Herr, lehre doch mich,
daß ein Ende mit mir haben muß,
und mein Leben ein Ziel hat,
und ich davon muß.
Siehe, meine Tage
sind einer Hand breit vor Dir, und mein Leben ist
wie nichts vor Dir.
Senhor, ensina-me a compreender
que irei ter um fim,
que a minha vida tem uma meta,
e que eu tenho que partir.
Repara que os meus dias
são um palmo diante de ti, e que a minha vida é
nada aos teus olhos.
(Tradução de José Maria Pedrosa Cardoso - Gulbenkian)
29.3.13
Herr, lehre doch mich
(Ein Deutsches Requiem completo)
19.3.13
Parte-se em mim qualquer coisa
Mais logo, às 19h00, há Ode Marítima no Salão Nobre do D. Maria II. João Grosso homenageia Germana Tânger.
E no próximo dia 27, que é Dia Mundial do Teatro, às 13h00, e também por João Grosso, haverá Manucure. No Festival Ao Largo de 2010, na Noite Germana Tânger, com a participação das Jovens Vozes de Lisboa dirigidas por Nuno Margarido Lopes, foi assim:
12.3.13
9.3.13
O Navio Fantasma
Hoje é dia de estreia em Los Angeles, com Elisabete Matos (Senta) e Tómas Tómasson (Holandês): "Der Fliegende Holländer". O maestro é James Conlon. Toi toi toi. Bom Ano Wagner.
Elisabete Matos (Senta na LA Opera) |
Elisabete Matos e Tómas Tómasson (Holandês) (via Elisabete Matos - FB) |
Excertos do ensaio geral:
8.3.13
O Testamento do Mestre
Jonas Parsifal Kaufmann |
Há cerca de treze doze anos (em Fevereiro de 2001), o Teatro de São Carlos apresentou um "Parsifal" memorável, dirigido por Zoltán Peskó Gabor Ötvös, com Poul Elming e Eva Marton. A encenação, não sei já de quem (de Thomas Kiemie), vinha importada da Alemanha e era feia como estas tempestades de Março, mas o nível musical foi de excelência. [Agradeço a ajuda de Elvira Ferreira, que me permitiu corrigir e completar a informação. Elvira Ferreira foi uma das magníficas Raparigas-Flores nesta produção.]
Assistir a uma récita de "Parsifal" é uma experiência que não se esquece. A última ópera de Richard Wagner transporta-nos para o universo místico do Graal e para uma espiritualidade que vai para além do cristianismo, e não é preciso ser crente para sentir a busca do divino. Essa procura contínua, incessante, pressente-se ao longo da composição que talvez melhor sintetize a obra de Wagner. É um testamento. As várias harmonizações à volta dos motivos que surgem no prelúdio do I acto e que reaparecem, desenvolvidos e transformados, ao longo de toda a ópera - como quem procura, procura, mas não sabe exactamente o quê, não resolve e volta atrás -, fazem da partitura de "Parsifal" a criação mais sublime do Mestre de Bayreuth.
Agora, graças à Fundação Gulbenkian, pudemos ouver em directo, em Lisboa, o "Parsifal" do Met, que tem dado muito que falar, ou não fossem o tolo puro e Gurnemanz interpretados por Jonas Kaufmann e René Pape.
Gurnemanz (René Pape) e a Irmandade do Santo Graal (I acto) (© BBC Radio 3) |
Jonas Kaufmann e René Pape com o cisne morto (I acto) (© BBC Radio 3) |
Nos intervalos, as opiniões sobre a encenação dividiam-se; já sobre o que se ouvia parecia haver mais consenso. Pela minha parte, habituado que estou a desgostar das encenações, achei esta, de François Girard, muito boa nos actos I e III, com cenários despojados mas cheios da atmosfera criada pelas projecções em pano de fundo. A essência de "Parsifal" estava lá, a evocação dos rituais da Irmandade do Graal através dos movimentos coreografados sublinhava o aspecto meditativo e denso da partitura, e o homem do jogo, Peter Mattei, deu-nos uma interpretação magnífica, também do posto de vista cénico, do sofrimento de Amfortas.
(© René Pape - FB) |
Peter Mattei e René Pape (I acto) |
Peter Mattei - o homem do jogo (III acto) (© BBC Radio 3) |
Preferia que o santuário do Santo Graal se encontrasse no castelo medieval de Monsalvat, porém "Parsifal" é uma missa intemporal, um festival sacro, e a actualização não desvirtuou o sentido da história e, acima de tudo, não estragou a música. No entanto, o II acto é outra conversa. Inundar o chão de sangue e transformar as raparigas-flores em belas vampiresas - ou então o que eram? -, além do desconforto que há-de causar aos cantores, rouba à cena o ambiente de sedução que está definido no libreto e na música. Por alguma razão Richard Strauss, quando esteve em Sintra, terá imaginado a Pena como cenário ideal para o jardim mágico e o castelo de Klingsor. Klingsor, por sinal, foi o excelente Evgeny Nikitin, o tal da história das tatuagens. O papel assenta-lhe como uma luva.
Evgeny Nikitin (© BBC Radio 3) |
Cena de Parsifal e Kundry (Katarina Dalayman) no II acto:
Mas o que se ouviu foi muito bom, por vezes sublime. Daniele Gatti, optando em várias ocasiões por tempos mais lentos do que é habitual ouvir-se em "Parsifal", deu-nos uma versão maravilhosa, graças à qualidade da orquestra e dos cantores em geral. Naturalmente, há que dar o desconto à batota da amplificação das vozes. As últimas transmissões do Met a que tinha assistido na temporada passada foram-me tão cansativas que decidi fazer greve, abrindo a excepção óbvia no Sábado passado. Em boa hora.
(A BBC Radio 3 ainda nos deixa ouvir a transmissão por mais um dia.)
P.S. Como diz o Joaquim, una camisa blanca, ben entallada i planxada, dóna una prestància i elegància a qui la porta, del tot recomanable.
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