Primeiro foram os protestos à porta do Teatro alla Scala. Depois foi o ataque de Barenboim aos cortes do governo de Berlusconi na Cultura. Finalmente ouviu-se A Valquíria.
Grande Barenboim. Isto sim, é de um verdadeiro homem de cultura. Quantas vezes um maestro deste calibre, em ocasiões destas (!), fala ao público? Um discurso simples, cuidado e com a constituição atrás (que fica sempre arrebatadoramente bem): muitíssimo bem. Tenho muita pena de não ter visto nem gravado no Mezzo! Mas, se for como o outro, dentro de dias estará na net. :-)
Diz ele bem, Paulo, e dizem bem os outros protestantes: a riqueza da Europa, agora mais ainda, quando a produção de bens materiais se muda para o oriente, é a sua cultura. Basta ver porque vêm até cá os chineses, os japoneses ou os americanos.
Lá tinha de vir eu estragar este saudável uníssono de louvores...
1º. porque não depende de voluntarismos, do desejo de A ou B, que Wagner esteja conotado com o nazismo. Não vale a pena querer lavar a nódoa e reescrever a História. Temos de admirar Wagner assim como ele foi, anti-semita, pró-ariano,grande músico. Também os há que foram estalinistas, de uma forma ou de outra.
2º - Barenboim é tanto pior director de orquestra quanto mais recorre a pose, discursos e protagonismos. Que é um homem de causas, tudo bem; mas isso nada valoriza a mediocridade do maestro, tal como a do pianista (ui!). Não sei porque há esse "culto" a Barenboim, deve ter a ver pouco com música e muito com ser judeu, de esquerda, pró-palestiniano.
O que ele fez com Mozart e Brahms, por exemplo, não fica para a História: mau intérprete, frouxo, trivial ou pastelão, indiferente aos estudos musicológicos dos últimos anos, mas sempre com muita pose, pose, pose.
E como se justifica ter embarcado numa produção de tão mau gosto? Que horror!
Não estraga nada, Mário. Apesar de eu, como o Barenboim, estar cansado de apanhar com o Hitler sempre que se fala de Wagner. Barenboim disse algumas coisas muito interessantes que transcrevo do El País e com as quais concordo plenamente:
No pienso en absoluto, y lo digo sinceramente, que él hubiese podido imaginar lo que se produjo en Alemania en los años cuarenta.
Si Richard Wagner hubiera sido un hombre de inclinaciones políticas, no hubiera sido una persona de derechas. En todo caso hubiera sido un anarquista opuesto a las convenciones sociales que impiden al hombre ser liberado.
Ou seja, penso que é um enorme abuso associar Wagner ao nazismo pelo facto de Hitler gostar dele. Hitler também gostava de Beethoven e provavelmente ouvia na 5ª e na 9ª a exaltação dos valores nacionalistas e arianos.
As qualidades do músico, obviamente dissociáveis das suas qualidades humanas, são um assunto mais subjectivo. Nem sempre fico fascinado com as suas interpretações.
Simples, mas directo o discurso de Barenboim.
ResponderEliminarLá, como cá, a Cultura é "atropelada".
Excepcional triologia, Paulo. Grandes declarações; Grande Barenboim e esplêndido Wagner.
ResponderEliminar"A morte da cultura é a morte de um país!"
Estupendo "post", Paulo. Gostei também especialmente da chamada de atenção para o pedido de Barenboim para que deixe de se colar Wagner ao nazismo.
ResponderEliminarGrande Barenboim. Isto sim, é de um verdadeiro homem de cultura. Quantas vezes um maestro deste calibre, em ocasiões destas (!), fala ao público? Um discurso simples, cuidado e com a constituição atrás (que fica sempre arrebatadoramente bem): muitíssimo bem.
ResponderEliminarTenho muita pena de não ter visto nem gravado no Mezzo! Mas, se for como o outro, dentro de dias estará na net. :-)
Diz muito bem Barenboim: na Itália, como no resto da Europa.
ResponderEliminarNão pude ver a transmissão na íntegra, mas cheguei a tempo do III acto. Valeu pela Brünnhilde de Nina Stemme.
Diz ele bem, Paulo, e dizem bem os outros protestantes: a riqueza da Europa, agora mais ainda, quando a produção de bens materiais se muda para o oriente, é a sua cultura.
ResponderEliminarBasta ver porque vêm até cá os chineses, os japoneses ou os americanos.
Paulo,
ResponderEliminarLá tinha de vir eu estragar este saudável uníssono de louvores...
1º. porque não depende de voluntarismos, do desejo de A ou B, que Wagner esteja conotado com o nazismo. Não vale a pena querer lavar a nódoa e reescrever a História. Temos de admirar Wagner assim como ele foi, anti-semita, pró-ariano,grande músico. Também os há que foram estalinistas, de uma forma ou de outra.
2º - Barenboim é tanto pior director de orquestra quanto mais recorre a pose, discursos e protagonismos. Que é um homem de causas, tudo bem; mas isso nada valoriza a mediocridade do maestro, tal como a do pianista (ui!). Não sei porque há esse "culto" a Barenboim, deve ter a ver pouco com música e muito com ser judeu, de esquerda, pró-palestiniano.
O que ele fez com Mozart e Brahms, por exemplo, não fica para a História: mau intérprete, frouxo, trivial ou pastelão, indiferente aos estudos musicológicos dos últimos anos, mas sempre com muita pose, pose, pose.
E como se justifica ter embarcado numa produção de tão mau gosto? Que horror!
Vá lá, venha a "porrada".
Não estraga nada, Mário. Apesar de eu, como o Barenboim, estar cansado de apanhar com o Hitler sempre que se fala de Wagner. Barenboim disse algumas coisas muito interessantes que transcrevo do El País e com as quais concordo plenamente:
ResponderEliminarNo pienso en absoluto, y lo digo sinceramente, que él hubiese podido imaginar lo que se produjo en Alemania en los años cuarenta.
Si Richard Wagner hubiera sido un hombre de inclinaciones políticas, no hubiera sido una persona de derechas.
En todo caso hubiera sido un anarquista opuesto a las convenciones sociales que impiden al hombre ser liberado.
Ou seja, penso que é um enorme abuso associar Wagner ao nazismo pelo facto de Hitler gostar dele. Hitler também gostava de Beethoven e provavelmente ouvia na 5ª e na 9ª a exaltação dos valores nacionalistas e arianos.
As qualidades do músico, obviamente dissociáveis das suas qualidades humanas, são um assunto mais subjectivo. Nem sempre fico fascinado com as suas interpretações.