8.6.07

Pergolesi e Allegri










































Depois de ler o novo "post" da Ana Ramon, sobre Farinelli, lembrei-me logo de Pergolesi (1710-1736), que compôs várias obras para castrati, e de Allegri (1582-1652), que, segundo alguns autores, terá sido ele próprio também um castrato. Há notícia de que cantava num coro como rapaz-soprano e de, depois de ter mudado a voz, ter começado a cantar como tenor (ou como contralto)... Algures li que a sua castração não deve ter corrido muito bem, daí ter mudado a voz e não ter podido seguir a carreira que se lhe augurava como castrato. Talvez seja apenas especulação.

Gregorio Allegri compôs um belíssimo Miserere para dois coros, em que uma voz solista sobe às alturas. Roy Goodman é o solista desta gravação de 1963 (tinha 12 anos). Provavelmente perdeu a voz e é actualmente maestro e violinista, especializado em música antiga.



O Stabat Mater de Pergolesi é outra das grandes obras da música sacra barroca. Pergolesi morreu muito novo, provavelmente tuberculoso, e compôs o que é considerado o seu testamento musical já numa fase adiantada da doença. Podemos ouvir um excerto, cantado e dirigido pelo contratenor René Jacobs, e com a voz do rapaz-soprano Sebastian Hennig, actualmente um barítono modesto. Tinha cerca de 14 anos à data da gravação (1983).


Stabat Mater dolorosa
Juxta crucem lacrimosa
Dum pendebat filius.

Estava a Mãe dolorosa
Chorando junto da cruz
Da qual pendia o seu filho.

5 comentários:

  1. Gosto muito dos Podcasts. O Allegri Misere é lindíssimo!

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  2. Uma das músicas sacras que me fascina, pela modulação, a catedral e a luz dos vitrais, a inocência das vozes fascinantes e como pássaros. Curiosamente, ouvi-a numa montagem moderna, de um video que corria com o som da música.: uma porta automática de aeroporto e a mais diversa gente a sair, um, grupo, velhos, novos, diferenças ...incrível a sensação! As pessoas saem com um ar estranho e o artista captou magnificamente a cadência da música e as imagens. Nunca mais esqueci! Abç

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  3. Fico muito contente por gostares. Também são das minhas peças preferidas da música sacra. Mas não sei qual é esse vídeo de que estás a falar. Tanto o Miserere como o Stabat Mater são usados muitas vezes em bandas sonoras. Cumprimentos.

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  4. É interessante, parece que às vezes há sincronismos na blogosfera, ainda há dias outra pessoa que costuma ir à manta colocou esta peça (miserere)em post!

    Lembro-me que as primeiras vezes que a ouvi, ainda era miúda, fiquei arrepiada, era uma versão excelente, agora já não a tenho.

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  5. Quem foi? Gostava de ir lá ver.

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