3.9.08

Siegfried - São Carlos

Siegfried, figurino de Carl Emil Doepler, ca. 1878 (daqui)

No próximo dia 30 de Setembro, com a estreia de "Siegfried", acabam as férias do Teatro de São Carlos. É a segunda jornada do Festival Cénico "Der Ring des Nibelungen", de Richard Wagner, a inaugurar a temporada lírica de 2008/2009. Teremos, pois, a continuação da saga encenada por Graham Vick.

O calendário e a distribuição são como segue:

30. Setembro, 3. 6. 9. 15. Outubro às 18:30h
12. 18. Outubro 2008 às 16:00h

Direcção musical: Marko Letonja
Encenação: Graham Vick
Cenografia e figurinos: Timothy O'Brien
Desenho de Luz: Giuseppe Di Iorio

Orquestra Sinfónica Portuguesa
Nova produção
Teatro Nacional de São Carlos

Intérpretes

Siegfried: Stefan Vinke
Mime: Colin Judson
O Viajante: Samuel Youn
Alberich: Johann Werner Prein
Fafner: Dieter Schweikart
Erda: Gabriele May
Brünnhilde: Susan Bullock, Kirsi Tiihonen [15. Outubro]
Pássaro da floresta: Chelsey Schill

Prelúdio do III acto, seguido das palavras desesperadas do Viajante/Wotan, que chama por Erda adormecida. Erda é a que tudo sabe, a sábia do mundo primordial.

 

Antes, no II acto, Siegfried matou o dragão Fafner, bebeu o sangue que lhe queimava a mão e aprendeu a linguagem dos pássaros. Na floresta, um pássaro indicou-lhe o caminho para o rochedo de Brünnhilde. Agora, Wotan sabe que perdeu o controlo dos acontecimentos, mas Erda também não o poderá ajudar. Siegfried seguirá o seu caminho, atravessará as chamas mágicas que rodeiam o rochedo e acordará Brünnhilde com um beijo.


Wanderer:


Wache, Wala! Wala! Erwach'!
Aus langem Schlaf weck' ich dich Schlummernde auf.
Ich rufe dich auf: Herauf! Herauf!
Aus nebliger Gruft,
aus nächtigem Grunde herauf!
Erda! Erda! Ewiges Weib!
Aus heimischer Tiefe tauche zur Höh'!
Dein Wecklied sing' ich, daß du erwachest;
aus sinnendem Schlafe weck' ich dich auf.
Allwissende! Urweltweise!
Erda! Erda! Ewiges Weib!
Wache, erwache, du Wala! Erwache!
O Viajante:

Acorda, Wala! Wala, acorda!
Tu que dormias um longo sono, estou eu a despertar-te.
Por ti chamo: sobe! Sobe!
Abandona a tua gruta nebulosa,
deixa o abismo sombrio!
Erda! Erda! Mulher eterna!
Das profundezas onde vives, sobe até mim!
Canto a canção do teu acordar para te despertar;
arranco-te ao teu sono de meditação.
Omnisciente! Sabedoria primordial!
Erda! Erda! Mulher eterna!
Acorda, desperta, Wala! Acorda!

(Tradução do libreto por João Paulo Santos, para efeitos de legendagem e publicação no programa)


Sir Georg Solti, Orquestra Filarmónica de Viena,
Hans Hotter (Der Wanderer)

Sir Georg Solti:
Decca
www.georgsolti.com
Wikipedia

2.9.08

September - Gundula Janowitz


"Setembro", de "Quatro Últimas Canções" de Richard Strauss, na interpretação de Gundula Janowitz e Herbert von Karajan, com a Orquestra Filarmónica de Berlim.

September

Der Garten trauert,
Kühl sinkt in die Blumen der Regen.
Der Sommer schauert
still seinem Ende entgegen.

Golden tropft Blatt um Blatt
nieder vom hohen Akazienbaum.
Sommer lächelt erstaunt und matt
in den sterbenden Gartentraum.

Lange noch bei den Rosen
bleibt er stehen, sehnt sich nach Ruh.
Langsam tut er die (grossen)
müdgewordnen Augen zu.

Hermann Hesse


Setembro

O jardim está de luto,
A chuva fria penetra nas flores.
O Verão estremece calmamente
Aproximando-se do seu fim.

As folhas douradas caem uma a uma
Do alto da acácia.
O Verão sorri, surpreendido e cansado,
No sonho moribundo do jardim.

Detém-se ainda longamente junto às rosas,
Procurando o repouso.
Lentamente vai cerrando
Os seus (grandes) olhos fatigados.

(tradução de Rui Vieira Nery)


Deutsche Grammophon

1.9.08

Cavaleiros de Rodes


Em meados do séc. XI, em Jerusalém, foram construídos uma igreja, um convento e um hospital, com o objectivo primordial de cuidar dos peregrinos doentes (de qualquer crença ou raça). Assim nasceu a Ordem dos Cavaleiros do Hospital, também conhecidos como Cavaleiros de São João de Jerusalém. Mas, em tempo de guerra santa, os Hospitalários acumularam a função de protectores da fé e dos territórios conquistados pelos Cruzados, juntamente com os Templários. Após a queda de Jerusalém, a ordem foi obrigada a deixar a Terra Santa e acabou por se estabelecer na ilha de Rodes, em 1310.

