If only I could become a flowering tree,
rain down upon your thin grey hair
cool white blossoms,
with scent of lemon and jasmine!
©Márcia Lessa/Gulbenkian (Imagem encontrada no sound + vision)
(Mais imagens no FB da Fundação Gulbenkian)
(Mais imagens no FB da Fundação Gulbenkian)
I only ask that you treat me, the tree,
with the deepest reverence.
The water pour carefully.
A partir de um conto tradicional indiano, John Adams compôs uma ópera de grande beleza musical e poética que pudemos ver e ouvir ontem, ao fim da tarde, na Gulbenkian. Joana Carneiro, que o próprio Adams escolheu para sua assistente na estreia em 2006, dirigiu "A Flowering Tree" em Chicago, Paris e, agora, Lisboa. Coro, orquestra e solistas responderam-lhe na perfeição e deram-nos momentos sublimes. As sugestões visuais vinham impregnadas do aroma das plumérias.
"A Flowering Tree" é uma bela história de um príncipe que se apaixona por uma jovem que tem o poder de se transformar em árvore florida. Um dia o ritual corre mal e ela não consegue regressar totalmente à forma humana. Mulher-árvore, hostilizada e desprezada por todos, vagueia pelas ruas, canta por uma esmola. O príncipe, infeliz pelo seu desaparecimento, erra também pelas cidades, até que um dia o acaso lhes oferece o feliz reencontro.
O programa de sala, com sinopse detalhada e o libreto original e traduzido, está disponível em PDF.
John Adams em entrevista, a propósito da estreia de "A Flowering Tree"
Belíssimo post, Paulo, obrigado! Fiquei com pena de não ir, Lisboa é tão longe...
ResponderEliminarÉ surpreendente o êxito desta obra, e pelas mãos da Joana Carneiro. Coisa rara, hoje em dia, uma boa surpresa em Portugal, e logo sem ser no futebol ;)
Já agora, gostou da música e do canto? Pode ser mais detalhado (se não é pedir de mais)?
Abraço,
Mário
Obrigado, Mário.
ResponderEliminarGostei muito da música. A orquestra e o coro estiveram excelentes, os solistas também estiveram muito bem. Apenas conhecia pequenos excertos (via Youtube) que, como é natural, não dão ideia da totalidade da obra.
Em pleno século XXI, Adams demonstra que é possível compor uma ópera que seja cantável, tocável e audível. Penso que é essa a razão do seu êxito. "A Flowering Tree" tem momentos de grande lirismo e também de grande tensão (a música composta para o ritual da transformação; a cena em que Kumudha não consegue voltar à forma humana).
Não é à toa que John Adams é um dos poucos compositores contemporâneos que vêem as suas obras repostas com sucesso.
Felizmente, graças a Joana Carneiro, tivemos a oportunidade de ouvir "A Flowering Tree" em Lisboa.