Paolo Pinamonti no Teatro de São Carlos (© Público) |
Há poucas semanas soube-se que o pianista Adriano Jordão tinha sido nomeado vogal da OPART, "com responsabilidade directa nos pelouros artísticos", em substituição do maestro César Viana. Mais recentemente, soube-se que Joana Carneiro tinha sido nomeada maestrina titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa e que Paolo Pinamonti assume as funções de "consultor artístico encarregado da programação".
Segundo o Público, a Secretaria de Estado da Cultura informa que "a programação do primeiro semestre de 2014 será apresentada no fim de Novembro" e que se pretende "retomar as apresentações das temporadas completas a partir da temporada de Setembro 2014/Julho 2015". Cá estaremos para ver. Assim sobre algum dinheiro do magro orçamento e tudo isto não passe de mais uma incorrecção factual.
Para já, Pinamonti não deverá deixar a direcção artística do Teatro da Zarzuela e Joana Carneiro manterá os seus cargos e funções junto da Orquestra Gulbenkian.
O crítico Augusto M. Seabra diz, num artigo onde também podemos ler algumas opiniões de Rui Vieira Nery e de Alexandre Delgado, que sem a resolução de vários problemas estruturais, "as recentes nomeações são uma semi-solução que arrisca ser completamente inconsequente".
Não que nos sirva de consolo, mas Madrid e Barcelona também não andam muito bem. O Teatro Real despediu Gerard Mortier e substituiu-o por Joan Matabosch (deixando o Liceu sem director artístico), mas acabou por criar o cargo de consultor artístico para re-empregar o Barão Mortier e tudo terminar em paz.
Que grande confusão. Não estou a ver como essas personalidades todas se vão entender. Nem que haja dinheiro para programar temporadas, ou os nomeados arrastam mecenas?
ResponderEliminarTambém não sei. Aguardo para ver.
EliminarPode ser pior que 2012/13 ? mmm
Eliminar( mesmo Madrid estando mal, como está, ter uma rotação de produções Madrid-Lisboa era um mal menor)
Pinamonti está no Teatro da Zarzuela, não no Real. Mas sim, seria interessante uma relação estreita entre os teatros ibéricos.
EliminarE actualmente quem está pior é Barcelona, não Madrid.
EliminarA temporada de Madrid, ui, bem mazinha...
EliminarPor alguma razão eles estavam descontentes com Mortier, Mário.
Eliminar(Mas quando eu disse que Barcelona está pior que Madrid referia-me a orçamentos e cortes, não à programação.)
Face ao limbo institucional no qual São Carlos se encontra imerso, o estabelecimento de parcerias com alguns congéneres ibéricos (Madrid, Barcelona, Bilbao, Valência, Sevilha) propiciaria, potencialmente, a supressão, ainda que parcial, de uma flagrante insuficiência no que ao fluxo de produções operáticas se reporta.
ResponderEliminarEstou em crer que estratégias programáticas fundadas na reactivação de co-produções, aposta em reposições ou reabilitação de encenações passíveis de rotulação "histórica" afigurar-se-iam consentâneas com o actual período de constrições verdadeiramente draconianas.
Completamente de acordo, Hugo. Acrescentaria ainda o Teatro Campoamor de Oviedo, que também vai tendo uma programação interessante.
EliminarBem visto. Por este caminho, até o Teatro Calderón de Valladolid: Guilherme Tell, Clemenza de Tito...
EliminarCuriosa esta notícia que diz que Mortier, como consultor artístico do Real, ganhará o dobro do salário de Matabosch. A ser verdade, que belo negócio!
ResponderEliminarVocês vivem em que mundo? co-produções?!? Meus amigos o Teatro São Carlos neste momento mal tem dinheiro para pagar ordenados! Enquanto não se souber o real orçamento que o Teatro terá daqui para a frente, tanto faz lá estar o Pinamonti como qualquer outro! Sem dinheiro não há palhaços, nunca ouviram dizer?
ResponderEliminarVivemos neste, Anónimo. Neste.
Eliminaranónimo, porque é que diz que as co-produções são mais caras? estou interessado em aprender mais sobre isso. a sério!
EliminarTambém tenho muitas dúvidas sobre este modelo que cinde a actividade de programador e de director do teatro propriamente dito. Perante uma situação de grande escassez orçamental, a actividade de programação tem de ser muito bem articulada e delineada, de modo a ser concretizável financeiramente. O que pode redundar numa fonte de conflitos, especialmente se tivermos em mente que Pinamonti não é alguém que se contenta com a mediocridade.
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