Palácio do Grão-Mestre

Durante cerca de duzentos anos, os Cavaleiros de Rodes mantiveram aqui a sua sede e foram donos de uma poderosa frota marítima que lhes assegurava um importante papel na defesa do mundo cristão no Mediterrâneo oriental, até que o sultão Solimão o Magnífico montou cerco a Rodes e os obrigou a renderem-se e a procurarem um novo território.

Rua dos Cavaleiros

30.8.08

"con sicura fede l'aspetto"

Grikos (Patmos)

Un bel dì, vedremo
levarsi un fil di fumo
dall'estremo confin del mare.
E poi la nave appare.
Poi la nave bianca
entra nel porto,
romba il suo saluto.
Vedi? È venuto!
Io non gli scendo incontro. Io no.
Mi metto là sul ciglio del colle e aspetto,
e aspetto gran tempo e non mi pesa,
la lunga attesa.
E uscito dalla folla cittadina
un uomo, un picciol punto
s'avvia per la collina.
Chi sarà? chi sarà?
E come sarà giunto
che dirà? che dirà?
Chiamerà Butterfly dalla lontana.
Io senza dar risposta
me ne starò nascosta
un po' per celia...
e un po' per non morire al primo incontro,
ed egli alquanto in pena chiamerà,
chiamerà: piccina mogliettina
olezzo di verbena,
i nomi che mi dava al suo venire.

(a Suzuki)
Tutto questo avverrà, te lo prometto.
Tienti la tua paura,
io con sicura fede l'aspetto.

(Butterfly e Suzuki si abbracciano commosse)

27.8.08

Pés Imperiais

O jornal El País informa que foram encontrados restos de uma estátua colossal de Marco Aurélio, em Sagalassos, no Sudoeste da Turquia, por uma equipa de arqueólogos da Universidade de Lovaina. Navegue no site Sagalassos Archaeological Research Project e descubra mais informações e imagens das escavações (disponíveis para descarregar) e do achamento do imperador.

Pé da estátua de Marco Aurélio

Já antes tinham sido achados, na mesma jazida, fragmentos de uma estátua de Adriano, que podem ser vistos aqui e estão integrados na exposição "Hadrian: Empire and Conflict" (aconselha-se o visionamento dos vídeos), no British Museum até 26 de Outubro. Um desses fragmentos é este magnífico pé:

Pé da estátua de Adriano

(fotos daqui)

26.8.08

Museu Arqueológico de Rodes



θελω τι τ'ειπην αλλα με κωλυει αι_
δως [ ] αι δ'ηχες εσλων ιμερον η κα-
λων και μη τι τ'ειπην γλωσσ'εκυκα
κακον αιδως κεν σε οθκ ηχεν οππατ'
αλλ'ελεγες περι τω δικαιω γλυ -
κηα ματερ ου τοι δυναμαι κρεκην τον
ιστον ποθωι δαμεισα παιδως βραδιναν
δι' 'Αφροδιταν

ΣΑΠΦΩ



THÉLO TI T'IPIN (Je veux te dire)

- Je veux te dire une chose, mais
m'empêche la honte
- Si tu avais le désir de ce qui est beau et noble
et si ta langue ne s'embrouillait pas à dire des choses viles
la honte ne serait pas dans tes yeux,
mais tu parlerais comme il faut
- Mère douce, je ne peux plus tisser cette toile
vaincue par le désir d'un jeune garçon
à cause d'Aphrodite subtile

Sappho

Afrodite

"Angélique Ionatos et Nena Venetsanou chantent Sappho de Mytilène"

23.8.08

Miri it is

Miri it is while sumer ilast
With fugheles song
Oc nu neheth windes blast
And weder strong
Ei, ei! What this nicht is long
And ich with wel michel wrong
Soregh and murne and fast

(Canção inglesa do séc. XIII, interpretada por The Dufay Collective)

Merry it is while the summer lasts
With the song of birds
But now draws near the wind's blast
And strong weather
Alas, alas! how long this night is
And I, most unjustly
Sorrow and mourn and fast





Symi

16.8.08

Anteras


Mirabilis jalapa

Festivais de Verão no ARTE

O canal ARTE mostra-nos reportagens, entrevistas e alguns concertos (na íntegra) dos festivais deste Verão.

O encenador Stéphane Braunschweig fala da sua produção
de "Siegfried" em Aix-en-Provence:




Valery Gergiev e Hélène Grimaud no Festival de Verbier:


UBS Verbier Festival Orchestra
Valery Gergiev direction
Kristina Kapustynska mezzo-soprano
Hélène Grimaud piano

Shchedrin
La tzigane Grusha, aria pour mezzo-soprano et orchestre extraite de l’opéra «Le Pèlerin enchanté»

Ravel
Concerto pour piano et orchestre en Sol majeur

Mahler
Symphonie N° 5 en ut dièse mineur

14.8.08

Fake or real?


E se for tudo falso? O blogue de Nina Foresti denuncia diversas falsificações na discografia de Maria Callas, de factos da sua vida privada e da sua carreira artística e, também, de objectos que circulam em exposições que lhe são dedicadas, nomeadamente trajes e jóias de cena. Descubra as diferenças, comparando as fotos dos vestidos originais da "Traviata de Lisboa" e da "Tosca de Zeffirelli" com as dos que estão agora expostos no Museu da Electricidade.