(Endemismo lusitano, ameaçado)
Quando surgiu a que cedo desponta, a Aurora de róseos dedos,
levantou-se da sua cama o amado filho de Ulisses;
vestindo a roupa, pendurou do ombro uma espada afiada,
e nos pés resplandecentes calçou as belas sandálias.
Ao sair do quarto, assemelhava-se a um deus.
Logo ordenou aos arautos de voz penetrante
que chamassem para a assembleia os Aqueus de longos cabelos.
Aqueles chamaram; e reuniram-se estes com grande rapidez.
Quando estavam já reunidos, todos em conjunto,
dirigiu-se Telémaco à assembleia, segurando na mão
a brônzea lança - mas não ia só: dois galgos o acompanhavam.
E admirável era a graciosidade que sobre ele derramara Atena:
à sua passagem todos o olharam com espanto.
Sentou-se no assento de seu pai; os anciãos cederam-lhe o lugar.
Homero, Odisseia (trad. de Frederico Lourenço, Livros Cotovia)
Brava lança floral!
ResponderEliminarProvavelmente já dourou, desde abril e frutificou. Mas o céu continua igual! Um abraço.
Prateado a luz da lua, e a luz do sol... lembra plantas do cerrado!
ResponderEliminarUm abraço.
Moi, tenho de ir ao mar do Guincho, para ver como se está a portar a brônzea lança. Já deve ter florescido, sim.
ResponderEliminarLucia, acho que tem razão. Se eu não soubesse que é um endemismo português, pensaria que este verbasco tinha vindo do Brasil.
Vamos lá ver como estão as plantas agora?!!!
ResponderEliminarBeijos
Pois é, estas fotos deixam uma enorme curiosidade sobre as flores!
ResponderEliminarIsabel, vamos lá. Talvez já seja tarde para os dourados do verbasco (temo que não consigamos satisfazer a curiosidade da Jardineira), mas há sempre muito que ver pelas bandas do Guincho.
ResponderEliminarEste texto da "Odisseia" é maravilhoso e mostra como era cuidada a escrita dos grandes clássicos - uma delícia!
ResponderEliminarCaro Pinguim, a escrita de Homero e a tradução notável de Frederico Lourenço formam uma belíssima junção.
ResponderEliminar