28.11.07

Artur Pizarro no São Luiz

Artur Pizarro e Vita Panomariovaite apresentam hoje (28 de novembro), às 21 horas, no Teatro São Luiz, o novo CD "Piano Duos" (ouvir excertos), com obras de Rimsky-Korsakov, gravado em 2006 neste mesmo teatro. Vita Panomariovaite foi a primeira aluna de Pizarro, quando ele era professor na Guildhall School of Music and Drama, em Londres.

27.11.07

Coraleira

Erythrina crista-galli

Somos como árvores
só quando o desejo é morto.
Só então nos lembramos
que dezembro traz em si a primavera.
Só então, belos e despidos,
ficamos longamente à sua espera.

Eugénio de Andrade, As Mãos e os Frutos

23.11.07

Béjart - Le Sacre du Printemps

Béjart est mort.

"A Sagração da Primavera", com a música de Stravinsky

(fibonacci69)

Comentário de Elisabete França (Lisboa) à notícia do Público:

Falta neste obituário uma informação significativa no contexto português. Mais importante do que ter actuado em Portugal há 3 anos e com a criação coreográfica já marcada pelo academismo, foi a vinda de Maurice Béjart e da sua companhia de então, em 1968 (ou seria 67?), ao Coliseu de Lisboa. Aí, a sua declaração de solidariedade com os movimentos de libertação das colónias portuguesas motivou a intervenção da PIDE e a expulsão do artista de território nacional.

22.11.07

Amadeo em Hamburgo

De 2 de Dezembro de 2007 a 30 de Março de 2008, os alemães poderão conhecer a obra do maior pintor modernista português (ler no Público). Em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, a Ernst Barlach Haus vai expor quase setenta obras de Amadeo pertencentes ao Centro de Arte Moderna.

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)
Ein Pionier aus Portugal

A exposição pretende dar visibilidade ao percurso de "um pioneiro de Portugal" que é praticamente desconhecido no estrangeiro. Em 1906, Amadeo deixa o curso de arquitectura em Lisboa, faz as malas e parte para Paris, para se dedicar à pintura. Conhece Modigliani, Sonia e Robert Delaunay, Picasso, entre outros vultos do modernismo parisiense. Experimenta todas as correntes vanguardistas então em voga - o fauvismo, o orfismo, o cubismo, o futurismo - e Otto Freundlich apresenta-lhe o expressionismo alemão dos movimentos "Die Brücke" e "Der Blaue Reiter".

Sem título, cerca de 1912, aguarela

Em 1913, após expor em Munique, Londres, Moscovo e Nova Iorque, participa também no Primeiro Salão de Outono Alemão, em Berlim, um importante marco na história da arte moderna. Os seus quadros são comprados por vários coleccionadores, as críticas são favoráveis e o talento de Souza-Cardoso é reconhecido. Com o início da Primeira Guerra Mundial, Amadeo regressa a Portugal. Continua a pintar mas, em época de crise e num país pouco dado a modernismos, acaba por quase cair no esquecimento.
A gripe espanhola leva-o aos trinta anos de idade.

Sem título (retrato de Paul Alexandre?),
cerca de 1917, óleo sobre tela

21.11.07

O novo programa de Jorge Rodrigues

Graças à Fundação Calouste Gulbenkian, podemos voltar a ouvir Jorge Rodrigues, no site da Fundação, ou aqui ao lado (Grande Auditório, no topo da barra lateral). Um bálsamo para quem tem saudades do Ritornello.






Grande Auditório

Um programa de Jorge Rodrigues com edição de Tiago Jónatas.

Um espaço dedicado aos intérpretes que nos visitam, bem como à música que lhe damos a ouvir ao longo da Temporada, contando com uma actualização semanal. Concebido e apresentado por Jorge Rodrigues, este espaço funcionará como um complemento auditivo às informações escritas que já pode encontrar no nosso site. Antecipe-se, pois, ao que irá assistir no seu concerto desta semana através destas sugestões de audição.

20.11.07

11.11.07

Lusitanos ao natural

Na Herdade de Muge (Casa Cadaval), uma das coudelarias mais antigas em Portugal.



A arte de bem cavalgar

São Martinho é época de cavalos e quem gosta vai à Golegã.
Ambos são lusitanos, mas o cavalo castanho é um magnífico Alter Real, apresentado pela Escola Portuguesa de Arte Equestre.



8.11.07

Outono no Alentejo

Em pleno Verão de São Martinho, num monte perto de Arraiolos, vibram cores de Outono no amarelo-dourado das vinhas e das árvores.

As árvores são lilases-da-Índia (Melia azedarach), que têm folha duplamente pinada, como disse Maria Carvalho. Grato pela identificação.



