E a ninfa, apaixonada pelo príncipe que costuma banhar-se no lago onde ela vive, deseja tornar-se humana para poder abraçá-lo. São-lhe impostas duas cláusulas: nunca falará e, se o seu príncipe lhe for infiel, ela voltará para o mundo aquático e ele morrerá.
Rusalka será sempre uma inadaptada. No mundo dos homens, sofre pela sua condição primordial de sereia e não fala; retornando ao mundo dos seres aquáticos, ela já não é um deles, pois foi-lhe dada uma alma humana.
É com exigências deste teor e outras ainda mais bárbaras, determinadas pela implacável Natureza ou pela inexorabilidade dos homens, que ninfas e nós temos de viver.
Rusalka será sempre uma inadaptada. No mundo dos homens, sofre pela sua condição primordial de sereia e não fala; retornando ao mundo dos seres aquáticos, ela já não é um deles, pois foi-lhe dada uma alma humana.
É com exigências deste teor e outras ainda mais bárbaras, determinadas pela implacável Natureza ou pela inexorabilidade dos homens, que ninfas e nós temos de viver.
(Foly90)
Měsíčku na nebi hlubokém,
světlo tvé daleko vidí,
po světě bloudíš širokém,
díváš se v příbytky lidí.
po světě bloudíš širokém,
díváš se v příbytky lidí.
Měsíčku, postůj chvíli,
řekni mi, řekni, kde je můj milý!
Měsíčku, postůj chvíli,
řekni mi, řekni, kde je můj milý!
Řekni mu, stříbrný měsíčku,
mé že jej objímá rámě,
aby si alespoň chviličku
vzpomenul ve snění na mne.
aby si alespoň chviličku
vzpomenul ve snění na mne.
Zasvěť mu do daleka, Zasvěť mu
řekni mu, řekni, kdo tu naň čeká!
Zasvěť mu do daleka, Zasvěť mu
řekni mu, řekni, kdo tu naň čeká!
O mně-li, duše lidská sní,
ať se tou vzpomínkou vzbudí;
měsíčku, nezhasni, nezhasni!
nezhasni, nezhasni!
Uma Fleming diferente.
ResponderEliminarEsta Rusalka baseia-se na mesma mitologia eslava que está na base do conto "Ondine"/ "Undine" , que referi em http://olivrodaareia.blogspot.com/search?q=ondine
Vale a oena ouvir uma e ler o outro.
O luar, ao mesmo tempo eternidade e efemeridade do amor...
Ou das ligações flutuantes nas comunicações pelas redes integradas aos satélites artificiais... Em todas as fases a luz que desaparece e volta a surgir...
ResponderEliminarSabes que podes ir vê-la a Londres até ao fim do mês? ;)
ResponderEliminarE, embora isto tenha sido escrito por uma pessoa bastante jovem, achei uma certa piada a este programa sobre fadas e ninfas, deixo-te aqui, mas se quiseres ouvir não demores muito porque só fica alguns dias on-line.
Obrigado, Teresa. Ainda estamos a tempo de organizar uma ida a Glyndebourne.
ResponderEliminaresta é daquelas óperas que mexe comigo. e a fleming é cá uma rusalka que senhores! o segundo acto, enquanto o príncipe investe na humana e ela impotente, nada pode fazer, é dilacerante. quando ela canta "Rusalko, znas mne, znas", a mudança de estados de espírito e intensidade é assombrosa. ainda hoje andei a ouvir esta mesma ópera porque estava cheio de saudades dela.
ResponderEliminarPaulo,
ResponderEliminarestive a ver a lua cheia em Santa Barbara, California, e é uma loucura. E, já agora, deixo-te uma passagem do romance "Grande Sertão, Veredas" de João Guimarães Rosa (eu inclino-me a achar que é o melhor romance em língua portuguesa do século XX). A frase final é, com a Casta Diva e esta Ária da Rusalka, a maior "tradução" da lua cheia. Cá vai o excerto do romance:
"E ele me deu a mão. Daquela mão eu recebia tristezas. Dos olhos. Os olhos que ele punha em mim, tão externos, quase tristes de grandeza. Deu alma em cara. Adivinhei o que nós dois queríamos - logo eu disse: - «Diadorim... Diadorim!» - com uma força de afeição. Ele sério sorriu. E eu gostava dele, gostava, gostava. Aí tive o fervor de que ele carecesse de minha proteção, toda a vida: eu terçando, garantindo, punindo por ele. Ao mais os olhos me perturbavam; mas sendo que não me enfraqueciam. Diadorim. Sol-se-pôr, saímos e tocamos dali. Aquele dia fora meu, me pertencia. Íamos por um plâino de varjas; lua lá vinha. Alimpo de lua. (...)
Dia da lua. O luar que põe a noite inchada."
Isto não é uma loucura?: "O luar que põe a noite inchada."
Confesso-te que, a primeira vez que li, cheguei a esta frase e rebentaram-me as lágrimas. Vá lá, não me chames chorão!
Um abraço
Jorge
Jorge,
ResponderEliminarAqui as noites também têm estado bem inchadas, como nesse final do "Grande Sertão, Veredas". É tão bonito.
("Sinais de Fogo" é também um grande candidato à luta pelo título de melhor romance em língua portuguesa do século XX. Quando regressares hás-de ter muito que contar. Boa estadia em Santa Barbara.)