Em 1976, na produção de Patrice Chéreau para a comemoração do centenário d'O Anel do Nibelungo, em Bayreuth, coube a Peter Hofmann o papel de Siegmund (em "Die Walküre"). Ainda em Bayreuth interpretou Parsifal, Lohengrin e Tristan, mas a sua carreira de tenor heróico não seria longa. Nos anos 1980/90, Peter Hofmann passou por vários géneros mais ligeiros, incluindo o rock e o teatro musical, e terminou oficialmente a carreira em 2004.
Os últimos anos da sua vida foram acompanhados pela doença de Parkinson, pela pobreza e pelas pensões sociais (segundo um artigo em Der Tagesspiegel de 2006). Faleceu na noite passada.
A tal gravação das Valkírias conta com uma óptima prestação deste cantor... mas ser um bom tenor cantando Wagner não basta para encher o "sapatinho".
ResponderEliminarEste tenor eu vi-o no Parsifal e é ele também quem o canta no meu cd Decca dirigido pela Decca. Foi o primeiro cantor que eu conheci com esta figura de movie star moderna, assim como hoje o também alemão Peter Kaufmann. Triste fim deste cantor. Um dos meus Navio Fantasma, o do Karajan, também é com ele, assim como um Lohengrin, em dvd, do Met, onde está bastante fraquinho. No fundo tinha um timbre bonito, mas a boa figura contava também.
ResponderEliminarPlácido,
ResponderEliminarTalvez o problema de Peter Hofmann tenha sido tanta coisa tão cedo. Começou a cantar Siegmund e Parsifal com trinta e poucos anos e veio logo o Lohengrin, o Tristão e o rock. Terá sido demasiado para as suas capacidades.
Raul,
Soube hoje que ele tinha cantado o Parsifal em Lisboa no início dos anos 80. Se quiser contar mais sobre essas récitas, fico-lhe grato. Concordo consigo quanto ao timbre e à figura, ideal para os papéis que interpretou. E além da boa figura, cenicamente era muito bom, como se vê n'A Valquíria de Chéreau.
Nada nem ninguém é eterno, mas custa ver até onde pode descer, muitas vezes sem culpa própria, a valoração do ser humano.
ResponderEliminarAcrescentando:
ResponderEliminarPeter Hoffmann quando actuava com a sua bela voz de helden tenor e a sua bela figura de loiro nórdico correspondia 100% e como nenhum outro tenor, ao tenor idealizado das óperas wagnerianas.
No próximo início de outono, cá por cima passa toda a tetra: entre as páginas 62 e 67 do catálogo - fim-de-semana de ouro (16 a 18 de Setembro)!
ResponderEliminarAbraço saudoso...
Obrigado por deixares aqui essa informação, Ophiuchus. Já tinha reparado nesse projecto, cuja ideia à partida não me agrada. Roubam-lhe umas seis horas de música, roubam músicos à orquestra e dizem, por outras palavras, que assim podem optar por cantores sem voz. E o Senhor Vick está metido no assunto.
ResponderEliminarPaulo,
ResponderEliminarEu mandei um comentário sobre a récita a que assisti em Lisboa com o P.H. em resposta ao que me pediu. Ela foi colocada entre as duas que enviei.
Raul,
ResponderEliminarEstranhei aquele acrescentando, contudo não chegou cá mais nada. Possivelmente o seu outro comentário foi engolido pelo caminho. De qualquer modo, se estiver disposto a voltar a contar a sua história, disponha e eu agradeço.