Mostrar mensagens com a etiqueta Berlim. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Berlim. Mostrar todas as mensagens

19.10.13

Raummusik

A Filarmonia de Berlim está a celebrar os cinquenta anos de existência (abriu a 15 de Outubro de 1963) e amanhã, Domingo, terá lugar um concerto comemorativo com transmissão gratuita via Digital Concert Hall. Para ouver, quem puder, às nossas 7 da tarde.
It is well known that the nature of musical space has had, and still has, great importance for many composers of the 20th and 21st century – György Ligeti for one commented that he had always sought to “suggest space”. The Berliner Philharmoniker, conducted by Sir Simon Rattle, dedicate this gala concert celebrating the 50th anniversary of the Philharmonie to the theme of “space music”, including a new work written specifically for the occasion by Wolfgang Rihm. Access to the live broadcast is free!

As early as the 16th century, composers of the Venetian School created highly diverse “space music” based on the principle of polychoral writing, exploiting the two opposing organ galleries of San Marco, as is impressively documented by the works of Giovanni Gabrieli. Ralph Vaughan Williams’s Fantasia on a Theme by Thomas Tallis also creates the impression for the listener of near and distant music, with the music that seems to come from afar representing a long past chapter in music history.

Similarly shrouded sounds are provided by the first movement of Beethoven’s Sonata quasi una fantasia op. 27 No. 2, known as the Moonlight Sonata, performed by Mitsuko Uchida, while György Kurtág’s spatial composition ...quasi una fantasia... played by the students of the Orchestra Academy together with the pianist, also requires spatially distributed instrument groups in addition to the piano. Hector Berlioz was yet another composer who knew how to use remote instruments skillfully and create imaginary spatial scenes. His monumental Grande Symphonie funèbre et triomphale op. 15 concludes this concert to celebrate the architect Hans Scharoun’s most significant creation.

O edifício projectado por Hans Scharoun é deslumbrante e tem servido de modelo inspirador para novas salas de concerto como as Filarmonias de Hamburgo (Herzog & de Meuron) e de Paris (Jean Nouvel), ambas em construção.




Um dos "retratos de família" de Martin Liebscher encontra-se no foyer. É uma colagem digital a partir de mais de mil imagens do artista, fotografado nas poses mais improváveis.



(Imagem retirada do site de Martin Liebscher)
Parabéns, Berlim.

5.10.13

As Crises e os Cortes


Também na Alemanha. Há dias, cerca de cem orquestras alemãs estiveram em greve e os Filarmónicos de Berlim também vieram para a rua.



Fica aqui um excerto do comunicado que a Helena generosamente traduziu (para ler na íntegra):
Tem de voltar a haver financiamentos satisfatórios para o teatro e as orquestras na Alemanha. Se a base das orquestras alemãs continua a desmoronar-se, também as orquestras mais famosas devem temer pelo seu futuro. O nosso protesto solidário e público dirige-se contra esta situação, ao lado de todas as orquestras alemãs de música clássica. Em coro com os nossos colegas, os membros da Orquestra Filarmónica de Berlim dizem: "basta!". Esta é a nossa exigência a todos os políticos com responsabilidades nesta área: manter a nossa paisagem de orquestras com as suas características únicas!

4.6.12

A de Bruckner


Há quase quatro meses, Sir Simon Rattle e os Filarmónicos de Berlim apresentaram a 9ª Sinfonia de Bruckner com o novo Finale, reconstituído por Nicola Samale, John Phillips, Giuseppe Mazzuca e Benjamin-Gunnar Cohrs, que andaram quase três décadas a procurar e a estudar os fragmentos disponíveis.
The aim of this work in progress is to bring the surviving material into coherent form for performance. It began with an examination and conflation of the surviving sources, scattered all over the world in libraries and private hands. In the course of this work it was discovered that, along with many sketches, Bruckner left an "emerging autograph score", revised several times and numbered consecutively bifolio by bifolio. Of the latest version, approximately half is thought to be missing today. 
O resultado foi a experiência mais sublime a que estes ouvidos tiveram acesso no campo da música sinfónica. Embora as sensações provocadas na Filarmonia por aquele naipe de contrabaixos, mais os timbales, mais os violinos e os violoncelos, mais os sopros, mais todos sem excepção, sejam irreproduzíveis no conforto do seu lar, e do meu também, ei-la, a , já disponível em CD.

