Tamara de Lempicka, Auto-retrato com Bugatti verde (1925)
Será que alguém já entendeu o porquê da insistência no encerramento da Praça do Comércio ao trânsito todos os domingos? O Cais das Colunas ainda não está pronto — as obras devem continuar até Dezembro — e não há lá nada que seja chamariz para os lisboetas, que os empurre para um passeio agradável, ali, à beira-Tejo, nas tardes que são alternadamente de sol abrasador ou de ventania tempestuosa. Os automóveis colam-se uns aos outros nas ruas que se dirigem para o Terreiro do Paço e torna-se mais difícil atravessar a Baixa, entre o Cais do Sodré e Santa Apolónia, que numa sexta-feira em hora-de-ponta. Às quatro da tarde a praça está às pombas e os seis ou sete humanos que por lá passam vão abrigados sob as arcadas. A rua entre a praça e o Tejo não convida, nem há carros nem há gente, e as ruas da Baixa engarrafam-se enquanto o ar é aquecido pelos tubos de escape. Ao menos que fossem de Donas Elviras, como estas que estavam ontem em Cascais.
Que lindas, Paulo!
ResponderEliminarPensei, ao ver o título, que fosse um post Mozarteano :-)
Primeiro que encerrar o trânsito aos domingos na Praça do Comércio, há que lhe "infiltrar" algo, lúdico e apelativo, que o justifique, o que não me parece o caso.
ResponderEliminarQuanto aos Donas Elviras, sempre me fascinaram, mesmo alguns modelos doas anos 40/50, muito bem conservados e orgulhosamente mostrados; são lindos! Faz-me recordar uma visita que fiz há tempos ao Museu do Caramulo e que me encantou...
Abraço.
Pobre Donna Elvira, Gi. Só em Espanha já são mil e três.
ResponderEliminarPinguim, essa colecção do Caramulo é muito interessante. Além dos automóveis antigos, deparamo-nos em plena serra com Picasso e Dali.
ResponderEliminarAs políticas de mobilidade das câmaras municipais muitas vezes sofrem de falta de integração...
ResponderEliminarUma boa semana, Moura Aveirense
Também quero um! :)
ResponderEliminarObrigado, Moura. Uma boa semana para si também. (E já agora, podemos juntar o bom senso às faltas de que sofrem as câmaras municipais.)
ResponderEliminarJardineira, estou na fila.
Ainda tenho numa parede uma certa reprodução da obra...Upps! Se calhar não é para dizer. Mas, segundo os chineses, agora tão em voga, quanto melhor a imitação mais aplausos o artista merece...
ResponderEliminarbjs.
P.s. Quanto aos donas Elviras, ficam sempre bem, ao vivo ou em foto.
Tenho estado a ouvir o teu Podcast. Ajuda-me a centrar o pensamento. É tudo muito bom. Obrigada!
ResponderEliminaras únicas donas dignas da designação tributária, num país de donas e senhoras donas.
ResponderEliminarjosé
Cigarra, upps!
ResponderEliminarVerdadeiras damas, José.
ResponderEliminarAs Elviras dispenso que não sou dado a máquinas.Jácom a falta de imaginação fico mesmo mal disposto.Livrem-se de fazer da praça de comércio uma pracinha de comes e bebes com esplanadinhas de plástico.A praça é grande? Foi a opção da época.Está vazia? Pois era para ser passeada (ver e ser visto), numa altura em que não havia avenidas.Acham que os portugueses não vão para lá? Azar! Os portugueses preferem passear a família para os centros comerciais aos fins de semana.A praça será sempre aquilo que lá está.A única maneira de fazer com que as pessoas a percorram é pelas arcadas.Com muitas coisas ao nível do rés do chão que as motive a lá ir.
ResponderEliminarJá agora, a praça do comércio tem pouca gente e não é mais que o reflexo da desertificação de toda a baixa.Chama-se a isso falta de ordenamento ou a vitória dos interesses privados sobre os interesses da cidade e da sua população.
Exactamente, Miguel. Dói a alma quando enchem a praça de tralha, árvores-de-Natal metálicas gigantes, tendas de vendas e palcos manhosos. Mas mantenho a minha questão: Que sentido faz cortar o trânsito na Praça do Comércio se ninguém vai lá passear, pelo menos enquanto não sair de lá o estaleiro do Cais das Colunas?
ResponderEliminarPara quê produzir tantos engarrafamentos nas ruas da Baixa se ninguém consegue chegar ao rio?