"Così fan tutte" estreia hoje no Teatro de São Carlos. A temporada, como se sabe, empobreceu devido aos célebres cortes orçamentais, com cancelamentos e adiamentos, estando anunciada, porém, uma nova produção de "La Rondine" com "custos moderados".
Dá-se o caso de as coisas também não estarem a correr lá muito bem aos teatros por essa Europa fora. Em Copenhaga, os cortes no Teatro Real vão obrigar à redução de pessoal, segundo o Intermezzo. Em Itália, se excluirmos Milão, o panorama não é bonito. O Teatro Real de Madrid anunciou que provavelmente apresentará quatro óperas em versão de concerto na próxima temporada e em pior situação parece estar o Liceu de Barcelona, que estuda a hipótese de cancelar duas produções da temporada em curso.
A Europa está falida...
ResponderEliminarAssim parece, Pinguim.
ResponderEliminarmmmm, "a notícia da minha falência foi claramente exagerada" ;)
ResponderEliminarA temporada de Salzburg anuncia-se excelente, a de Lucerna mantém a excelência...
Nenhum lugar do mundo será, nestes próximos 10 anos, melhor do que a Europa para viver cultura: isso dos países emergentes é barrete. Cada vez mais me parece que esta guerrinha dólar VS euro vai sair mais cara aos EEUU que à Europa. Temos 10 países entre os 20 mais ricos (PIB per capita) do mundo (entre eles a Áustria), como é que estamos falidos?
O dólar americano é que anda a fazer tudo para que o mundo pense que o euro está falido. Amigos da onça. Tlvez lhes saia o tiro pela culatra.
Mário, o meu maior desejo é que tenha razão.
ResponderEliminarPois, Gi.
ResponderEliminarPois, Gi e Paulo.
ResponderEliminarClaro que vejo um quadro assim, e pergunto-me se a culpa também é do Sócrates, como de costume.
Não me digam que o franshisingaram?
;-)
(Também não me posso queixar. Só para dar um exemplo: em Berlim em Dezembro de 2011 houve quase cinquenta concertos diferentes de Cantatas de Natal do Bach. O difícil era escolher.)
Mas a Alemanha ainda tem ahahah, Helena. A França e a Áustria perderam a gargalhada ontem.
ResponderEliminarA pujança demonstrada por alguns dos mais significativos países emergentes não será, de todo, ilusória, conquanto ouse vaticinar uma implosão a médio-longo prazo.
ResponderEliminarO modelo de desenvolvimento que está a colocar TODO o mundo ocidental com um problema é comum a todo ele, Estados Unidos e Europa por igual. É óbvio para mim que os Estados Unidos e a Inglaterra procuram afundar o euro, os últimos pelo seguimento da sua secular politica externa de divisão da Europa os primeiros porque o facto do dólar ser a moeda de comercio internacional lhes dava uma vantagem económica/financeira que sentiram ameaçada. Porém este facto é apenas um pequeno fait-divers. Grave é o facto de ser impossível sustentar um modelo de crescimento perpetuo baseado no "ter material". Há um limite quanto mais não seja o limite daquilo que o planeta pode suportar. O modelo de crescimento que se seguiu à segunda guerra apenas foi possível porque existiram mercados para o sustentar. Agora que esses mercados desapareceram ... Pior ainda nos locais onde poderiam existir, isto é nos referidos países emergentes como a China o Ocidente deixou-se levar e embalado pela necessidade de sobrevivência e por regras de gestão sãs do ponto de vista imediato mas ruinosas a médio prazo deslocalizou a produção e ao fazê-lo sem se aperceber deslocou uma boa parte das mais-valias geradas. Ou seja o $ ficou nesses países, o Ocidente limita-se a comprar ... Nós portugueses sabemos perfeitamente onde isso leva porque já o fizemos pelo menos duas vezes no passado três vezes se contarmos esta. Ou seja não é apenas uma questão de moeda, é uma questão de modelo e da realidade simples que temos de reconsiderar seriamente as nossas medidas de sucesso e de progresso: e as duas coisas não são para ser consideradas em separado ...
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