Ivo Pogorelich estará amanhã (4 de Maio) na Gulbenkian e no dia 6 de Maio na Casa da Música. O recital em Lisboa encontra-se esgotado mas ainda há alguns bilhetes disponíveis para o do Porto. Podemos escutar interpretações suas de Liszt, Bach e Chopin no seu espaço.
(O Grande Auditório de 2 de Maio também passa Pogorelich.)
(O Grande Auditório de 2 de Maio também passa Pogorelich.)
Foi bom?
ResponderEliminarEu não gostei e aconteceu uma coisa que ainda ninguém me explicou. O recital começou com a op. 111 de Beethoven, tocada num piano que rangia de uma forma AUDÍVEL e que parecia desafinado. Talvez isto tenha sido um factor de desconcentração, pelo que os tempos saíram desequilibrados e as variações "jazzísticas" pareceram-me arrastadas e sem o ritmo "charleston" que elas exigem.
ResponderEliminarNa segunda parte foi colocado o outro piano (o "bom", que estava aparentemente de reserva a um canto do palco) e Brahms soou muito bem. Na sonata nº 2 de Rachmaninov senti uma violência desnecessária e uma demonstração de virilidade descabida. O ataque ao piano fazia crer que Pogorelich acabaria por o destruir. Um recital para esquecer, que me fez sentir muitas saudades do lirismo e das explosões de loucura electrizantes no Rach 3 de Volodos.
Em resumo: um grande pianista, com muitos altos e muitos baixos. Em Lisboa esteve definitivamente em baixa.
com o devido respeito: "Brahms soou muito bem" ?
ResponderEliminarCom aquele tempo? como é possível?
O som do pianista é bom, sem dúvida, mas com aquele tempo lentíssimo o Brahms perdeu qualquer sentido !
Cumprimentos
Caro Pianoman. Respeito a sua opinião mas, para mim, Brahms foi o melhor momento daquele recital (destruido logo no início pelas razões que apresentei acima); não pela interpretação de Pogorelich, mas pela sonoridade que ele extraiu do piano. Daí eu ter dito que Brahms soou muito bem.
ResponderEliminarJá agora, gostava de saber o que achou de Beethoven e de Rachmaninov.
Cumprimentos.
Pelos vistos temos a mesma opinião quanto ao Brahms. Posso não ter explicado muito bem, mas realmente o som de Pogorelich é qualquer coisa do outro mundo. Tudo controlado e uma gradação de ppp até p que poucos conseguem fazer eficazmente (outro que me lembro de repente é Radu Lupu).
ResponderEliminarA abordagem estilística dele no Brahms é que não vai de encontro à minha. E eu que, em geral, até gosto de tempos relativamente lentos, mas o dele foi um abuso !
Cada frase perdia completamente o sentido assim.
Já na Op.111 achei aceitável o tempo escolhido no 1º andamento e na Arietta (um dos meus andamentos preferidos) achei que cumpriu a função principal: dar uma sensação de tranquilidade, de inevitabilidade, de melancolia. É um dos andamentos que para mim nunca é lento demais. Com um som cuidado, claro (que foi o caso). A questão do piano realmente desconcentrava um pouco, mas para quem costuma ir à Gulbenkian os ruídos do piano é o menos...
Do Rachmaninoff (obra que não conheço bem em nenhuma das suas versões) não tenho nada de bom ou mau a dizer, a não ser que havia uma ou duas notas que estavam extremamente desafinadas (o si bemol era impossível de se ouvir) e isso sim, incomodou-me bastante. Mais do que o ranger da 1ª parte.
Pelo que ouvi o afinador falar ele nem experimentou o piano da 1ª parte antes. Apenas experimentou o da 2ª, mas mandou afinar os dois.
O Balakirev foi genial, não?
P.S.:Se quiser alguma gravação do concerto em Lisboa eu posso arranjar (não sei as condições em que está, pois não está ainda editada e foi gravada do público, portanto...deve ter muitas "tosses")
Caro Pianoman, vejo que estamos em desacordo. Pogorelich é dono de uma excelente técnica e demonstrou-o, mas a nível interpretativo deixou-me muito desapontado.
ResponderEliminarAchei que faltou subtileza e ritmo à op. 111. Desculpe insistir no ruído do piano, que se tornou insuportável, desconcertante para o público e, possivelmente, um factor de desconcentração para o pianista. Disse que ele não o experimentou, o que me parece inadmissível. Deveria ter-se recusado a tocar uma obra como a op. 111 naquelas condições (aliás, qualquer obra).
Quanto ao Rachmaninov, penso que foi o ataque sempre em fortissimo e, também, sem subtileza e sensibilidade, aliado a algumas desatenções, que fez com que as notas saissem "desafinadas" (talvez mesmo ao lado).
O Balakirev foi, para mim, igualmente cansativo e sem graciosidade. É suposto ter vontade de dançar ao ritmo das danças orientais. Não tive. A peça veio toda num bloco, quando se lhe pedem nuances.
Fico muito grato se conseguir a tal gravação. Gostaria de ouvir o recital uma segunda vez, independentemente das tosses. Já estamos habituados. Talvez, numa segunda apreciação e sem a irritação que tive naquele dia, tudo me pareça diferente.
Obrigado pelos seus comentários.
OK. Quando tiver um tempinho irei editar a gravação e porei aqui um link para a ir buscar.
ResponderEliminarNão tem que agradecer os comentários. Eu é que lhe dou os parabéns pelo interessante blogue.
já agora...um pequeno pormenor que me lembrei. A secção dos trilos e melodia em simultâneo da Arietta não foi lá grande coisa...
ResponderEliminarcom tanta facilidade técnica (que a tem) e não faz os trilos de maneira a não serem interrompidos sempre que há uma nota da melodia? não é vulgar isto acontecer num pianista deste nível.
Obrigado, Pianoman. E fico a aguardar o link.
ResponderEliminarEsta sua observação parece-me, de certo modo, corroborar o que eu tinha dito sobre a interpretação "insatisfatória" da op.111.
P.S. Obrigado, mais uma vez, por ter comentado. Já viu que, caso não o tivesse feito, estaria aqui o Pogorelich já muito sossegado e esquecido?
Ora bem...
ResponderEliminarentão aqui fica o LINK
para os ficheiros do concerto.
(http://www.sendspace.com/file/fgxkt7)
Cumprimentos
Obrigado, Pianoman. Já cá está. Mais logo escutarei com atenção.
ResponderEliminarObrigado, Pianoman. Foi bom ouvir o recital novamente.
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