5.11.07

Helicónias

Originárias da América tropical e das ilhas do Pacífico, são parentes próximas das bananeiras e das estrelícias. Em Inglês, chamam-lhes "lobster-claw" e "false bird-of-paradise". O nome Heliconia vem do monte Helicon, associado às musas na mitologia grega.
Existem, supostamente, cem a duzentas espécies do género Heliconia.
Família: Heliconiaceae


1.11.07

Voltaire e Lisboa - Candide

(Gravura de Eduardo Portugal, Arquivo Municipal de Lisboa)

A Ópera do Tejo (Teatro Real da Ópera) terá sido um dos mais sumptuosos teatros europeus na época da sua construção. Inaugurada na Primavera de 1755, poucos meses depois estava transformada em ruínas.





Ô malheureux mortels! ô terre déplorable!
Ô de tous les mortels assemblage effroyable!
D'inutiles douleurs éternel entretien!
Philosophes trompés qui criez: "Tout est bien"
Accourez, contemplez ces ruines affreuses,
Ces débris, ces lambeaux, ces cendres malheureuses,
Ces femmes, ces enfants l'un sur l'autre entassés,
Sous ces marbres rompus ces membres dispersés;
Cent mille infortunés que la terre dévore,
(...)
Direz-vous, en voyant cet amas de victimes:
"Dieu s'est vengé, leur mort est le prix de leurs crimes"?
Quel crime, quelle faute ont commis ces enfants
Sur le sein maternel écrasés et sanglants?
Lisbonne, qui n'est plus, eut-elle plus de vices
Que Londres, que Paris, plongés dans les délices?
Lisbonne est abîmée, et l'on danse à Paris.
(...)
Começa assim o "Poema sobre o Desastre de Lisboa", escrito por Voltaire (1694-1778) logo após o terramoto de 1 de Novembro de 1755, que a Alêtheia publicou em edição bilingue, com tradução de Vasco Graça Moura, em 2005.

Voltaire recusa-se a aceitar a catástrofe como castigo divino para os pecados dos Homens. Não pode Lisboa ter mais vícios que Londres ou Paris, mas é Lisboa que se afunda enquanto em Paris se dança. Mais tarde, no conto "Candide, ou l'Optimisme", voltará ao tema do terramoto de Lisboa. Após várias peripécias, o inocente Cândido, a quem todos os males acontecem, chega a Lisboa no exacto momento em que se dá o terramoto e o navio afunda-se, mas ele e o seu preceptor Pangloss salvam-se. Ambos percorrem Lisboa entre escombros e cadáveres e acabam por ser condenados pela Inquisição. Cândido virá a ser poupado.

Sendo Voltaire um dos pilares do Iluminismo, é importante verificar que, por cá, imperavam as trevas da Inquisição e que o despotismo, de esclarecido, tinha pouco. Mesmo para os sábios de Coimbra, que eram os representantes máximos da erudição em Portugal, a queima dos hereges em auto-de-fé seria o método mais eficaz para acalmar a ira de Deus e evitar novas catástrofes.

Pegando no conto de Voltaire, Leonard Bernstein (1918-1990) compôs o divertido e irónico "Candide", na linha do teatro musical, em 1956. Aqui está a abertura, com a Orquestra Sinfónica de Londres dirigida pelo próprio compositor, numa versão de concerto gravada em 1989.

(nickbigd)

I am easily assimilated

I was not born in sunny Hispania.
My father came from Rovno Gubernya
But now I’m here, I’m dancing a tango:
Di dee di!
Dee di dee di!
I am easily assimilated.
I am so easily assimilated.

I never learned a human language.
My father spoke a High Middle Polish.
In one half-hour I’m talking in Spanish:
Por favor! Toreador!
I am easily assimilated.
I am so easily assimilated.

It’s easy, it’s ever so easy!
I’m Spanish, I’m suddenly Spanish!
And you must be Spanish, too.
Do like the natives do.
These days you have to be
In the majority.

Christa Ludwig canta I am easily assimilated, de "Candide".

(s006221)


Tus labios rubí,
Dos rosas que se abren a mí
Conquistan mi corazón,
Y sólo con
Una canción

Mis labios rubí,
Drei viertel Takt,
Mon très cher ami,
Oui oui, sí sí,
Ja ja ja, yes yes, da da,
Je ne sais quoi!

Me muero, me sale una hernia!
A long way from Rovno Gubernya!
Mis labios rubí,
Dos rosas que se abren a tí,
Conquistan tu corazón,
Y sólo con
Una divina canción
De mis labios rubí.

(echo.ucla)