Como não voltar ao assunto quando alguém disponibilizou, resta saber até quando, uma série de excertos d'A Valquíria de Robert Lepage? Quem não viu aproveite agora, antes que alguém se arrependa e apague estes bocadinhos para todo o sempre. Ficai à vontade e falai da máquina, se quiserdes.
27.5.11
Let´s look at the trailer
Hector Berlioz
LES TROYENS
Énée – Lance Ryan
Chorèbe – Gabriele Viviani
Panthée – Giorgio Giuseppini
Narbal – Stephen Milling
Iopas – Eric Cutler
Ascagne – Oksana Shilova
Cassandre – Elisabete Matos
Didon – Daniele Barcellona
Anna – Zlata Bulycheva
Valencia Regional Government Choir (Cor de la Generalitat Valenciana)
Valencian Community Orchestra (Orquestra de la Comunitat Valenciana)
Valery Gergiev, conductor
La Fura dels Baus, staging
Carlus Padrissa, stage director
Ronald Olbeter, stage designer
Peter van Praet, lighting designer
Chu Uroz, costume designer
Recorded live from the Palau de les Arts “Reina Sofia”, Valencia, Spain, 2009.
Bonus:
- The making of Les Troyens
26.5.11
Ministério da Cultura - Sim ou Não?
(imagem daqui) |
Se fosse cínico, e tendo em conta o descalabro dos últimos anos, diria que qualquer solução é indiferente. Mas esta é uma via perigosa. A extinção do Ministério da Cultura representaria uma enorme desconsideração simbólica a um sector de amplas perspectivas e que tão importante tem sido na imagem externa de Portugal. Cabe dizer ainda que o argumento do PSD não colhe. Não é por ser uma área transversal que a Cultura não deve ter ministério próprio. Que eu saiba, um sector como, por exemplo, o Ambiente também tem implicações transversais e não é por isso que deixa de ter o ministério próprio, e outros exemplos haverá.
O Ministério da Cultura tem é que ser inteiramente reestruturado, em função dos novos dados da situação financeira e económica do país. No presente quadro tão negro, não tenho dúvidas que qualquer que seja o governo que saia das próximas eleições, a Cultura não será uma prioridade. Mas não deverá, por isso, deixar de ser, antes pelo contrário, um eixo de orientação estratégica.
Augusto M. Seabra (no Público: Dez personalidades ligadas à cultura falam sobre a importância de um Ministério da Cultura)
25.5.11
As Novas Temporadas
A temporada da Gulbenkian para 2011/12 vai ser apresentada no próximo dia 30 de Maio, no Grande Auditório. Quem lá for terá direito a música.
O CCB já apresentou a sua, que pode ser consultada em PDF. Destaque, assim de repente, para a presença da coreógrafa Anne Teresa de Keersmaeker como artista associada, para os recitais de Sequeira Costa, Louis Lortie e Stephen Kovacevich e para os Dias da Música, desta vez dedicados à voz humana. Segundo Mega Ferreira (Público), "a melhor programação feita com os meios que temos".
- São Carlos, está alguém à escuta?
24.5.11
Estúdio de Ópera
O Foyer do Teatro de São Carlos estará Aberto nos dias 1, 8, 15 e 22 de Junho, sempre às 18h00, e com entrada livre. Oportunidade para ir conhecer novas vozes. Ah, Carlos Cardoso também estará lá.
23.5.11
Passeando em Lisboa
Andrew Richards |
A temporada do Teatro de São Carlos vai terminar com a Carmen de Rinat Shaham e o Don José de Andrew Richards, que já bloga em Lisboa.
17.5.11
Notícias
Está para sair em DVD e Blu-Ray, lá para o fim do mês de Maio, a ópera "Les Troyens", de Berlioz, filmada em Valência, com a encenação de Carlus Padrissa (La Fura dels Baus), a direcção musical de Valery Gergiev e a Cassandra de Elisabete Matos. Enquanto não chega cá, e com Elisabete no Chile preparada para mais uma "Tosca", podemos ir ouviendo alguns excertos da sua primeira Isolda.
16.5.11
Die Walküre at the Met - IV
O sempre generoso Joaquim actualizou o post e disponibilizou os enllaços para a descarga da gravação (áudio) d'A Valquíria do Met (o I acto já está aqui a cantar). A Morte de Siegmund (no final do II acto) foi assim:
2011/12 Live in HD Season
"Die Walküre" (cena final) |
No Sábado passado terminou a temporada de transmissões em directo do Met, com A Valquíria de Lepage, de que o Joaquim já deu conta. Em Lisboa, o grand finale terá lugar uma semana mais tarde, supõe-se que sem o atraso de cerca de quarenta e cinco minutos causado por uma caprichosa avaria no sistema informático da máquina.
Entretanto, o leitor Bosc d'Anjou teve a gentileza de nos informar sobre a próxima temporada Live in HD, ainda não anunciada pela Gulbenkian, mas que, tendo em conta o sucesso que esta tem tido, se espera ver incluída na programação de 2011/12.
