8.5.14

La Gioconda

Já a seguir, no Teatro de São Carlos. 13, 15 e 17 de Maio.


14 comentários:

  1. Lastimo que, à semelhança do ocorrido relativamente aos derradeiros títulos produzidos pelo São Carlos, não esteja prevista qualquer transmissão radiofónica por parte da rádio pública. Uma omissão, malogradamente, recorrente.

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  2. Por muito bons que sejam os cantores, é uma tristeza imensa, e isso sim, uma pena, que o único teatro de ópera do país não cumpra com um dos requisitos essenciais que distingue este género musical: a encenação.

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    1. Também gosto de ver ópera (bem) encenada. Mas o requisito mais essencial de todos não será que os cantores sejam bons?

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    2. ... e a orquestra e a música. Mas foi pensada para que o canto fosse dramatizado e o movimento encenado. Da mesma forma que não se canta só com a boca mas com todo o corpo, também a ópera é um corpo inteiro que nada deve ser posto de parte. Quando oiço em disco, enceno-as eu próprio. Esse exercício numa sala com cantores ao vivo é um disparate. Nenhuma cantora poderá gritar na Tosca, Mário, Mário, sem que tenha visto o amante sucumbir ao fuzilamento, e Rigoleto nunca será autêntico pedindo a piedade dos cortesãos se não sentir que é uma filha que está do outro lado da porta. Considero uma traição ao compositor.

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    3. Caro João Alves,
      Se vamos falar em traição aos compositores, o que me dirá sobre o que vê na maioria das encenações no Mezzo?

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  3. Para além disso ópera de concerto pode ser boa para quem já esteja muito rodado no género e seja um especialista. Não servirá para ganhar público e o teatro nacional não cumprirá a sua função. Tenho amigos que gostaria de assistir pela primeira vez a um espectáculo e quando lhes digo o que esperar deste último cartaz, desistem decepcionados. Uma boa encenação e produção pode ser preferível mesmo com cantores sofríveis, como acontece em muitos teatros por essa europa e américa fora. Já se cantou em Portugal a Lucia só com a prata da casa, cenários de teatro de província, e levava o público ao rubro. Acho preferível a ter um grande nome em frente a uma estante. Para isso vejo o Mezzo.

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  4. Actualmente, face à severidade das constrições económicas que espartilham a gestão artística do São Carlos permito-me enunciar: "prima la musica, poi la scena".

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    1. Tirou-me as palavras da boca, Hugo.

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    2. Concordo em absoluto: prima la musica, poi la scena.
      Mas o que se está a passar não é isso como bem sabe e não vale a pena italianizar que não fica mais operático por isso. O que se está a passar é: musica senza scena. Ou seja ópera amputada que não chega a ser ópera. Compreendo as restrições, mas outros teatros vão aos seus depósitos, tiram o pó aos cenários, afugentam as traças do guarda roupa, repetem as produções antigas, e contratam cantores em início de carreira (os outros baixarão os cachets como se viu durante a guerra). É preciso coragem para dizer que assim não vale: Para música sem cena, há as sinfonias, as oratórias, os corais, etc. Admitiria ballet só com música? Sem bailarinos? Prima la musica, lembra-se?
      Quando o Inatel fazia tournés de ópera pela província, via-se ópera encenada com muito poucos recursos, mas sentíamos que estávamos a ver um espectáculo de ópera e não um concerto. Um bom domingo para si e para os restantes comentadores, que afinal o que todos queremos é ouvir e "ver" boas óperas.

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    3. As suas palavras assino por baixo com a reserva de que prefiro ópera em versão de concerto do que uma encenação tipo Les Troyens com a Matos ou outras disparatadas, a meu ver, como tantas hoje em dia..

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  5. Com ou sem encenação ver a Elisabete Matos na Gioconda é um privilégio. Eu tenho azar, pois por três semanos falho as récitas. O papel parece escrito a pensar nela. No passado, muito remoto, vi Elena Soulitis, fabulosa, e muito mais tarde Galina Savova, uma boa intérprete. Possuo as melhores gravações, no meu entender, desta ópera: as duas gravações da melhor Giconda de todos os tempos, a Callas, a primeira gravação completa da ópera com uma cantora excepcional, Gianina Aranji-Lombardi, acompanhada pela Stignani no papel de Laura, e a única gravação completa em estúdio da sublime Anita Cerqueti acompanhada de um elenco de luxo (del Monaco, Bastianini, Simionato e Siepi). Possuo em vídeo duas gravações que não recomendo: uma com Eva Marton e outra, a pior, com a Deborah Voigt.

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    1. Caríssimo Raul,

      permita-me, antes de mais, cumprimentá-lo efusivamente.

      No que se reporta a registos comerciais de La Gioconda, para além das versões legadas por La Divina, possuo as gravações encimadas por Tebaldi e Caballé. Relativamente a preservações em suporte vídeo, detenho, igualmente, as leituras supracitadas.

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  6. Viva, caríssimo Hugo,
    Quando estiver aí e for ao norte comunico consigo. Eu tenho seu email.
    Conheço a gravação da Tebaldi. Eu, um tebaldiano convicto, senti-me decepcionado com a interpretação, o mesmo acontecendo com o seu Um Baile de Máscaras. São gravações tardias. Também conheço uma ao vivo do Met, onde estraga tudo no maravilhoso final do primeiro acto.
    Quanto à gravação da Caballé conheço excertos. Excelente mas não se pode comparar ao fenómeno Cerquetti e esse diamante chamado Gianina Arangi-Lombardi. Se o Hugo nunca ouvi estas Giocondas corra a ouví-las.
    Um abraço
    .

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