21.3.12

Árvores

Na Alte Nationalgalerie

Karl Friedrich Schinkel, O Amanhecer, 1813

Caspar David Friedrich, A Árvore Solitária, 1822

Caspar David Friedrich, Carvalho na Neve, 1829

Caspar David Friedrich, Ruínas do Mosteiro de Eldena, 1824-25

Caspar David Friedrich, Floresta ao Luar, 1823 a 1830

Auguste Renoir, Castanheiro em Flor, 1881

Claude Monet, Saint-Germain-L'Auxerrois, 1867

Claude Monet, Vista de Vétheuil-sur-Seine, 1880

14.3.12

Panorama

Quem for a Berlim até dia 13 de Maio não deverá perder a exposição "Gerhard Richter: Panorama" na Neue Nationalgalerie, com uma extensão na Alte Nationalgalerie. A exposição foi organizada em colaboração com a Tate Modern e o Centre Pompidou e comemora o octogésimo aniversário do artista, que nasceu em Dresden a 9 de Fevereiro de 1932, viveu na antiga RDA até 1961 e conseguiu refugiar-se em Berlim Ocidental poucos meses antes do início da construção do muro.

A Helena também aconselhou a visita à exposição no 2 Dedos (aqui e aqui) e na Berlinda.




9.3.12

O Apogeu da Grécia

O apogeu da Grécia (Blick in Griechenlands Blüte), 1836, por Wilhelm Ahlborn (d'après Karl Friedrich Schinkl)
(Alte Nationalgalerie)

"(...) a Alemanha também já fez saber que este anúncio é um “passo histórico” em direcção a uma estabilização na zona euro." (Notícia no Público)

3.3.12

O Plátano da Potsdamerstraße

Na Potsdamerstraße, precisamente entre a Filarmonia e a Staatsbibliothek (a biblioteca d'As Asas do Desejo), vive um monumento com cerca de 160 anos de idade. É um plátano que ali foi plantado por ocasião do casamento do príncipe Frederico Guilherme, mais tarde Frederico III, e que, pela sua unicidade e importância histórica, foi declarado monumento natural pelos serviços de protecção da natureza de Berlim.

Platanus x acerifolia



Na imagem de cima vemos a Neue Nationalgalerie, de Mies van der Rohe, ao centro. À esquerda, a Biblioteca, de Hans Scharoun, o arquitecto da Filarmonia. O plátano está junto ao autocarro amarelo, à direita. Um pouco mais à direita veríamos ainda os edifícios da Filarmonia, que aparecem agora em baixo. O mais pequeno, à esquerda, corresponde à sala de música de câmara (Kammermusiksaal).


2.3.12

O Requiem de Berlim



Em 2005, comemorando os 60 anos do fim da Guerra, foi inaugurado o Memorial aos Judeus Vítimas do Holocausto. O monumento ocupa uma área enorme, perto do Brandenburger Tor e da Potsdamerplatz e junto ao local onde se encontrava o bunker de Hitler, e foi bastante criticado, ora por ser considerado desnecessário, ora pelos custos que atingiu, ora por ser dedicado apenas às vítimas judias. Certo é que é impossível não se ficar emocionado quando se caminha pelo meio de todos aqueles túmulos.






Não longe, atravessando a Ebertstraße, entramos no Tiergarten, onde está o Memorial aos Homossexuais Perseguidos pelo Nazismo.