Com a ressalva de algumas récitas poderem vir a ser transmitidas em diferido,
aqui vai para os leitores do Valkirio planearem desde já as suas vidas...
15/10/2011 Donizetti: Anna Bolena - Nova produção.29/10/2011 Mozart: Don Giovanni - Nova produção. Com Mariusz Kwiecien no papel do Don.5/11/2011 Wagner: Siegfried - Nova produção (Lepage).19/11/2011 Glass: Satyagraha.3/12/2011 Handel: Rodelinda (Renée Fleming no papel de R. mais Stephanie Blythe e Andreas Scholl).10/12/2011 Gounod: Faust - Nova produção já vista em Londres (com Jonas Kaufmann no papel de F.).21/1/2012 The Enchanted Island - Nova produção. Uma fantasia com música de Handel, Vivaldi, Rameau entre outros. O libreto é baseado em elementos da Tempestade e do Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare. David Daniels no papel de Prospero.11/2/2012 Wagner: Götterdämmerung - Nova produção, a malta do costume, James Levine.25/2/2012 Verdi: Ernani.7/4/2012 Massenet: Manon - Nova produção de Laurent Pelly, vinda da Royal Opera House.14/4/2012 Verdi: La Traviata. Natalie Dessay no papel de Violetta.Dos 11 espectáculos, 7 são novas produções. Felizmente ainda há alguns sectores que não ouviram falar de crise :-)
Bosc d'Anjou
Para mais detalhes, consulte a página do Met.
10.5.11
Noites de Verão
Há coisa de uma semana, Anne Sofie von Otter, que ontem aniversariou (parabéns, Anne Sofie!), cantou "Les Nuits d'Été" em Versalhes, com a Orchestre des Musiciens du Louvre e Marc Minkowski. A ouver.
2.5.11
Die Walküre at the Met - III - "A máquina"
O comentário que o leitor Bosc d'Anjou aqui deixou, e que muito agradeço, sugeriu-me algumas considerações em relação ao tema "encenadores".
Já li muitas críticas (e comentários em blogues) à nova produção d'A Valquíria. Algumas são positivas, outras antes pelo contrário. Como não a vi (e não poderei assistir à transmissão na Gulbenkian), pouco posso falar. Ouvi a récita de estreia em directo e fiquei muito bem impressionado com Jonas Kaufmann; Eva-Maria Westbroek estava doente mas creio que já estará bem e que será uma óptima Sieglinde, a avaliar pelo que conheço dela; Bryn Terfel deixou-me com emoções diversas; de Deborah Voigt não gostei; Stephanie Blythe e Hans-Peter König cumpriram muito bem. Note-se que me refiro a uma transmissão via rádio.
O problema das encenações modernas em geral, e desta em particular, é que muitas vezes não respeitam o libreto, a música e os cantores. O papel dos encenadores é fundamental, a menos que se assista a uma ópera em versão de concerto (que muitas vezes prefiro), para que dramaturgicamente tudo faça sentido. O cenário pode até estar vazio, desde que o encenador saiba como há-de trabalhar com os cantores de modo a que eles representem cenicamente os papéis que estão a cantar. Obrigá-los a desempenhar actividades circenses, como Padrissa fez em Valência, colocando o pobre Siegfried a cantar de pernas para o ar, parece-me pouco apropriado. Não acredito que um cantor se sinta confortável nessa posição. É aí que entra o bom senso, e por isso continuo a preferir sempre Patrice Chéreau, que valoriza acima de tudo o libreto e a música (ver o Anel de Bayreuth e o Tristão do Scala) e não os efeitos visuais de alta tecnologia, que são isso mesmo: efeitos visuais.
Assisti à transmissão d'O Ouro do Reno, que inaugurou a temporada Met Opera Live in HD na Gulbenkian, e apesar do impacto causado por algumas habilidades da máquina (as Filhas do Reno, a Descida a Nibelheim), decepcionou-me a falta de imaginação no aspecto dramático. Na maior parte dos casos, os cantores foram abandonados a cantar à frente do engenho, que pouco mais fazia que decorar o palco, e pareciam não saber muito bem o que fazer uns com os outros. Creio que se valorizou a cenografia em detrimento da encenação.
Talvez algumas coisas tenham mudado n'A Valquíria e na sala do Met o efeito é certamente diferente do que se vê no grande ecrã. Contudo, a minha dúvida sobre se terá valido a pena o investimento na máquina mantém-se. Consta que a máquina é ruidosa, que nem sempre funciona, numa das récitas uma valquíria caiu do cavalo, noutra foi o trono de Fricka que deu problemas e, na cena final, quando Wotan adormece Brünnhilde com um beijo e a rodeia de fogo mágico, uma das cenas mais belas da tetralogia, é uma figurante que surge disposta com a cabeça para baixo, deitada no topo da montanha (a máquina) envolta em chamas. O efeito visual não quebrará o encanto, sendo óbvio para o público que não foi de facto Bryn Terfel que deitou Deborah Voigt naquela posição? É uma pergunta que deixo a quem já viu A Valquíria.
Cavalgada das Valquírias (mais imagens) |
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