1.11.11

What a day, what a day, for an autodafe!




DR. VOLTAIRE.  After the earthquake which destroyed three-quarters of Lisbon, the Holy Inquisition discovered an infallible remedy for preventing such disasters in future.  And the remedy?  To purge the city of its heretics in a splendid auto da fe for the Glory of God and the edification of the general public.

(As he speaks, on the large un­curtained stage, we see the public square in Lisbon.  There is a raised dais for the Grand Inquisitor and his attendant judges.  A gibbet and a whipping post.  Two heretics in tall penitente hoods, kneel before the dais.  The populace is excitedly milling around and singing:)

ONE GROUP.
What a day, what a day,
For an autodafe!
What a sunny summer sky!
What a day, what a day,
For an autodafe!
It's a lovely day for drinking
And for watching people die!
What a perfect day to be a money lender!
Or a tradesman, or a merchant or a vendor!
At a good exciting lynching
People stop their penny pinching
And the tightest fellow turns into a spender!

  SECOND GROUP. 
  What a day, what a day,
  For an autodafe!
  What a lovely day to die!
  Tourist trade, tourist trade,
  Will be coning our way!  
  It’s a bonnie day for business,
  Better raise the prices high!
  For an inquisition day this is a wonder!
  Not a raindrop, not a cloud or sound of thunder!
  So we’ll gaily get polluted
  Watching sinners executed!
  It’s a perfect bit of weather to  get under!
(daqui)

(Voltaire e Lisboa - Candide)


7 comentários:

  1. Engraçado, como os autos da fé "inspiraram" os músicos.

    Ainda há pouco no D. Carlos de Verdi...de forma trágica, no Candide de Bernstein (demasiado poucas vezes em cena) com leve ironia !

    ResponderEliminar
  2. Era preciso dizer a Mr. Bernstein que o primeiro-ministro de Portugal, que magnificamente lidou com o terramoto, também acabou com a Inquisição e que perseguiu sem dó nem piedade aqueles que andavam a dizer que o terramoto foi castigo de Deus pelos pecados cometidos. É o lado judeu do grande maestro a vir ao de cima. Razões morais tem muitas, mas têm de ser incompatíveis com a ignorância para serem credíveis.

    ResponderEliminar
  3. Caro Raul,
    O Lenny baseou-se no texto de Voltaire, que, pelo que recordo, não menciona o Marquês de Pombal. O interesse de "Candide" neste momento específico, quanto a mim, está na crítica irónica ao Santo Ofício e ao poder que ele exercia antes de Pombal e do seu Despotismo Esclarecido.

    ResponderEliminar
  4. Voltaire, que eu venero, era, como todos os Iluministas, um acérrimo inimigo do Obscurantismo e penso que essa seria a mensagem do Candide. Daí que a verdade histórica passe para segundo lugar.

    ResponderEliminar
  5. A obra de Voltaire é absolutamente deliciosa, perpassada de uma ironia que, desconcertando-nos, esclarece e ilumina o espírito daqueles que com ela contactam.

    ResponderEliminar
  6. As coisas fantásticas de que tu te lembras para assinalar estes dias... Em 2007 eu ainda não lia o teu blogue, por isso obrigada pelo link, já lá estou :-)

    ResponderEliminar
  7. Ora, Gi. Em 2007 os animais ainda falavam.

    (Não percas a Christa Ludwig)

    ResponderEliminar