Talvez prevendo as medidas de austeridade ontem anunciadas, o CCB programou a Integral da Obra para Piano de Chopin, por Artur Pizarro, no Pequeno Auditório. Foi muito bem pensado porque há que incentivar o público à poupança. Imagine os espectadores a afluírem em massa ao Grande Auditório; a quantidade de Euros que gastariam em bilhetes. Assim é um sossego. Não há, aforra-se, que o Natal não tarda aí.
30.9.10
26.9.10
Ainda Così
A propósito do que a Io escreveu sobre "Così Fan Tutte" na Gulbenkian, lembrei-me do que disse Dame Kiri Te Kanawa recentemente numa entrevista que descobri algures: Some young singers are pressured to be thin and sing like the larger singers of the past but with "tiny bodies". Ide lá ouvir o que diz quem sabe do que fala.
25.9.10
Così così
Confesso: a versão de "Così Fan Tutte" apresentada na Gulbenkian aborreceu-me. Achei-a assim-assim.
Detalhando um bocadinho:
- Fui recordando a excelência de Karl Böhm, ou Gardiner, há quase vinte anos no Teatro de São Carlos. Isto das bitolas é tramado.
- A Orquestra Barroca de Freiburg é excelente mas faltou Mozart onde não precisávamos de Bach. Ainda dei comigo a pensar se Mozart não teria adormecido profundamente em várias ocasiões caso tivesse vindo a Lisboa.
- René Jacobs dirigiu sempre muito baixinho, sem espessura, sem volume, plano, liso.
- Houve alguns momentos bonitinhos da parte dos cantores mas nenhum deles foi notável. Também pensei que podiam estar com medo de cantar alto e destoar daquela sonoridade sedenta de uma boa dose de cafeína revigorante.
- Gostei da solução cénica. Apesar de se tratar de uma versão de concerto, os cantores actuaram como se estivessem numa versão encenada. Mas não é isso que torna memorável um concerto. A um concerto vai-se ouvir.
Ouça-se a abertura de "Così Fan Tutte" dirigida por Gardiner, registada no Théâtre du Châtelet, na mesma produção que passou por Lisboa no milénio passado.
23.9.10
Plumeria
Ficámos a saber, pela boca do seu dono, que ela veio da Madeira e que gosta muito de viver ali, naquela encosta virada para o Sul, vigiando o Guincho. Os telemóveis, tal como as mais sofisticadas máquinas fotográficas, ainda não captam cheiros, o que é uma pena. Deixo aqui um pedido aos fabricantes: por favor, inventem máquinas fotográficas com nariz.
16.9.10
O Sorriso da Inocência
Dias de Callas são todos, mas o de hoje é mais que os outros.
Callas na Traviata de Lisboa
(Foto religiosamente roubada desta colecção)
(Foto religiosamente roubada desta colecção)
15.9.10
Temporada 2010/2011
Finalmente apresentada hoje, aí está a nova temporada do Teatro Nacional de São Carlos. Se quiser entreter-se, pode ir directamente a Temporada Lírica, a Temporada Sinfónica, a Bailado ou a Outras Iniciativas. Por agora é tudo, que não há tempo nem muita pachorra.
ADENDA: Leia-se o artigo de Isabel Coutinho no Público.
ADENDA: Leia-se o artigo de Isabel Coutinho no Público.
Nos próximos anos Martin André espera ter Verdi, Puccini e Mozart como pilares principais. Em 2013 comemora-se o nascimento de Wagner e Verdi e o director artístico pensa já na temporada que deve ser feita a longo prazo. Como acontece em qualquer teatro europeu.
12.9.10
Uma Árvore em Flor
If only I could become a flowering tree,
rain down upon your thin grey hair
cool white blossoms,
with scent of lemon and jasmine!
©Márcia Lessa/Gulbenkian (Imagem encontrada no sound + vision)
(Mais imagens no FB da Fundação Gulbenkian)
(Mais imagens no FB da Fundação Gulbenkian)
I only ask that you treat me, the tree,
with the deepest reverence.
The water pour carefully.
A partir de um conto tradicional indiano, John Adams compôs uma ópera de grande beleza musical e poética que pudemos ver e ouvir ontem, ao fim da tarde, na Gulbenkian. Joana Carneiro, que o próprio Adams escolheu para sua assistente na estreia em 2006, dirigiu "A Flowering Tree" em Chicago, Paris e, agora, Lisboa. Coro, orquestra e solistas responderam-lhe na perfeição e deram-nos momentos sublimes. As sugestões visuais vinham impregnadas do aroma das plumérias.
"A Flowering Tree" é uma bela história de um príncipe que se apaixona por uma jovem que tem o poder de se transformar em árvore florida. Um dia o ritual corre mal e ela não consegue regressar totalmente à forma humana. Mulher-árvore, hostilizada e desprezada por todos, vagueia pelas ruas, canta por uma esmola. O príncipe, infeliz pelo seu desaparecimento, erra também pelas cidades, até que um dia o acaso lhes oferece o feliz reencontro.
O programa de sala, com sinopse detalhada e o libreto original e traduzido, está disponível em PDF.
John Adams em entrevista, a propósito da estreia de "A Flowering Tree"
6.9.10
Entretanto, em Barcelona...
"Iphigenie auf Tauris", de Gluck, em directo do Gran Teatre del Liceu.
A encenação/coreografia é de Pina Bausch, reposta por Dominique Mercy.
ADENDA: A Io comentou, e muito bem, no A&OD.
ADENDA: A Io comentou, e muito bem, no A&OD.
(Imagens de Tanztheater Wuppertal - Pina Bausch)
1.9.10
Pelo Douro Acima
Não vou dar a novidade a ninguém se disser que as vistas do rio entre Pinhão e o Pocinho são deslumbrantes. Estamos no Alto Douro Vinhateiro e vamos até ao Vale do Côa, no Douro Superior, uma das zonas mais infernalmente quentes e secas da Região Demarcada do Douro. É aí, depois de atravessarmos o fim do mundo, que encontramos a quinta onde são vindimadas as uvas que produzirão um dos mais saborosos néctares. Não há deus que dele desdenhe.
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