15.9.07

Dia de Callas - The Lisbon Traviata

Callas como Violetta no Teatro alla Scala, Milão, 1955

Há trinta anos, no dia 16 de Setembro de 1977, Maria Callas foi encontrada sem vida, no seu apartamento da Avenue Georges Mandel, em Paris (faria 54 anos em Dezembro desse ano).

Ainda muito nova, com 25 anos, já tinha cantado dois dos papéis mais difíceis de Wagner: Isolde e Brünnhilde (em Italiano). Mas logo se dedicou ao repertório dos compositores italianos, fazendo de Norma, Lucia di Lammermoor, Tosca e Violetta (La Traviata) as grandes personagens da sua vida. Foi precisamente neste último papel que se apresentou em Lisboa, em Março de 1958. Ao seu lado estava um tenor ainda desconhecido, Alfredo Kraus. A gravação de uma das récitas de São Carlos tornou-se célebre e é uma referência fundamental. Nos anos '80, Terrence McNally escreveu a peça The Lisbon Traviata, em que explora a obsessão por Callas e por esta gravação. A peça acabou por ter algum sucesso em Nova Iorque e em Londres.

Chegada a Lisboa

(WagnerOperas)

Excertos da Traviata de Lisboa (Callas Day)



O maestro Nicola Rescigno fala sobre a sua experiência com Callas na Traviata de Londres. Pedia-lhe para atacar a nota final de "Ah, fors'è lui" forte, para a voz não quebrar (quereria dizer "Addio del passato", perto do final da ópera). Callas respondia que se Violetta estava a morrer, era assim que tinha de ser: a voz quebrar-se-lhe-ia todas as noites. Também foi assim em Lisboa: "Ah! Tutto finì, or tutto finì". Divina.

(chessoperaspirit)


A "Morte de Isolda", gravada em 1957, com a Orquestra do Festival de Atenas, dirigida por Antonino Votto:

               

Dolce e calmo, sorridente,
Ei dischiude gli occhi belli.
Nol vedete?
Nol vedete?
Come chiara fiamma ei brilla.
Viva stella in alto ciel!
Nol vedete?
Come fiero balza il core?
Scorga in lui qual magico fonte!
Sul suo labro calmo appar
La dolcezza del sorriso.
Dite! Ah! Non lo vede alcun?
Odo io sola questo canto,
Voce arcana, voce pia,
Calma, pura come il pianto,
Dolce incanto, inno santo,
Che penetra l'esser mio,
Risuonandomi d'intorno?
Cresce, appressa, già m'invade.
Sei tu l'onda delle brezze?
Sei tu nube fatta d'incensi?
Che m'inonda, che mi avvolge.
Ch'io ti aspiri! Che in te spiri!
In te immersa e sommersa,
Sento l'esser mio svanire
Nel immenso ondeggiar,
Nel crescente clangor.
Nel fulgor d'una luce immortal!
Attratta... rapita...
Me smarrir!
Sommo ben!























(Callas no valkirio)