io, e muito bem, que ouvimos ontem um tenor à antiga. Joseph Calleja, que nasceu em Malta em 1978, é um verdadeiro tenor lírico, de um timbre que nos transporta à primeira metade do século XX. O maestro Riccardo Chailly concorda connosco:


Logo na sua primeira entrada, Lucia, perdona, Calleja traz consigo reminiscências de Gigli e Björling.
Veja-se agora, neste pequeno excerto do dueto de Lucia e Edgardo no final do I acto, Verrano a te sull'aure, como a voz dele casa bem com a de Natalie:


"Lucia di Lammermoor" é uma daquelas óperas de que é impossível não gostar. A invenção melódica de Donizetti esteve inspirada do princípio ao fim da composição e deixou-nos momentos belíssimos como a ária Regnava nel silenzio, de Lucia, o sexteto Chi mi frena in tal momento?,  a cena da loucura ou a morte de Edgardo, que podemos ouvir já a seguir (com o alto patrocínio do Joaquim) tal como Calleja a cantou ontem no Met. Ide ao In Fernem Land ouvir mais e, em querendo, podeis descarregar a Lucia inteira.



Edgardo di Ravenswood está-lhe na massa do sangue. Veja-se como Calleja, então com 21 anos, cantou Tombe degli avi miei no Operalia de 1999:

Há dois tipos de Lucias. Um segue o modelo da grande Dame Joan, que nos deixava boquiabertos com a técnica e a vocalidade. Gruberová está nessa linha. O outro modelo foi definido anteriormente por Callas e é desse que Dessay mais se aproxima. O incomparável não pode ser comparado, mas Dessay disse algures que enquanto puder estar no palco dará sempre tudo o que tem para dar e, de facto, não se lhe pode apontar que alguma vez tenha sido uma mulher poupada. Dessay galvaniza, Dessay é completamente electrizante, mesmo quando os agudos já não lhe saem com a facilidade de outros tempos e a voz parece querer quebrar. E no entanto, cada nota é dada com uma intenção precisa, nem que a voz acabe por ser prejudicada em favor da expressividade. No final, mortos Lucia e Edgardo, algumas lágrimas teimavam em sair-nos dos olhos, que os nossos corações não são de pau, e ouviam-se aplausos na sala. Poucos, porém, não fosse o vizinho do lado reparar e passar a olhar-nos de lado.
Dito isto, a récita a que o Grande Auditório da Gulbenkian assistiu ontem em directo do Met foi memorável. Que o diga quem viu esta Lucia ao vivo.
ADENDA: A Gi também disse de sua justiça.

17.3.11

Lucia, perdona - I

Natalie Dessay como Lucia di Lammermoor
No próximo Sábado, Natalie Dessay cantará directamente de Nova Iorque para a Avenida de Berna. Como a bilheteira online nos diz que o evento se encontra esgotado, resta tentar a sorte.
A estreia da ópera "Lucia di Lammermoor", de Donizetti, baseada na novela "The Bride of Lammermor", de Walter Scott, deu-se no San Carlo de Nápoles em 1835. Durante muito tempo Lucia foi relegada para a prateleira das óperas que tinham como único interesse a possibilidade que davam às cantoras de demonstrar as suas capacidades técnicas. Até que Callas a desenterrou e, usando a coloratura como forma de expressão dramática e não como mera habilidade, lhe deu nova vida. Não será de mais lembrar a referência absoluta que é a célebre gravação de Berlim (1955), com Callas, Di Stefano e Karajan, como não se pode falar de Lucia sem que nos venham à memória as vozes de Joan Sutherland e de Alfredo Kraus, que estes ouvidos ouviram no velhinho Liceu de Barcelona.

Dessay retoma o papel que interpretou no Met em 2007. Foi assim, com harmónica de vidro e tudo:





11.10.10

La Stupenda



Era o ano de 1988 e Novembro corria frio e molhado em Barcelona. Comprámos o Guía del Ocio para nos inteirarmos do que se passava na cidade e ficámos a saber que Joan Sutherland e Alfredo Kraus cantavam "Lucia di Lammermoor" nessa noite. Ora... e bilhetes? pensámos, desanimados. Dirigimo-nos à Praça da Catalunha e começámos a descer as Ramblas até nos depararmos com o Gran Teatre del Liceu.
Por desfastio, embora descrentes, perguntámos na bilheteira se ainda haveria dois bilhetinhos para mais logo. Para nosso grande espanto e felicidade, havia, sim, poucos e com visibilidade reduzida.
No velhinho Liceu, antes do incêndio, havia duas entradas: a boa, na Rambla dels Caputxins, e a dos pobrezinhos, no Carrer de Sant Pau. Subimos as escadas até ao topo e tomámos os nossos lugares. Quase podíamos tocar no tecto. Do cenário víamos pouco mas isso não importava. Se nos empoleirássemos ligeiramente, por vezes até conseguíamos ver a Lucia e o Edgardo. E quando eles cantavam, apesar de já terem ambos passado o apogeu havia muito, o teatro inteiro vibrava. A Cena da Loucura de Lucia deixou o público em delírio. No final de uma récita inesquecível, o Liceu inteiro saiu à Rambla em euforia. Dois anos mais tarde, Joan Sutherland retirou-se dos palcos. Ontem, retirou-se da vida.

