Os Portugueses andam cada vez mais constipados. Quando vamos a um concerto, ao teatro, à ópera, até mesmo à cinemateca ver um Murnau mudo, toda a gente tem imensa tosse.
Se estivermos a assistir a uma récita de Wagner, é nos momentos mais sublimes, os que grande parte do público acha aborrecidos, que ouvimos mais tosses. Quando Radu Lupu tocou Debussy na Gulbenkian, em Março, o festival de ruídos na plateia conseguiu destruir todo o clima criado pelo pianista. Claro, estava tudo à espera de Beethoven e, quando ele apareceu, o público lá acalmou.
Há alguns anos, Angélique Ionatos cantou os seus temas de natureza intimista, os poemas de Odysseus Elytis e Safo de Mytilene, na Cuturgest. Estava um óptimo tempo de Primavera. A certa altura, perguntou por que razão estava tanta gente constipada e comentou: "Et pourtant il fait beau".
Gostei da associação Angelique Ionatos aos rebuçados Dr. Bayard. A perplexidade dela face às tosses instituídas foi muito bem traduzida. Não convinha dizer que grande parte das tosses são tabagísticas. A freguesia não ía gostar. (Oops, sorry...!)
ResponderEliminarÉ um vício portuga insuportável:as pessoas tossem sempre nos espectáculos em todas as estações. Eu penso que é o lado egoísta do português que não se coibe de tossir se lhe apetecer e pior ainda quando mostra o seu desprezo pelos outros espectadores quando desembrulha um rebuçado durante um pianíssimo,destruíndo o clima do concerto.É triste!
ResponderEliminarJá parece a D.Bobone que atendeu o telemóvel duas vezes, numa estreia de cinema no S.Jorge; eu assisti.
Toda a gente sabe que essa senhora é muito chic. Nos livros dela sobre etiqueta, vem até escrito que se deve atender telemóveis nos cinemas e outras salas de espectáculos. Fica bem.
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