O Choupo da Karlsplatz


Há um choupo na Karlsplatz
Numa Berlim de destroços
E quem passa na Karlsplatz
Dele vê verdes viçosos

Em quarenta e seis no frio
Gelavam pessoas, e lenha faltou
E caíram muitas árvores
E nenhum ano lhes sobrou

Mas o choupo da Karlsplatz
Mostra as suas verdes hastes
Moradores da Karlsplatz:
Obrigado, que o poupastes!

(Tradução e adaptação do poema de Bertolt Brecht por Helena Araújo)

Os choupos da Karlplatz (karlsplatz no poema de Bertolt Brecht) não resistiram ao Inverno de 1946/47. O frio e a cidade em ruínas acabaram por transformá-los em lenha, tal como às árvores do Tiergarten. Em 1949, de volta a Berlim, Brecht assistiu ao renascimento de um dos choupos e escreveu este poema, mas, alguns anos mais tarde, abateram-no novamente por a sua copa fazer sombra aos escritórios de uma embaixada. Contudo, Brecht tinha guardado dele um rebento e, crê-se, é ele o avô dos dois choupos que agora lá vemos (Berliner Zeitung).



Die Pappel vom Karlsplatz por Ernst Busch, cabaretista célebre nos anos 1920 que participou na estreia da Ópera de Três Vinténs.


28.2.12

Charme tardo-socialista

Vista de Berlim-Leste a partir de uma torre de Potsdamerplatz

A praça mais feia de Berlim é, naturalmente, Alexanderplatz. Há quem diga que nela se encontra o mais puro spätsozialistischer Charme. Os edifícios que a contornam foram construídos por volta de 1970 e a sua traça corresponde marcadamente ao gosto da ex-RDA. O Alex, como a praça é chamada pelos Berlinenses, era o coração de Berlim-Leste (faça o Fototour e carregue em nächstes Bild para ver as imagens).

Fomos ao encontro de Carlos Bica num espaço dedicado às artes situado na antiga Casa da Hungria, o HBC, bem perto de Alexanderplatz, e que é mais uma relíquia da arquitectura de interiores tardo-socialista. Entra-se e tem-se a sensação de que ainda existe muro. É um mimo na Szene cultural berlinense.
Ouvimos um pouco da criação musical de novos compositores alemães. Carlos Bica é um dos elementos do Move String Quartet, onde toca com a violoncelista e compositora Susanne Paul, membro da Composers' Orchestra Berlin. Esta orquestra foi fundada em 2010 e é composta por músicos/compositores que se movem entre o jazz, a música clássica, a música popular, a improvisação.
There is no fixed line-up: the composers can select instruments from the pool, to develop a brand-new and innovative orchestral repertoire with stylistic influences ranging from classical to jazz and from folk to free…. the music written for this band has no exclusion zones.
Não posso dizer que tenhamos ficado encantados com tudo o que ouvimos, mas gostámos da experiência, do contrabaixo de Carlos Bica e da atmosfera criada pelas obras de Susanne Paul (ouça, por exemplo, Lamento e Desorientango). 

Também gostámos do charme tardo-socialista, claro.

19.2.12

Jonas Kaufmann e Helmut Deutsch na Philharmonie


O programa começou com canções de Liszt, que nos pareceram um bocadito aborrecidas e serviram para nos irmos habituando a uma coisa nova: ouvir uma voz naquela sala enorme, pensada para a grande orquestra. A acústica ideal para a Filarmónica é menos simpática para a voz num recital de canto e piano, como também acha Andreas Göbel (kulturradio). Mas Kaufmann e Deutsch souberam muito bem como resolver esse problema. Se a voz não enchia a sala, o seu belo timbre e a interpretação esplendorosa nas canções de Mahler e, na segunda parte, de Duparc e Strauss compensaram largamente o desajuste que sentimos no início.

A Helena conta mais alguns detalhes, como os ataques de tosse que quase destruíram um dos momentos mais belos do recital: Ich bin der Welt abhanden gekommen. Pensei até que Jonas ia seguir o exemplo dado uma vez por Jon Vickers.






