Herr, lehre doch mich,
daß ein Ende mit mir haben muß,
und mein Leben ein Ziel hat,
und ich davon muß.
Siehe, meine Tage
sind einer Hand breit vor Dir, und mein Leben ist
wie nichts vor Dir.
Senhor, ensina-me a compreender
que irei ter um fim,
que a minha vida tem uma meta,
e que eu tenho que partir.
Repara que os meus dias
são um palmo diante de ti, e que a minha vida é
nada aos teus olhos.
(Tradução de José Maria Pedrosa Cardoso - Gulbenkian)
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29.3.13
Herr, lehre doch mich
(Ein Deutsches Requiem completo)
13.2.12
Prodígios
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Jesus-Christus-Kirche |
Calhou a mim vir contar, muito rapidamente, o mais recente prodígio. Aconteceu ontem em Dahlem, um bairro muito agradável na zona Sudoeste de Berlim, com lagos, florestas e casas bonitas. É lá que se encontra a Igreja de Jesus Cristo, celebrizada por muitas gravações de Karajan, e não só, que a escolheu por ela oferecer uma acústica perfeita, graças ao altíssimo tecto de madeira e à cavidade entre ele e a cobertura. Pudemos comprová-lo: o coro da paróquia estava a ensaiar o padre-nosso e o som que produzia era sublime.
(Lembrei-me desta gravação da 5ª, embora não possa garantir que tenha sido feita na Jesus-Christus-Kirche)
2.2.11
A Primeira Isolda
Disseram-me que em Lisboa fez sol mas, em Oviedo, o dia 30 de Janeiro trouxe uma chuva fininha à moda da Irlanda, saudando Isolda, como que dizendo-lhe "estás em casa".
Para quem tem acompanhado a carreira de Elisabete Matos não será surpresa que ela vista agora a pele da princesa irlandesa, rainha das personagens femininas wagnerianas. No final do I acto já as lágrimas assomavam aos nossos olhos e, de voz embargada e frases atabalhoadas, tentávamos exprimir sentimentos contraditórios de felicidade e frustração. Felicidade por estarmos a assistir a uma récita memorável, frustração por não haver actualmente um teatro em Portugal que possa montar uma produção daquele nível, com cantores de primeira água. O Campoamor de Oviedo, que não tem os meios do Liceu de Barcelona nem do Real de Madrid, consegue-o. Bravo!
Em tempo de crise, em vez de manter a planeada nova produção de "Lohengrin", o teatro conservou os cantores contratados e repôs a encenação de "Tristan und Isolde" por Alfred Kirchner.
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Elisabete Matos e Robert Dean Smith (I acto) |
A produção de Kirchner tem alguns efeitos cenográficos visualmente bonitos e sugestivos e não altera o sentido à história. Em alguns momentos Tristão e Isolda aparecem-nos em duplicado: enquanto os cantores cantam, dois actores representam cenicamente o alter ego de cada um deles, como se vê na imagem do post anterior, o que por vezes resulta interessante mas pode tornar-se também num factor de distracção.
A Orquestra do Principado das Astúrias, não possuindo propriamente dimensões wagnerianas, teve uma prestação notável, dirigida por Guillermo García Calvo, um jovem maestro espanhol de 32 anos que já foi assistente de Thielemann em Bayreuth.
Dos cantores, na generalidade bons, da Brangäne de Petra Lang ao Rei Marke de Felipe Bou, o primeiro destaque vai para o excelente Kurwenal de Gerd Grochowski, repetindo em Oviedo o papel que cantou no Scala para Barenboim, com Waltraud Meier e Ian Storey, na encenação de Patrice Chéreau.
O experiente Robert Dean Smith deu-nos um Tristão lírico, muito bem no I acto e no sublime dueto de amor do II acto. Para os tenores, o III acto de Tristan é um dos mais exigentes da História da Ópera. Além de extenso, requer uma voz heróica que suporte todo aquele sofrimento: ferido de morte, Tristão espera ansiosamente, entre delírios e pesadelos, a chegada de Isolda. Dean Smith foi muito convincente e comovente, embora eu prefira uma voz mais heróica que a dele.
E eis-nos agora chegados ao que nos levou a Oviedo: a primeira Isolda de Elisabete Matos. Dei comigo a pensar se Elisabete Matos não terá andado a esconder ao Mundo que não tem feito mais nada nos últimos tempos senão cantar Isolda. Segundo as suas próprias palavras, uma coisa é cantar, outra é cantar Isolda. Subscrevo. E Elisabete foi Isolda do princípio ao fim. Sem um tremor, sem uma hesitação, atacou Wie lachend sie mir Lieder singen com toda a segurança e deu-nos um monumental Mir laaaaaaacht das Abenteuer e um fulminante Tod uns beiden. Às dificuldades do dueto do II acto chamou amendoins e reapareceu no final do III acto para morrer de amor e seguir a luz do seu Tristão, com uma frescura e uma beleza vocal impressionantes. Aposto que Elisabete trazia um par de sapatos muito confortáveis.
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Elisabete Matos e Robert Dean Smith (III acto) |
19.11.10
30.3.10
Paixão
Oportunidade para ir à Gulbenkian, hoje ou amanhã, e assistir à Paixão Segundo São Mateus, de Bach. A bilheteira online diz-nos que este evento se encontra esgotado, mas nunca se sabe.
Alegoria da Salvação, posterior a 1543, de Wolf Huber
(Kunsthistorisches Museum, Viena)
25.5.09
Richard Wagner - 196 anos e 3 dias
O sempre atento Heitor nunca perde o Norte e dá-nos conta das efemérides mais importantes que se comemoram no mundo da música. Uma delas quase ficava por assinalar aqui, o que, tratando-se do centésimo nonagésimo sexto aniversário de Richard Wagner, seria uma falha grave. Celebre-se, embora com alguns dias de atraso (Wagner nasceu em Leipzig a 22 de Maio de 1883), a sua música. A Música, depois do acorde de Tristão, nunca mais foi igual.

