Na última récita de "Don Carlo", à porta do Teatro, foram distribuídas ao público cópias do seguinte comunicado:
E hoje lemos no Público que cortes orçamentais no Organismo de Produção Artística (Opart), empresa que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), levam hoje representantes do Sindicato dos Músicos à comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Aguardamos o desenvolvimento da situação.
Ficamos todos com o coração ainda mais apertado. São só más notícias, umas atrás das outras... isto nunca mais terá fim?
ResponderEliminarUma espada de Dâmocles sobre o OPART (Teatro de S. Carlos e CNB), que há anos é contunuamente desorçamentado,
ResponderEliminare que agora é "brindado" com um orçamento que não chega para pagar as despesas fixas...
Se isto não é o extermínio de uma classe...
Glória
e não há como exterminá-lo?
ResponderEliminar(ao governo)
Acabei de ler um artigo no publico que diz que o Opart gasta 82% do seu orçamento em salários! Sou um total ignorante nesta matéria mas a mim isto parece-me tudo muito estranho e algo certamente não estará bem nesta instituição! 82% ? 400 funcionámos? A fazer o quê? Assim realmente é impossível sobreviver seja ao que for.
ResponderEliminarOra, acabei de dar uma vista de olhos rapida pelas fichas artistas do Teatro São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado e a grosso modo contei com alguma margem cerca de 220 pessoas! (coro orquestra, bailarinos, maestros etc.) Onde estão os restantes 180? O que fazem em concreto e quanto gastam desses 82% de orçamento?
Realmente os valores de orçamento são miseráveis para qualquer instituição de produção artistica deste nível, mas por outro lado, não estarão estas instituições a precisar de uma revisão estructural profunda? Ao fim ao cabo de que serve ter estas estructuras abertas se não produz nada apenas paga ordenados a um monte de gente que nada fará a partir de agora?!
Eu percebo que não haja dinheiro, mas tudo isto me dói por diferentes razões:
ResponderEliminar- dói-me evidentemente a perda de coisas que me dão prazer;
- dói-me a perda de instituições e capacidades que acho importantes para a sobrevivência de uma identidade nacional (sim, a sério, a cultura é isso mesmo globalizada)
- dói-me que se desmantelem organizações cujo funcionamento e cujo pessoal exigem uma formação específica e um treino continuado que se perdem inevitavelmente se não estiverem em uso.
Anónimo,
ResponderEliminarAlém dos corpos artísticos o TNSC e a CNB têm corpos técnicos e administrativos. Desconheço os números (que podem parecer exagerados) e é possível que ambas as instituições possam funcionar com menos pessoal administrativo. Sinceramente, não sei.
De qualquer modo, penso que o coro e a orquestra estão empenhados em não deixar o Teatro de São Carlos fechar e têm toda a minha solidariedade.
Um Teatro de Ópera e uma Companhia de Bailado para funcionarem, precisam (para além dos músicos, cantores e bailarinos) de:técnicos, maquinistas electricistas, carpinteiros, costureiras,cenógrafos,etc.etc.......e ainda administrativos .
ResponderEliminarNo tocante ao São Carlos, a questão primordial reside num orçamento absolutamente irrisório em confronto com alguns dos congéneres europeus, minimamente, equiparáveis. Com valores na ordem da dezena de milhões de euros, considerada a desorçamentação, abeira-se do impraticável a produção de espectáculos de superior nível artístico, dignos de um teatro nacional de ópera.
ResponderEliminar