26.2.08

Ruídos



Nos programas de recitais do Wigmore Hall, lia-se um pedido ao público para não virar as páginas antes de a canção e o acompanhamento terem terminado. Não havendo lugar a preocupação com outro género de ruídos, o manuseamento da folha de papel poderia causar o único som incómodo na sala de concertos.

"Els estossecs i altres sorolls poden desconcentrar els intèrprets i molestar la resta de públic. Un mocador atenua la intensitat d'una simple tos."
Estas frases encontram-se nos programas do Gran Teatre del Liceu, em Barcelona, como mostrou o Quim, e significam: "as tosses e outros ruídos podem desconcentrar os intérpretes e incomodar o restante público. Um lenço atenua a intensidade de uma simples tosse".

A CigarraJazz chamou a atenção para o facto de Angela Hewitt se ter queixado das terríveis tosses, no seu site oficial, após os recitais de Bach em Fevereiro na Gulbenkian. Segundo ela, muitas dessas tosses vêm da falta de concentração do público e, quando alguém gritou "parem de tossir para podermos ouvir a música", o ruído abrandou consideravelmente.

6 comentários:

  1. A mí me parece muy bien que se haga hincapié en la necesidad de silencio en los conciertos. Por aquí se ve (se oye) de todo... envoltorios de caramelos, toses, charlas, teléfonos móviles (el año pasado, hasta tres seguidos en un concierto de tiorba). Cuando uno está tocando o escuchando tiene una especial sensibilidad, todo se amplifica, y es muy molesto tener todos esos ruidos de fondo. Un saludo.

    ResponderEliminar
  2. Não há paciência para as tosses entre os andamentos das peças... e lembro-me de ter estado num curso dado pelo Jorge Moyano, que dizia que o ruído que mais o incomoda quando toca é o papel de rebuçado (a ser desembrulhado lentamente, muito lentamente...) ;)

    Saudações, Moura Aveirense

    ResponderEliminar
  3. Anónimo27.2.08

    já agora, deixo aqui o meu singelo contributo para a questíuncula do ruído do espectador português: são raras as vezes que consigo filmar sem que papéis, plásticos ou outros elementos adjacentes do género humano se manifestem e quanto às tosses, o mínimo que posso afirmar é que se trata de uma pandemia efectiva que a nossa púbere populaça revela sempre que senta a real num estofo intraparedes. Seria preocupante, senão fosse insuportável. É que muitas vezes chega a ser um coro simetricamente distribuido pela sala, ininterruptamente. É um fartote, esta gente.

    josé "murnau"

    ResponderEliminar
  4. Bem, se viessem a alguns concertos pelos meus lados... abrem-se e fecham-se portas (sem qualquer cuidado, claro) arrastam-se cadeiras, e põem-se as novidades em dia, mais ou menos em surdina. E não adianta olhar com ar furioso ou mudar ostensivamente de lugar, como já tentei fazer, as pessoas vão aos concertos para dizer que foram, para serem vistas, sei lá, certamente não para ouvir música.

    Uma coisa boa é que as atitudes têm vindo a melhorar nos últimos anos. Talvez nos estejamos a tornar mais 'civilizados' (???)
    :)

    ResponderEliminar
  5. Engraçado.. pensava que era só eu que entrava em estado quase de fúria com as tosses persistentes durante os espectáculos de música.
    Qualquer ruído me perturba imenso quando estou atenta a um espectáculo.
    Mas o que mais me desconcerta é que também não suporto ouvir o deslizar dos pés quando vejo um expectáculo de ballet. É estúpido uma vez que eles não se movimentam a planar. Para evitar essa minha desconcertação/irritação já tento ficar nos lugares mais afastados para não me sentir tão perturbada. Manias...

    ResponderEliminar
  6. Seria bom que a Jardineira tivesse razão, mas não estou assim tão esperançoso.

    Parece-me que os coros que nos proporcionam aquela estereofonia que menciona o José estão cada vez mais bem instalados.

    ResponderEliminar