25.4.09

Sempre!

O Baptista Bastos não me perguntou mas eu posso dizer-lhe onde é que estava há trinta e cinco anos. Fui à escola, lá na terrinha, como era meu hábito, e a professora mandou-nos para casa porque "isto está muito mau!" Lá fui e comecei a ver as imagens na televisão. Não percebi logo o que se passava, mas aos poucos foram-me explicando e eu achei que afinal "isto estava muito bom!" E agora vou comemorar, antes que se faça tarde.

13 comentários:

  1. Não acredito! Tinhas 8 anos, por amor de deus!

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  2. 25 de Abril, sempre! :) Nos Dias da Música viam-se algumas pessoas de cravo ao peito!

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  3. Paulo
    e há tanta gente que já não comemora...
    O meu receio é que com o decorrer dos anos e o renovar das gerações, esta data deixe de ter significado; já hoje se ouve dizer que o 25 de Abril só é uma coisa importante para os velhos...enfim!
    Abraço.

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  4. Mas lembro-me, Mad. Melhor que de certos acontecimentos recentes. A nossa memória selecciona o que lhe apetece e eu não tenho mão na minha. Talvez por ter tido uma irmã mais velha e ter assistido a conversas dela com os amigos; passaram-se muitas coisas nessa época que nunca esqueci.

    Moura,
    Isso já era hábito quando a Festa da Música calhava nesta data e, claro, os cravos trazem alegria à festa.

    Pinguim,
    Um dia isso acontecerá, forçosamente. Muitas datas que antigamente eram importantes servem agora para marcar férias na agenda.

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  5. primeiro, a pergunta tornou-se um caricatura que vai perdendo o rosto do autor.
    segundo, é preciso comemorar SEMPRE e lembrar o outro lado, o lado mau. não quer dizer que estejamos a viver no que sonharam quem fez o 25 de há 35 anos atrás. e comemora, antes que saia de moda, antes que perca o sentido e seja só, e tão-só, um feriado.

    abraço

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  6. Paulo,
    Eu comemoro porque me causa urticária o discurso salazarento do "isto está muito mau", querendo implicar que antigamente "isto estava muito bom". Como todas as coisas, o 25 de Abril teve aspectos positivos e outros negativos. Hélas.

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  7. Caro Paulo,
    O 25 está dentro de nós já! Faz parte da nossa estrutura mental já! Não conseguimos idealizar sequer o Portugal do 24, e essa é a maior vitória. Os cravos vão talvez desaparecendo da rua e das lapelas e dos peitos, mas por cada artigo de jornal a criticar um primeiro-ministro, por cada condenação por brutalidade policial, por cada acto de liberdade - que hoje são quotidianos - nasce um cravo! Bem podem dizer "isto agora está mau": sempre que o dizem sabem que é a ideia do 25 de Abril que estão alimentar. E é isso que destrói toda a estupidez.
    Que o 25 de Abril viva para sempre, pois é o símbolo da nossa integridade moral.
    Abraços "abrílicos"
    Jorge

    PS: desculpa esta verborreia, mas tinha de "gritar" à minha maneira!

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  8. Jorge,
    O teu "grito" soou a música. Obrigado.

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  9. Faço minhas as palavras do Jorge Rodrigues e a resposta musical do Paulo!
    Saudações músico-abrílicas

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  10. Anónimo26.4.09

    Que bonito que é comemorar o 25 de Abril mergulhados em Música, também!
    Aquele ambiente informal, com pessoas de quase todos os extractos culturais também é muito "abrilíco", não concorda?
    O Paulo foi? Se foi vai-nos contar o que ouviu?
    Este ano não pude disfrutar.
    Um beijo.
    Maria Helena

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  11. Também não pude ir à festa, Maria Helena. Já nos tempos em que ela era mesmo a Festa da Música, os meus horários nem sempre me permitiam assistir aos concertos mais aliciantes. Ainda assim, festejei muito abrilicamente Mozart, a música russa e Vivaldi.
    Quem tem novidades para contar é a Moura Aveirense e a Gi.

    Um beijo para si também.

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  12. Eu claro, andava no ciclo, não houve aulas e eu fui a pé pelo bairro de Santa Cruz em Benfica, passei pela casa onde vivia a prima da minha mãe, e fui direito a casa da minha avó. Depois a minha avó quando me viu abraçou-me muito, e disse-me que havia uma revolução e que não sabia se os meus pais estavam bem.Fomos compara acúcar, arroz, farinha , conservas para abastecer a despensa. Senti que havia um estranho clima na rua e que as pessoas estavam receosas.A minha avó estava muito preocupada.Só a noite os meus pais conseguiram furar as barreiras militares que existiam à volta de Lisboa e a minha mãe que vinha muito alegre e muito eufórica me abraçou muito contente e disse-me que finalmente havia liberdade.

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  13. Miguel, a tua mãe teria muito para nos contar hoje...

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