A rainha Santa Isabel era sobrinha-neta de uma outra santa que também transformou pão em rosas: Isabel (Elisabete) da Hungria, ou da Turíngia. O pai da nossa rainha, Pedro III de Aragão, era filho de Jaime I de Aragão e de Violante da Hungria, irmã da santa que vem hoje ao caso.
Na ópera "Tannhäuser", de Richard Wagner, a personagem de Elisabeth é inspirada na jovem princesa húngara, que foi levada aos quatro anos de idade para a corte da Turíngia para casar com o filho do Landgraf (título correspondente a "conde" no Sacro Império Romano-Germânico). Elisabete enviuvou cedo e recusou todos os pretendentes que se propuseram casar com ela. Morreu com vinte e quatro anos e foi canonizada em 1235.
Na ópera "Tannhäuser", de Richard Wagner, a personagem de Elisabeth é inspirada na jovem princesa húngara, que foi levada aos quatro anos de idade para a corte da Turíngia para casar com o filho do Landgraf (título correspondente a "conde" no Sacro Império Romano-Germânico). Elisabete enviuvou cedo e recusou todos os pretendentes que se propuseram casar com ela. Morreu com vinte e quatro anos e foi canonizada em 1235.
O Torneio dos Cantores em Wartburg, de Joseph Aigner
(Schloss Neuschwanstein)
(Schloss Neuschwanstein)
Diz a lenda que o Landgraf Hermann promoveu no castelo de Wartburg, por inícios do séc. XIII, um grande torneio de menestréis: o "Sängerkrieg". Na ópera, o Landgraf é tio de Elisabeth. Com liberdades poéticas, Wagner convidou também Tannhäuser para se juntar aos trovadores que participaram nesse festival da canção. Na versão wagneriana, bem diferente dos factos históricos, Tannhäuser decide deixar os amores carnais de Vénus e é convencido pelos amigos a entrar na competição: Elisabeth ama-o. Começa o II acto e ela saúda a sala onde terá lugar o concurso, feliz por saber que Tannhäuser está de volta.
Gundula Janowitz: Dich, teure Halle
(link-vaimusic)
Elisabeth:
Dich, teure Halle, grüß' ich wieder,
froh grüß' ich dich, geliebter Raum!
In dir erwachen seine Lieder,
und wecken mich aus düstrem Traum.
Da er aus dir geschieden,
wie öd' erschienst du mir!
Aus mir entfloh der Frieden,
die Freude zog aus dir.
Wie jetzt mein Busen hoch sich hebet,
so scheinst du jetzt mir stolz und hehr;
der dich und mich so neu belebet,
nicht länger weilt er ferne mehr.
Sei mir gegrüßt! sei mir gegrüßt!
O que eu aprendo contigo desde a História até à música...
ResponderEliminarSai-se de uma visita a este blog, sempre mais rico.
Abraço.
Das óperas que já ouvi de Wagner, Tannhäuser é aquela de que realmente gosto.
ResponderEliminarNão tinha nunca associado a Elisabeth Wagneriana à tia da nossa Rainha Isabel, embora soubesse, mas não há muito tempo, da existência de tal tia e do seu milagre. Interessante!
Obrigado, Pinguim.
ResponderEliminarEu também vou aprendendo umas coisas enquanto ando entretido por aqui.
Gi,
ResponderEliminar"Tannhäuser" é das óperas de Wagner mais fáceis de gostar. Tem um toque de "grand'opéra", uma grande abertura, árias muito bonitas e o coro dos peregrinos é magnífico. Musicalmente, Wagner ainda não tinha dado o grande passo. Isso aconteceu com o acorde de Tristão, que revolucionou toda a música que foi composta a seguir, inclusivamente a parte final da Tetralogia. Se for ver "Siegfried", notará que a composição corresponde a essa fase mais madura do compositor, muito longe do I acto d'"A Valquíria", que nos deixa maravilhados e sem fôlego. Essa maturidade requer de nós também um esforço suplementar, pois não se ouve "Siegfried" com os mesmos ouvidos que pomos para "A Traviata". Espero que vá ver e que ouça em casa uma boa gravação. A tarefa pode ser árdua no início, mas a recompensa é enorme.
Quanto a Santa Isabel, nada há na versão de Wagner que corresponda à verdade histórica. No final da ópera, quando Elisabeth morre, oferecendo a "redenção pelo amor" a Tannhäuser, é ele que a declara santa e há notícia de que o bastão que ele tinha levado em peregrinação a Roma reverdeceu - uma alusão aos milagres de Santa Isabel.
Paulo, eu percebi, ao ler o seu post, onde estava o "milagre".
ResponderEliminarJulgo que a primeira ópera de Wagner que vi, e uma das primeiras da minha vida, foi precisamente Siegfried, no Coliseu. Mas já foi há tanto tempo que não tenho a certeza.
Gostaria de rever agora, mas espero alguns comentários para perceber se devo ;-)
Gi, não me lembro de que tenha havido "Siegfried" em Portugal nos últimos vinte anos. Nos finais dos anos 1980, "A Valquíria" do São Carlos repetiu no Coliseu. Nessa altura não se fez a Tetralogia completa, mas apenas "A Valquíria". Dessa lembro-me muito bem.
ResponderEliminarSe viu as duas óperas anteriores já sabe o que podemos esperar em matéria de encenação. Os papéis de Brünnhilde, Alberich e Erda mantém-se nos mesmos cantores. O maestro já é nosso conhecido e o "Pássaro da Floresta" também...
Não foi o Siegfried, paulo, foi a Valquíria, mas já foi há mais de vinte anos...
ResponderEliminarEsta senhora tem uma voz linda, não me lembro de a ter ouvido, ou reparado nela, antes de a ouvir no teu blog.
ResponderEliminarSempre tive a impressão de Wagner como um sacana arrogante que por alguma razão toda a gente adorava, talvez influenciada por um filme que vi em miúda. Bem, suponho que compreendes essa razão :) (em termos musicais)
Mas agora li a informação que linkaste sobre a santa e a história da ópera e fiquei a pensar que essa impressão não corresponde muito ao tema que o inspirou, nem à ideia que tinha das outras óperas dele (nunca vi nenhuma)
Jardineira,
ResponderEliminartalvez ele não fosse flor que se cheirasse. Devia cometer, entre muitos outros, os pecados da arrogância e da vaidade. Esses são por mim facilmente perdoados, quando o génio o exige. Depois de separarmos as águas, fica a música.
E por falar nos dualismos(?) do sr Wagner, e esta ein? :)
ResponderEliminarPois é. A nudez está a ganhar terreno nos palcos de ópera. Curiosamente são os barítonos quem mais expõe o corpo, o que não é de admirar. Actualmente há uma série de bons barítonos que podem mostrar o tronco em público. No caso das cantoras é mais difícil. Karita Mattila é um caso raro. Tem uma presença muito bonita e a voz a condizer. E que a Salomé tire os sete véus e fique em pelo perante Herodes para obter a cabeça de João Baptista não é uma grande invenção. É mesmo lógico e desejável que isso aconteça. Mas haja bom senso! Não se exija aos cantores que se dispam por dá cá aquela palha. E, sobretudo, não se escolham os cantores só porque são bonitos e não se importam de tirar a roupa.
ResponderEliminar