Como Lucia, em Covent Garden (1959)
(Imagens daqui)

A Cena da Loucura, como Joan Sutherland a cantou em Barcelona em 1988:





A Teresa é uma das maiores fãs de Dame Joan Sutherland que conheço. Leia aqui as suas entradas sobre La Stupenda, nomeadamente a que fala da sua experiência em Lisboa, quando cá cantou "La Traviata", em Abril de 74.

ADENDA: A Antena 2 tem disponível online o Império dos Sentidos de hoje. Paulo Alves Guerra e João Pereira Bastos falam de Joan Sutherland e deixam-nos ouvir excertos das suas gravações e de uma interessante entrevista concedida por Dame Joan ao próprio João Pereira Bastos, com perguntas fornecidas por Jorge Rodrigues para o programa "Vozes de São Carlos", de que era autor.

10.6.08

Dom Sebastião - Donizetti

Mattia Battistini: O Lisbona, alfin ti miro

(signorinaermione)
Camões:

O Lisbona, alfin ti miro,
riedo alfine, o patria, a te!
L'aura tua ch'io sento e spiro
vita nuova infonde in me!
Scordo l'ansie e l'aspra guerra
che il destin mi fe' soffrir.
Ti riveggo, o sacra terra,
or può farmi il ciel morir!
Pur languente in suol straniero,
senza speme di mercé,
era il cor del prigioniero,
dolce patria, ognor con te!

De "Don Sebastiano Re del Portogallo", última ópera composta por Donizetti (1797 - 1848).

6.3.08

O bell’alma innamorata

No dia 3 de Março soube-se que Giuseppe di Stefano tinha morrido. Foi o companheiro de Callas em tantos palcos, e em tantas "Lucias" a ira dos mortais os separou. Que os deuses os juntem agora no céu da música.

Di Stefano como Edgardo di Ravenswood


EDGARDO:

Tu che a Dio spiegasti l’ali,
O bell’alma innamorata,
Ti rivolgi a me placata...
Teco ascenda il tuo fedel.
Ah se l’ira dei mortali
Fece a noi sì cruda guerra,
Se divisi fummo in terra,
Ne congiunga il Nume in ciel.
(trae rapidamente un pugnale
e se lo immerge nel cuore)
Io ti seguo...

Da ópera "Lucia di Lammermoor", de Donizetti, gravada ao vivo em Berlim, em 1955, com Callas e Karajan.

28.1.08

Natalie Dessay

Oh! quante volte
"I Capuleti e i Montecchi"
Bellini


(agnellodei)

Giulietta:
Oh! quante volte, oh quante
ti chiedo al ciel piangendo!
Con quale ardor t'attendo,
e inganno il mio desir!
Raggio del tuo sembiante
ah! parmi il brillar del giorno:
ah! l'aura che spira intorno
mi sembra un tuo sospir.


O novo disco de Natalie Dessay traz-nos árias de óperas italianas de Bellini, Donizetti e Verdi. No passado dia 22, o Théâtre des Champs-Élysées assistiu ao concerto de apresentação, com Evelino Pidò dirigindo o Concerto Köln. Do programa constavam árias de Maria Stuarda, I Puritani, Rigoletto e La Traviata. Extra-programa, ouviu-se ainda I Capuleti e i Montecchi e Lucia di Lammermoor. Quando Natalie cantou Spargi d'amaro pianto, levou o público ao verdadeiro delírio (ver aqui um pequeno excerto da cena da loucura de Lucia, no Met, em 2007).


Spargi d'amaro pianto
"Lucia di Lammermoor"
Donizetti (Met, 2007)


(FoxyGrandpa)

Lucia:
Spargi d'amaro pianto
il mio terrestre velo,
mentre lassù nel cielo
io pregherò per te.
Al giunger tuo soltanto
fia bello il ciel per me!
Ah si!


15.5.07

Callas e Corelli

Para ouvir Callas e Corelli, ao vivo no Scala, em 1960, cantando Poliuto. Uma ópera menos célebre de Donizetti, mas que merece ser conhecida: Ah! fuggi da morte.

Retirado...


Ove m'inoltro... Di quai soave lagrime

30.3.07

Alfredo Kraus - Lucia di Lammermoor

Em 1988, ainda antes do incêndio, Kraus cantou o papel de Edgardo, de "Lucia di Lammermoor", com Joan Sutherland, no Gran Teatre del Liceu. Já não eram novos... Aqui está um excerto dessas récitas em Barcelona: Sulla tomba che rinserra...

Mais informações no blogue Alfredo Kraus.



E o mesmo excerto, mas no Met, em 1982:


(alfredotrujillo)