É um documentário excelente e imperdível para quem se interessa por estas coisas da música, dos cantores e das suas relações com o poder.
Max Lorenz foi um ídolo de Hitler e de Bayreuth até quase cair em desgraça por ter ousado casar com uma mulher judia e por ter sido apanhado em flagrante com outro homem. Foi a influência de Winifred (viúva de Siegfried Wagner), que na época dirigia o Festival de Bayreuth, que levou o Führer a permitir que Lorenz continuasse a cantar no Festspielhaus. Winifred, nora de Richard Wagner, terá dito a Hitler que sem Max Lorenz o Festival não se fazia.
A sua insistência em aparecer em público acompanhado pela mulher era vista pelos nazis como uma provocação e foi graças à intervenção de Göring que ela e a mãe não foram levadas pela SS. Max Lorenz, gozando de um estatuto privilegiado, protegido de Göring, terá também impedido que vários amigos judeus fossem perseguidos.
Obrigado por este interessante e informativo trecho, com muitos factos que desconhecia.. Tenho que voltar, com tempo, para poder apreciá-lo na íntegra.
ResponderEliminarCaro FanaticoUm,
ResponderEliminarSão cerca de cinquenta e três minutos de verdadeiro tenor heróico. Penso que valem bem a pena.
Obrigado, Paulo, por este serão (aqui está um homem de boa "raça"!) e pelas lições continuadas!
ResponderEliminarParabéns por continuares!
É curioso notar que, Lorenz, um dos mais celebrados tenores heróicos das décadas de 30 e 40, compõe um peculiaríssimo Siegmund aquando do seu regresso de cariz emergente a Bayreuth em 1954, baseando a sua leitura num relativamente eficaz "sprechgesang".
ResponderEliminarMuito, bom, Valkirio. Já tinha visto, mas é sempre impressionante ouvir falar destas ligações entre arte e poder. Obrigada!
ResponderEliminarHugo,
ResponderEliminarJá tive oportunidade de ouvir esse Siegmund e, confesso, tive algumas dificuldades em relação ao fraseado.
Obrigado Paulo por partilhares este belissimo documentário.
ResponderEliminarEste documentário é um tesouro. Pois além de compartilharmos os comentários de Dietrich Fischer-Diskau, Hilde Zadek, Waldemar Kmentt e Rene Kollo, temos oportunidade de por sgundos ouvir Frida Leider e ver o testemunho de Winifried Wagner.
ResponderEliminarQuanto à voz e à perfeição do tenor wagneriano quem sou eu para contrariar a opinião do Diskau que o considera o melhor de todos e sem rival hoje em dia. No toca ao hoje em dia é totalmente óbvio, mas no passado não posso esquecer-me de Lauritz Melchior que tinha todas as qualidades de Maz Lorenz e com um timbre um dos timbres mais lindo do mundo. Talvez isto seja um "pecado".
Eu tenho o divino Max Lorenz no Siegfried do Crepúsculo do Scala contracenando com a Brunilde da Flagstad, e o Herodes e o Aegistus straussianos, tendo sempre protagonista Inge Borgk
Também acho que as imagens de Frida Leider e Max Lorenz em Bayreuth são preciosas, tal como o testemunho de Winifred.
ResponderEliminarO facto de Melchior não ser mencionado não deixa de ser estranho, já que ambos rivalizavam nos papéis de Siegfried e de Tristão. Por outro lado, o que estava aqui em causa era o esclarecimento sobre as relações de Lorenz com o poder, já que durante muito tempo ele foi visto (e continuará a ser?) como um cantor do regime - um regime que contudo afrontou corajosamente.