No final, o público da Filarmonia rejubilava e aplaudia sem cessar e Jonas estava visivelmente satisfeito e imparável. Encores foram oito. Oito! E o público ia descendo e aproximando-se dele, ficando a ouvê-lo de pé ou de cócoras junto ao palco. Berlim.

Tivemos ainda a oportunidade de chegar perto do camarim de Jonas e de trocar três palavras com ele. Que tínhamos gostado muito, parabéns, e quando pensa ir a Lisboa? Ah, Lisboa... é uma cidade tão bonita. Já lá estive mas nunca cantei lá.

No site de Jonas Kaufmann podemos visionar um pequeno documentário com excertos do programa do recital que tem vindo a ser apresentado em Nova Iorque, Viena, Graz e Berlim (Paris vem a seguir).

15.2.12

Berliner Allgemeine

Quando João Grosso era director artístico do D. Maria II, Georgette Dee cantou . Passados quase nove anos surge a possibilidade de voltar a assistir a um espectáculo dela, agora no seu elemento, o Berliner Ensemble. Convém dizer que este teatro (Theater am Schiffbauerdamm) abriu em 1892, como Neues Theater, e é um dos mais representativos de Berlim. Foi lá que Kurt Weill estreou a Ópera de Três Vinténs em 1928. A ele estão ligados nomes como Max Reinhardt, Bertolt Brecht, Lotte Lenya, Rosa Valetti, Heiner Müller, Ruth Berghaus, Klaus Maria Brandauer. É um teatro mítico, localizado junto à Friedrichstrasse, bem no coração da antiga metade oriental de Berlim.



(as fotos possíveis)

Georgette Dee não cantou Mann in meinen Armen, que tínhamos ouvido em Lisboa. Desta vez fez-se acompanhar ao piano por Terry Truck e cantou Schöne Lieder (canções bonitas) e contou pequenas histórias cheias de um humor picante reminiscente do Kabarett


De volta à Filarmonia, para dar contas do que por lá se passa: depois de termos ouvido a de Bruckner exactamente como o Digital Concert Hall no-la mostra aqui, ontem pudemos também verificar que Sir Simon Rattle dirigiu a sua orquestra num programa completamente diferente mas igualmente de cor. A Helena dá-nos mais detalhes.

13.2.12

Prodígios

Jesus-Christus-Kirche
Calhou a mim vir contar, muito rapidamente, o mais recente prodígio. Aconteceu ontem em Dahlem, um bairro muito agradável na zona Sudoeste de Berlim, com lagos, florestas e casas bonitas. É lá que se encontra a Igreja de Jesus Cristo, celebrizada por muitas gravações de Karajan, e não só, que a escolheu por ela oferecer uma acústica perfeita, graças ao altíssimo tecto de madeira e à cavidade entre ele e a cobertura. Pudemos comprová-lo: o coro da paróquia estava a ensaiar o padre-nosso e o som que produzia era sublime.

(Lembrei-me desta gravação da , embora não possa garantir que tenha sido feita na Jesus-Christus-Kirche)

11.2.12

O Céu Sobre Berlim

A Helena conta histórias maravilhosas sobre Berlim. Da Filarmonia à Berlinale, uma verdadeira overdose de prodígios. Até o céu de Berlim anda vestido de azul lavado.

9.2.12

A Filarmónica em Berlim

Um conselho: se pretender visitar Berlim, não se esqueça de consultar antes o calendário da Filarmónica. Ouvi-la na sua casa e ver Simon Rattle a dirigi-la pode mudar a sua vida. Para sempre.



23.8.11

Cielo e mar

Informa-nos o Intermezzo que Jonas Kaufmann vai ser submetido a uma cirurgia para extrair um nódulo no peito. Desejamos-lhe que tudo corra bem e que tenha uma rápida recuperação.

Cielo e mar, ainda há poucos dias na Waldbühne, em Berlim: