8.4.09

Encenações

O encenador catalão Calixto Bieito volta a dar o que falar na Alemanha com uma provocadora encenação da ópera "Armida", de Gluck, na Komische Oper de Berlim. Por cá, Karoline Gruber também ass[ass]inou uma "Salome" pouco ortodoxa. Não mostrou homens despidos, se calhar por falta de arrojo, mas deslocalizou e actualizou a acção e deu liberdade às suas próprias fantasias. O que tem Bieito a ver com Gruber? Tudo e nada. Há os que ditam as modas e os que tentam segui-las; obsessões, cada qual tem as suas.

(bajazzo99)



Fotos daqui e daqui.
Via Barihunks.

9 comentários:

  1. Será por em Berlim terem tanta oferta que já não lhes chegam a música e o canto e precisam deste tipo de encenação para se emocionarem?
    Se não se trair o texto, o maior problema que vejo é que distrai.

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  2. Ten points, Gi. Distrair já é uma vantagem, pelo menos no caso de os ouvidos não gostarem do que estão a ouvir.

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  3. Eu não tenho nada contra (nem a favor verdade seja dita) "actualizações" desde que sejam feitas com algum objectivo com algum propósito artístico e não apenas para disfarçar inépcia. Não gostei da do S. Carlos desta sinceramente não sei ... à partida parece-me um bocado "radical"

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  4. Fernando,
    Também não tenho nada contra actualizações, se elas forem bem feitas. Para que tudo faça sentido e não estrague a obra do compositor é necessário génio e é ele que falta na maior parte dos casos. Bieito talvez o tenha, mas penso que acaba por desviar a atenção para assuntos exteriores ao texto e à música. Gostaria de assistir a uma representação completa para saber se tudo aquilo vale a pena.

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  5. Penso que se deve considerar que os Alemães não levam o nu tão a "sério" como nós...

    De qualquer forma, penso que este tipo de encenação conduzirá sempre à distracção do público da obra em si.

    A questão do papel que os encenadores têm actualmente no mundo da ópera, volta a ser levantada. Para mim, ópera é primeiro (canto) música e depois encenação.

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  6. Alberto,
    Concebo a ópera como obra de arte total, pelo que a encenação não deve ser menosprezada. Infelizmente, a maior parte das encenações que se vêem por aí dão vontade de fechar os olhos e ouvir apenas. O pior é quando nem isso é bom.

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  7. Ainda só vi as chamadas óperas clássicas; estou para ver como reagirei a uma encenação inovadora...
    Abraço.

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  8. Caro Pinguim,
    Umas vezes é interessante, outras é enervante. Eu já me dou por contente se a música for bem interpretada e se os cantores forem bons.

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  9. bem, põe muita provação nesta encenação. não sei se discordo, mas às tantas o foco centra-se mesmo onde? nas vozes, nas músicas, nos corpos nus? venham os nus e esquece-se o resto! será essa a ideia?


    abraço

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