14.12.08
Secession
(magic5227)




"A cada tempo a sua arte, à arte a sua liberdade"
É o que se lê na fachada da galeria de exposições da Secession, movimento fundado por um grupo de artistas dissidentes da escola tradicionalista e conservadora que prevalecia antes em Viena. Entre os nomes mais importantes da Secession estão os de Gustav Klimt, Otto Wagner, Josef Hoffmann e Joseph Maria Olbrich (o arquitecto que construiu o edifício em 1898), mas Egon Schiele e Oskar Kokoschka também mantiveram relações com ela.




Em 1902 a Secession organizou uma exposição dedicada a Beethoven e Klimt pintou um ciclo mural inspirado na interpretação de Wagner sobre a nona sinfonia: o Beethovenfries. Podemos ler aqui o significado simbólico das várias figuras representadas no friso, desde o "desejo de felicidade" até ao "beijo para o mundo inteiro" da Ode à Alegria de Schiller.
2.9.08
September - Gundula Janowitz

"Setembro", de "Quatro Últimas Canções" de Richard Strauss, na interpretação de Gundula Janowitz e Herbert von Karajan, com a Orquestra Filarmónica de Berlim.
September
Der Garten trauert,
Kühl sinkt in die Blumen der Regen.
Der Sommer schauert
still seinem Ende entgegen.
Golden tropft Blatt um Blatt
nieder vom hohen Akazienbaum.
Sommer lächelt erstaunt und matt
in den sterbenden Gartentraum.
Lange noch bei den Rosen
bleibt er stehen, sehnt sich nach Ruh.
Langsam tut er die (grossen)
müdgewordnen Augen zu.
Hermann Hesse
Setembro
O jardim está de luto,
A chuva fria penetra nas flores.
O Verão estremece calmamente
Aproximando-se do seu fim.
As folhas douradas caem uma a uma
Do alto da acácia.
O Verão sorri, surpreendido e cansado,
No sonho moribundo do jardim.
Detém-se ainda longamente junto às rosas,
Procurando o repouso.
Lentamente vai cerrando
Os seus (grandes) olhos fatigados.
(tradução de Rui Vieira Nery)
Deutsche Grammophon
5.4.08
Karajan
Nasceu há cem anos.
(Flores? Não. - No flowers for Karajan)
(www.karajan.org)
(www.karajan.co.uk)
(Karajan na wikipedia)
Excerto do 2º andamento da 9ª sinfonia de Bruckner, com a Orquestra Filarmónica de Berlim
(MahlerTitan)(Flores? Não. - No flowers for Karajan)
(www.karajan.org)
(www.karajan.co.uk)
(Karajan na wikipedia)
6.3.08
O bell’alma innamorata
No dia 3 de Março soube-se que Giuseppe di Stefano tinha morrido. Foi o companheiro de Callas em tantos palcos, e em tantas "Lucias" a ira dos mortais os separou. Que os deuses os juntem agora no céu da música.
EDGARDO:
Tu che a Dio spiegasti l’ali,
O bell’alma innamorata,
Ti rivolgi a me placata...
Teco ascenda il tuo fedel.
Ah se l’ira dei mortali
Fece a noi sì cruda guerra,
Se divisi fummo in terra,
Ne congiunga il Nume in ciel.
(trae rapidamente un pugnale
e se lo immerge nel cuore)
Io ti seguo...
Da ópera "Lucia di Lammermoor", de Donizetti, gravada ao vivo em Berlim, em 1955, com Callas e Karajan.

6.9.07
Em Memória de Luciano Pavarotti
No dia da morte de Pavarotti, aos 71 anos.
Ingemisco (do Requiem de Verdi)
(serkanuni)
Herbert von Karajan, Teatro alla Scala, Milão, Janeiro de 1967.
Ingemisco, tamquam reus,
culpa rubet vultus meus,
supplicanti parce, Deus.
Qui Mariam absolvisti,
et latronem exaudisti,
mihi quoque spem didisti.
Preces meae non sunt dignae,
sed tu bonus fac benigne,
ne perenni cremer igne!
Inter oves locum praesta,
et ab haedis me sequestra,
statuens in parte dextra.
Ingemisco (do Requiem de Verdi)
(serkanuni)
Herbert von Karajan, Teatro alla Scala, Milão, Janeiro de 1967.
Ingemisco, tamquam reus,
culpa rubet vultus meus,
supplicanti parce, Deus.
Qui Mariam absolvisti,
et latronem exaudisti,
mihi quoque spem didisti.
Preces meae non sunt dignae,
sed tu bonus fac benigne,
ne perenni cremer igne!
Inter oves locum praesta,
et ab haedis me sequestra,
statuens in parte dextra.
31.7.07
Requiem
Para Bergman
(ClassicalMusicGuide)
John Eliot Gardiner dirige os English Baroque Soloists e o Monteverdi Choir.
Palau de la Música Catalana, Barcelona, Dezembro de 1991.
Para Antonioni
(gregor13)
Herbert von Karajan, Teatro alla Scala, Milão, Janeiro de 1967.
(ClassicalMusicGuide)
John Eliot Gardiner dirige os English Baroque Soloists e o Monteverdi Choir.
Palau de la Música Catalana, Barcelona, Dezembro de 1991.
Para Antonioni
(gregor13)
Herbert von Karajan, Teatro alla Scala, Milão, Janeiro de 1967.
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