tendo a concordar com o Paulo no que se reporta ao Lohengrin de Kaufmann uma vez que, vocalmente, é uma prestação notabilíssima. Não que, em termos dramáticos, a sua abordagem não me tenha convencido. Muito pelo contrário.
A voz não está em questão, mas o modo como a usa adequando-a ao momento eu não aprecio e, muito especialmente a linha de canto que acho desigual. Provavelmente interpretará de outra maneira noutra representação, porque tem tudo para ser muito e muito bom.
Percebo-o perfeitamente, caro Raul. Uma espécie de "micro-managing" vocal em detrimento de uma leitura consentânea com o "arco" dramático formado pela narrativa.
Caro Hugo, É isso mesmo. Se bem que ele não esteja preocupado, por causa da dita interpretação segmentária, há uma coisa que nunca pode ser posta em causa numa interpretação: a sintaxe do canto. Estou a pensar no grande maestro Gavazzenni quando ele falava da genealidade da sintaxe callaciana e que a diferenciava a Callas dos outros cantores.
Paulo, Ainda espreitei o Lohengrin, pois estava com amigos que tb queriam ouvir Kaufmann. Mas do pouco que aguentei...que te posso eu dizer? Odiei a encenação, os figurinos...desde aparecer a cama dos nubentes e à sua volta fazer-se uma "coreografia" com os lençóis, a bercinhos de bebés, roupinhas, que pareciam ter sido adquiridas numa qualquer H&M.. Bom, e havia ruído e demasida movimentação, que mais parecia apostada em tudo fazer para nos distrair do essencial...anulando o Mito e o seu Misticismo, desaparecendo a Magia...assim não há linha de canto que aguente, o discurso interpretativo é interrompido com a obrigação do cantor ter de fazer coisas a mais e demasiadamente prosaicas, pondo logo em causa a atenção do mesmo e do público, não dando lugar à Excelência...desisti... E esta, Paulo?
Vê e logo partilharemos a nossas visões... Claro que a excelência da vocalidade de Kaufmann não se põe, mas gostaria de o ouvir numa encenação mais clássica, bem, tenho a certeza que seria outra a conversa que aqui estaríamos a ter..
Glória, Por este andar, tão depressa não conseguirei ver. Mas pelos excertos que conheço, acho que estás cheia de razão. Desististe de ouvir o Kaufmann? É obra!
Bem, eu estava com amigos, e noutra onda, quando alguém me informou que estava a dar, fomos logo todos contentes ver um pouco e apanhei com aquilo... mas vou tentar apanhar alguma repetição... O Kaufmann, estava, vocalmente igual a si mesmo, mas havia qualquer coisa de tensão que só pode ter a ver com a horrenda encenação, aquilo contemporizado, não acrescenta nada à leitura da Obra e era pobre, ABURGUESADA, não aquele PROPOSITADO ABURGUESAMENTO do Chéreau na Tetralogia, entendes? VÊ e depois falamos...
Obrigada, Valquirio, vou gravar! Ainda bem que partilhou esta notícia!
ResponderEliminarJá está programado para gravar na box ;)
ResponderEliminarMaravilhoso no Parsifal e desigual no Lohengrin. Nem parece dele. Há que ouvir a perfeição para melhorar: Lauritz Melchior.
ResponderEliminarEu não pude ver. Espero apanhar uma repetição um dia destes.
ResponderEliminarMas, Raul, não sei até que ponto o encenador terá, ou não, culpas no cartório.
Uma coisa é certa, Raul. No excerto de "Parsifal", ele está glorioso.
ResponderEliminarMas é o que disse: maravilhoso no Parsifal.
ResponderEliminarRaul,
ResponderEliminarPenso que no excerto de "Lohengrin" o problema está mais na interpretação, pouco usual, que na voz. Não sei se concordará comigo.
Caro Raul,
ResponderEliminartendo a concordar com o Paulo no que se reporta ao Lohengrin de Kaufmann uma vez que, vocalmente, é uma prestação notabilíssima. Não que, em termos dramáticos, a sua abordagem não me tenha convencido. Muito pelo contrário.
A voz não está em questão, mas o modo como a usa adequando-a ao momento eu não aprecio e, muito especialmente a linha de canto que acho desigual. Provavelmente interpretará de outra maneira noutra representação, porque tem tudo para ser muito e muito bom.
ResponderEliminarPercebo-o perfeitamente, caro Raul. Uma espécie de "micro-managing" vocal em detrimento de uma leitura consentânea com o "arco" dramático formado pela narrativa.
ResponderEliminarAhh! Too late!
ResponderEliminarQuando será a repetição?
Dia 21 - 11h45
ResponderEliminarDia 26 - 15h30
Acabadinho de cuscar no sítio, Gi, e já na hora portuguesa.
Caro Hugo,
ResponderEliminarÉ isso mesmo. Se bem que ele não esteja preocupado, por causa da dita interpretação segmentária, há uma coisa que nunca pode ser posta em causa numa interpretação: a sintaxe do canto. Estou a pensar no grande maestro Gavazzenni quando ele falava da genealidade da sintaxe callaciana e que a diferenciava a Callas dos outros cantores.
Paulo,
ResponderEliminarAinda espreitei o Lohengrin, pois estava com amigos que tb queriam ouvir Kaufmann.
Mas do pouco que aguentei...que te posso eu dizer?
Odiei a encenação, os figurinos...desde aparecer a cama dos nubentes e à sua volta fazer-se uma "coreografia" com os lençóis, a bercinhos de bebés, roupinhas, que pareciam ter sido adquiridas numa qualquer H&M..
Bom, e havia ruído e demasida movimentação, que mais parecia apostada em tudo fazer para nos distrair do essencial...anulando o Mito e o seu Misticismo, desaparecendo a Magia...assim não há linha de canto que aguente, o discurso interpretativo é interrompido com a obrigação do cantor ter de fazer coisas a mais e demasiadamente prosaicas, pondo logo em causa a atenção do mesmo e do público, não dando lugar à Excelência...desisti...
E esta, Paulo?
Vê e logo partilharemos a nossas visões...
Claro que a excelência da vocalidade de Kaufmann não se põe, mas gostaria de o ouvir numa encenação mais clássica, bem, tenho a certeza que seria outra a conversa que aqui estaríamos a ter..
Glória
Glória,
ResponderEliminarPor este andar, tão depressa não conseguirei ver. Mas pelos excertos que conheço, acho que estás cheia de razão. Desististe de ouvir o Kaufmann? É obra!
Bem, eu estava com amigos, e noutra onda, quando alguém me informou que estava a dar, fomos logo todos contentes ver um pouco e apanhei com aquilo... mas vou tentar apanhar alguma repetição...
ResponderEliminarO Kaufmann, estava, vocalmente igual a si mesmo, mas havia qualquer coisa de tensão que só pode ter a ver com a horrenda encenação, aquilo contemporizado, não acrescenta nada à leitura da Obra e era pobre, ABURGUESADA, não aquele PROPOSITADO ABURGUESAMENTO do Chéreau na Tetralogia, entendes?
VÊ e depois falamos...
Glória
Entendi perfeitamente.
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